quarta-feira, março 16, 2005

Lisboa descartável

O menino guerreiro fez uma birra e voltou para a câmara de lisboa.

Ao invés do percurso que toda a campanha levaria a crer sobre o candidato talhado para, qual D. Sebastião, devolver a glória a portugal... Afinal tb se contenta com esse lugar menos heróico e até um pouco descartável que se tornou a câmara da capital.

Afinal parece que a câmara de Lisboa é uma espécie de plataforma para outros voos mais altos e parece que não se consegue arranjar ninguém verdadeiramente preocupado com os problemas da cidade...

Quem anda por Lisboa facilmente concordará comigo.

Infelizmente o Menino Guerreiro não tem a capacidade de perceber quando se deve retirar e calar e prefere agora comprometer o seu futuro politico, voltando à câmara e mandando uns recados por aí... como se ainda alguém tivesse interesse no que ele diz.

sábado, março 12, 2005

Já está...

Está concluído o (longo) processo de tomada de posse do XVII Governo Constitucional.

Desta vez não tivemos direito ao beija-mão... esperemos que isso seja sinal que vêm cheios de vontade de começar a trabalhar e com menos vontade de aparecer na televisão...

A ver vamos...

sexta-feira, março 11, 2005

11-M


Não voltei a Madrid depois do 11 de Março.

Mas hoje não posso esquecer-me que meses antes tinha estado nessa mesma Atocha que agora recordamos. Por lá tirei fotografias, tomei café, vi as montras, as pessoas e fui ver pela segunda vez o TGV.

A Atocha é uma estação como qualquer outra, talvez maior que as que temos por cá, mas igual na pressa, na torrente de pessoas que inundam as gares a cada chegada de uma composição. Igual a um qualquer Rossio pois também por lá desembocam uma série de estações e comboios de subúrbios onde gente apinhada de sonhos de uma vida melhor caminha para os seus desmotivantes empregos.

Nesse dia de Março o ano passado acordei para uma espécie de sonho anestesiante em que assisti pela televisão ao drama que se desenrolava aqui mesmo ao nosso lado.

Eu estive lá, eu passei por aquelas pessoas, fiz o mesmo que elas faziam todas as manhãs e subitamente abateu-se sobre mim a ideia chocante que podia ser eu a estar naquela estação naquele dia, ou em qualquer outro dia numa outra qualquer estação do mundo onde aparentemente deixámos de estar seguros.

Não consigo até hoje esquecer a imagem radiofónica da voluntária da Cruz Vermelha que explicava que os telemóveis dos cadáveres alinhados no cais da estação de El Pozo tocavam incessantemente.

Morreu a Maria de Jesús e alguns colegas da minha globalizada empresa ficaram também feridos. Eu não os conhecia mas nesse dia senti-me madrileno e lamentei não poder estar lá nas filas para dar sangue ou a ajudar no que fosse necessário

Muitas conclusões politicas podem tirar-se dos atentados de Madrid e algumas dessas estão neste preciso momento a ser discutidas na mesma cidade, no entanto, julgo que como sociedade falhámos em deixar claro aos terroristas que somos todos ao mesmo tempo prisioneiros e vitimas do sistema que eles querem destruir.

De qualquer forma e independentemente das razões que os levam a tentar matar-nos, tentemos todos lutar sempre pelo triunfo da liberdade e democracia mesmo que o tenhamos de fazer contra os nossos próprios políticos pois essa é a única forma de nos defendermos.

terça-feira, março 08, 2005

Pró Sírio...


Uma pessoa tem de vez em quando de fazer uma pausa para reflectir naquilo que se passa à nossa frente...

Tenho aprendido com o tempo (ou com a idade) que muitas vezes é preferível esperar para ver, esperar para melhor estruturar o nosso raciocinio (mesmo que as pessoas que me conhecem não acreditem nesta versão)

Foi isso que fiz sobre o novo Governo. Tal como disse à poucos dias a uns amigos ainda não estava preparado para falar sobre as opções Socrateanas para o futuro do País.

E estranhamente continuo a não estar preparado porque continuamos a saber muito pouco.

À primeira vista o governo parece-me coerente com as necessidades do País, no entanto, não posso deixar de achar estranho a presença do suposto pró-sirio, anti-americano ou anti-bush que é o Freitas do Amaral.

Não quero para já fazer análises às qualidades do Dr. para desempenhar a pasta até porque nem sequer tomou posse.

Mas se esta presença é o preço a pagar pelo apoio durante a campanha… então é mau para o País e muito mau sinal para este governo. Se esta presença se deve à competência inequívoca do Dr. para os negócios estrangeiros… então é bom mesmo que isso assuste todos os que defendem a tradicional vertente transatlântica do país.

A esses tenho apenas de relembrar que à muito tempo que o País não tem vocação atlântica….

Relembro que durante muitos anos tivemos uma vocação muito isolacionista (se é que me faço entender…) e nas ultimas décadas temos estado mais virados para as nossas traseiras europeias do que para o atlântico.

Perdoar-me-ão estar a pôr-me em bicos de pés… mas que mal fez à Espanha opôr-se claramente aos nossos amigos americanos???

sábado, março 05, 2005

Estrutural

Em 2003 o então ministro Carlos Tavares (ministro da economia do governo da tanga) prometeu em visita ao complexo Auto-europa que não havia de ser por meia dúzia de milimetros que o monovolume "português" deixaria de ser classe 1 nas portagens.

Ora o governo despedido e demitido resolve, antes que lhes tirem os motoristas, pôr em prática esta fantástica e importantissima medida para o País...

Então é agora possível que os felizes proprietários possam pagar classe 1 na portagem desde que tenham via verde e que tenham um certificado tirado na DGV em como apenas têm mais uns milimetros que os vulgares ligeiros.

Até aqui tudo bem porque os carros não se medem aos palmos e o tamanho é de facto uma coisa muito importante.

Mas o interessante é que 98% do monovolume "português" da auto-europa é para vender no estrangeiro e se a empresa tem dificuldades não vai certamente ultrapassá-las com os 2% de carros que vende em portugal.

Mas mesmo assim a medida até encerra em si alguma justiça...

Mas o pequeno problema é os incalculáveis prejuizos que essa medida provocaria nas concessionárias das auto-estradas e em particular na Brisa. Dessa forma o governo resolveu o problema permitindo a estas indexarem o aumento das portagens a 100% do valor da inflação e pô-lo já em prática.

Até aqui concluímos que as portagens aumentaram para todos em virtude do beneficio inigualável da presença em Portugal de uma empresa fundamental como a Auto-europa.

Só não conseguimos perceber é porque razão ainda não é possivel que os proprietários dos monovolumes "português" possam ter desconto nas portagens porque alguém se esqueceu de colocar na lei onde e como se tirava o certificado....

Conclusão: Estamos como sempre todos a pagar mais, mesmo os donos dos monovolumes e os unicos beneficiados são a brisa e outros concessecionárias de auto-estrada.

Devemos todos ficar contentes com mais esta medida estruturante para o país pois facilmente alguém nos explicará a importância de "salvar" a Brisa com grandes sacrificios nacionais.

Nota: A Brisa é uma empresa privada.... já não é nossa.

"...o valor da liberdade..."

"A sociedade em vez de mandar cidadãos para a tropa deveria mandá-los para a prisão porque lá é que se aprende o valor da liberdade"

José Miguel Júdice ao Programa "Pessoal e transmissivel" da TSF

quarta-feira, março 02, 2005

O Governo Secreto

Realmente nunca tal coisa se viu nos nossos recentes governos...

No maior do secretismo ainda não se sabe quem são as cabeças do novo governo do Sr. Eng.

A comunicação social bem se tem esforçado por mandar umas bocas para o ar, como aquela do Freitas estar a tirar o pó às malas para ir para os negócios estrangeiros, mas como ninguém se disponibilizou para comentar, a notícia acabou por morrer à nascença...

O homem está a respeitar os prazos contitucionais obrigatórios (e longos) seguindo a habitual tradição do Sr. Presidente e lá para meados de Março deve divulgar os nomes.

Entretanto tem-nos poupado ao desfile de personalidades a querer um job confortável.

E como não aparece na televisão todos os dias a dizer que convidou este ou aquele para depois ter de desmentir sempre vai poupando 20 mil contos por mês no gabinete de comunicação.

terça-feira, março 01, 2005

Clerical

Depois de uns dias mais atarefados volta a minha pregação aos peixes como já foi chamado por um amigo.

Nada mais apropriado que um sermão aos peixes que a oportunidade de falar da Igreja...

Não, não vale a pena tremerem já perante a minha previsivel atitude anti-clerical.... eu não vou falar mal da igreja.

Vou retirar o luxo, o viva o papa no restelo, os pastorinhos, o direito à vida, os preservativos ou a ordenação de mulheres para falar de alguém que apesar de tudo o que o rodeia pode e deve servir de exemplo para todos nós.

Sim, o Papa João Paulo II é uma figura incontornável do Séc XX e ameaça continuar a sê-lo no Séc XXI.

Concorde-se ou não, este é um homem com uma missão desde a sua juventude na resistência à ocupação nazi e está determinado em cumpri-la mesmo que isso represente o seu sofrimento pessoal.

Uma lição de vida de que poucos se poderão orgulhar.