terça-feira, junho 07, 2005

NÃO, NÃO e NIM


Um estridente e sonoro "NÃO" parece ser a palavra de ordem na Europa nos dias que correm... bastou o referendo francês para que se instalasse o pânico entre os eurocratas que agora têm de encontrar uma solução martelada para a Europa seguir em frente.

Naturalmente que esta nega francesa e holandesa (outros podem seguir-se...) vem deitar por terra a contrução de uma verdadeira união baseada num texto constitucional.

Mas como quase tudo existem aspectos positivos e negativos. O primeiro aspecto positivo que destaco é a evidente necessidade dos governantes europeus passarem a ouvir os seus eleitorados. Por que cabeças poderá ter passado a ideia de referendar uma coisa em que apenas pode existir uma resposta possivel??? não é possivel referendar questões colocando uma questão em que a resposta seja sempre sim e os eurocratas estão de tal forma afastados dos receios que abundam na parte ocidental da europa que não criaram um plano B na eventualidade (absurda para eles) de haver alguém a votar não. Em segundo lugar uma baixa do Euro nos mercados internacionais em virtude da aparente morte do projecto constitucional europeu pode paradoxalmente ajudar a desenvolver a economia europeia e relançar um projecto europeu baseado numa convergência real. Escusado será dizer que numa altura de crise em Portugal, a baixa do Euro vêm mesmo a calhar porque torna os nossos produtos mais baratos.

Além disso não sabemos se estas negas não vão ajudar países como portugal nas negociações para os fundos de coesão pois é bem provável que alguém ompreenda a necessidade de um maior esforço de coesão para o projecto europeu seguir em frente.

Para aspectos negativos já existem algumas vozes a falar num regresso às antigas moedas o que seria uma natural hecatombe do bloco economico europeu e o fim de um projecto de integração logo agora que ele se começava a consolidar a leste. Para Portugal seria o fim do projecto de desenvolvimento que bem ou mal vamos tendo por cá....

Oportunamente falarei aqui das opiniões pessoais do Sr. MNE mas de qualquer forma concordo que o tratado constitucional está morto. Após o NIM britânico não vale a pena forçar mais 13 paises a ratificar um documento que evidentemente não tem possibilidades de entrar em vigor.

Sim, a europa até se pode fazer sem Portugal.... mas certamente não se fará sem a França.