sexta-feira, março 31, 2006

OPA ao Suburbano

Muitas vezes sem nos apercebermos a vida também é composta de OPA’s, fusões, reestruturações e mudanças. E a blogoesfera tal como cada um de nós, está susceptível à evolução e todos os dias nascem novos interesses, outros que se fundem e alguns que desistem.

Este vosso criado não desistirá, mas sofreu uma OPA do Dolo Eventual.

Resistiu à aquisição e à fusão e o Suburbano continuará a manter-se por cá. No entanto não resistiu ao convite a participar num blog com o qual sempre se identificou e com pessoas com as quais já anteriormente havia colaborado n’ O Eleito.

Por isso a partir de amanhã os meus amigos e os visitantes anónimos poderão também visitar-me no Dolo Eventual. Nesta fase não haverá duplicação dos textos como anteriormente, por isso terão mesmo de me visitar na minha nova casa.

O Suburbano mantém-se mas vai para férias em meados de Abril para voltar no início de Maio num (provável mas não ainda claro) registo, que não raras vezes tem sido pedido pelos amigos que por aqui passam. Um registo digamos mais "up close and personal" para lá do habitual registo político.

Espero por vocês noutra casa, mas também espero que se mantenham fiéis a esta casa.

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Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.

Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.

O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já coberto foi de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.

E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto:
Que não se muda já como soía.

Luís de Camões

quinta-feira, março 30, 2006

A foice...

Não fazia ideia que o titular de um cargo público podia continuar a fazer análise das medidas do governo sobre a Judiciária no papel de criminalista... Se calhar o Moita Flores até pode, mas será que o Presidente da Câmara municipal de Santarém, deve fazê-lo?

quarta-feira, março 29, 2006

Mea Culpa

Por erro claramente indesculpável, em meados de Março, não falei da "piece de resistence" da salvação de Lisboa que é o Túnel do Marquês.

Ao que parece apesar de se permitir concluir aquela coisa, ainda está longe de se ver luz ao fundo do túnel.

Desta vez o LNEC condicionou a continuação da obra à realização de obras de reforço no túnel do Metro.

Sempre a facturar... as empresas de construção, claro está...

terça-feira, março 28, 2006

No sofá

Geralmente é o sitio onde eu prefiro ver estes fantásticos jogos de andebol...

Lições de palmatória

A subalternidade que frequentemente demonstramos em relação a governos estrangeiros, fica sempre bem acompanhada pela arrogância de um país com 500.000 portugueses legais, que recusa receber o nosso Ministro dos negócios estrangeiros.

Lições de palmatória é o que estão a precisar os nossos governos a ver se aprendem de uma vez por todas.

The Inequities of Evil Men

"The path of the righteous man is beset on all sides by the inequities of the selfish and the tyranny of evil men.

Blessed is he who, in the name of charity and good will, shepherds the weak through the valley of darkness, for he is truly his brother's keeper and the finder of lost children.

And I will strike down upon thee with great vengeance and furious anger those who attempt to poison and destroy my brothers.

And you will know my name is the Lord when I lay my vengeance upon you." - Ezekiel 25:17

segunda-feira, março 27, 2006

Assim não dá...

Porque que é que o projecto Europeu não vai para a frente?

Não vai, porque insiste em criar documentos únicos para todos, para depois permitir moratórias de 25 anos por pura e simples teimosia de alguns.

Pensamentos indianos de WC

Sempre que me desloco à casa de banho da minha empresa, quando me aflige alguma necessidade fisiológica, sou presenteado com as seguintes palavras: "disposable toilet seat cover" seguido da marca dos ditos e da sua proveniência – London.

Ora um dia destes ocorreu que a razão pela qual o nome dos ditos não tem uma adequada tradução em português está intimamente relacionada com a razão de Gandhi se ter recusado a vestir roupa que não tivesse sido manufacturada na Índia.

Sim, parece absurdo que Mahatma Gandhi tenha alguma coisa a ver com casas de banho mas se pensarmos que é muito mais barato passar para os restantes povos a responsabilidade de perceberem o que lá está escrito do que produzir novos produtos que respeitem a diversidade cultural do planeta, concluimos que é no mínimo arrogante.

E se de repente se adoptassem medidas, não proteccionistas quanto aos artigos mas quanto ao respeito pela língua ou línguas, (como por exemplo acontece em França). Não ficariam as nossas empresas, e de outros países em dificuldades, habilitadas a concorrer em condições mais justas de preço com as estrangeiras?

Porquê?

Continuo sem conseguir perceber esta fixação em dar nomes a planos e a projectos... SIMPLEX, é de longe o pior nome alguma vez atribuido a qualquer iniciativa governamental.

Porque raio não é possivel fazer as coisas sem alarido, sem titulos, sem apresentação pública ou beberete?

P.S: independentemente do que digam esta é uma caracteristica inter-partidária...

Desarmamento voluntário

A medida anunciada hoje pelo secretário de estado da administração interna, José de Magalhães, ainda carece de concretização mas é a mais ambiciosa e inteligente medida de segurança implementada neste país nos últimos 20 anos.

Embora ainda pouco se saiba sobre o assunto, é importante perceber que ela surge na sequência de detenções feitas pela judiciária e pela PSP que inclusivamente implicaram a prisão de agentes desta corporação no tráfico e transformação de armas. Começa a desenhar-se uma rede de implicações ainda desconhecidas, mas que pode envolver militares, no surgimento de armas ilegais, que naturalmente vão parar às mãos erradas e resultam quase sempre em criminalidade violenta e em abusos.

A única coisa que se espera é que passada esta campanha, e caso ela tenha sucesso, seja possível reconhecer um reforço da autoridade do estado e que não se permita o regresso à actual situação de relativa impunidade.


Separados à nascença

Sociedade de (des)informação II

Não vale a pena alongar-me sobre este assunto, mas é importante perceber o caminho que nos leva a considerar a internet como os electrodomésticos que temos por casa, porque senão daqui a pouco aquilo tem todas as funções essenciais à vida normal, mas passa em nossas casas a fazer parte do conjunto de livros que se tem na estante a apanhar pó adornados com um belo napron.

Tal como anteriormente em que nada me movia contra o plano tecnológico, hoje nada me move contra o plano de simplificação administrativa.

No entanto estamos a confundir tudo na questão da burocracia e da simplificação administrativa. O verdadeiro problema não reside no acesso à internet nem no acesso aos serviços que se pretendem simplificados. Toda a gente sabe onde são e como funcionam e até existem em número substancial em quase todas as localidades.

Muito embora possamos passar a substituir a habitual fila de espera das finanças pela fila de espera para o computador das finanças, o problema do acesso (em casa, nas estações de correio, nos cybercafés ou onde quer que seja) não é particularmente relevante. O problema essencial reside no procedimento que por razões que me transcendem a administração pública insiste em manter, devido a uma escandalosa desconfiança sobre cada um dos portugueses.

Não serve para nada existir a loja do cidadão se só se conseguir tratar um papel de cada vez e se continuar a ser necessário estar na fila para as informações, na fila para os impressos e na fila para que alguém estranhamente mal disposto porque até esteve sentado, (nós de pé) a fazer o que raio faz ao seu ritmo próprio, para nos concluir o processo.

É totalmente inócuo tratar documentação pela internet se continuarem a ser necessários exactamente os mesmos documentos que anteriormente seriam necessários numa qualquer repartição e se no final o que fizemos pela net se traduzir em mais papel impresso que guardamos religiosamente numa gaveta junto com as facturas porque nunca se sabe..

E então?


Espanha parece ter-se apropriado definitivamente do Viriato através da filatelia. E daí? Eles têm selos do Viriato mas tb têm selos dos seguintes senhores:



Nós seremos menos país porque partilhamos um antepassado comum com Espanha e porque não temos selos com o António Calvário ou com as Doce?

O estado à parte

Na semana passada achei que era altura de tentar ver o novo programa de comentário da televisão portuguesa, protagonizado por Paulo Portas. Confesso que não consegui ver tudo porque fiquei agoniado.
Foi dado a Paulo Portas pela SIC Notícias, a oportunidade de ter a montra ideal para a sua própria vaidade. Não consigo perceber porque razão o programa se chama "O Estado da Arte" e muito sinceramente o único aspecto positivo é ser às 23h e apenas de 15 em 15 dias.

Nada de novo no pensamento do antigo (será que continuará a ser o antigo?) líder popular. Caixa de ressonância das ideias dos governos em que participou como quem passa os dias a dizer "eu avisei" e como se sobre todas as medidas dos governos Durão e Santana Lopes não pudesse recair qualquer mácula. Ou melhor, caixa de ressonância da ideia veiculada várias vezes pelo PP em como se o governo foi despedido, isso não foi culpa de ninguém no PP. Se calhar até é verdade mas isso neste momento não interessa para nada.

Uma vaidade sem fim. Não vi o programa todo mas consegui contar 5 vezes em que Paulo Portas não resistiu a dizer que sabia bem o que era liderar um partido porque até já liderou um. O estilo de realização marcado pelos close-ups à cara e às mãos de Paulo Portas corroboram o estilo marcadamente demagógico das palavras do protagonista.

Este programa suplanta largamente, em mediocridade, o Marcelo, o Vitorino, o Prós e contras, o Choque ideológico, o Frente a frente e outros programas de comentário que agora não me ocorre.

domingo, março 26, 2006

Catálogo Imagens Suburbanas (7)

Deportação

Como quase sempre as parangonas dos jornais acabam por ser excessivas ou exageradas após alguns dias de análise da mesma notícia, até porque se acabam por saber mais pormenores.

Afinal não voltam 10 ou 15 mil emigrantes do Canadá mas sim que o Canadá tem cerca de 10 a 15 mil emigrantes portugueses ilegais.

Na realidade serão forçados a regressar a Portugal, cerca de 240 famílias que pediram ao estado canadiano o estatuto de refugiados entretanto recusado, e para o qual tiveram de prestar declarações falsas em como seriam perseguidas em Portugal por serem testemunhas de Jeová.

A estas pessoas o estado canadiano permitiu e garantiu, a possibilidade de um trabalho legal e de uma vida normal precisamente enquanto se estivesse a analisar o pedido.

Os restantes, no Canadá tal como em Portugal, ninguém sabe ao certo onde estão.

Mas muito mais importante para abordar do que a questão legal destes portugueses, importa perceber que tipo de país continuamos a ser tendo em conta que estamos a falar de uma emigração relativamente recente.

Portugal é muito provavelmente o único pais europeu que pertence à União desde há 20 anos e que por alguma razão da qual seremos exclusivamente nós os responsáveis e sobre a qual não vale a pena apontarmos outros culpados, continuamos a exportar mão-de-obra em vez de ela se manter no esforço de desenvolvimento do pais.

Esta emigração a que assistimos é muitíssimo mais grave do que a que Portugal assistiu nos anos sessenta para a Europa, na medida em que aqueles que partiram no passado mantinham fortes laços de relacionamento com as terras que os viram nascer e isso acabava por representar o regresso através das remessas enviadas. Os actuais emigrantes beneficiam de um, ainda assim, maior nível de estudos e em muitos casos não querem ter absolutamente nada a ver com um país que defraudou as suas melhores expectativas. São estes novos emigrantes que não estão tão ligados às suas terras de origem porque muitas vezes não provêm de um ambiente rural, são emigrantes que não têm uma tão grande consciência social de família e que muito provavelmente não estão mais interessados em fazer nada por Portugal.

Temos andado a brincar aos países. Enquanto os portugueses emigram e/ou são escravizados por portugueses em países estrangeiros, nós tornámo-nos um destino preferencial daqueles que tendo ainda menos do que nós estão ligados a nós por laços culturais evidentes.

Não vou falar aqui sobre a imigração, até porque julgo já anteriormente abordei o assunto sobre o tipo de imigração que nós temos em comparação por exemplo com a imigração que aflui a França e a outros países. Mas o que assalta o espírito é perceber que quer para os portugueses como para parte dos imigrantes que escolheram Portugal para viver, este país é uma profunda desilusão ou nada justificaria o fenómeno cada vez mais frequente de Portugal ser utilizado como plataforma para se dar o salto para outros países verdadeiramente desenvolvidos.

O nosso problema e a origem de eventuais problemas de xenofobia que deveríamos ter em conta sempre que portugueses são expulso de algum lado, não está no facto de os estrangeiros roubarem os nossos empregos mas no nosso nível de desenvolvimento económico assim como cívico.

Este país nada fez pela manutenção e garantia a longo prazo da qualidade de vida dos seus cidadãos e nada fez para não se ver inundando de mão-de-obra barata explorada a seu bel-prazer por empresários sem escrúpulos numa fase critica do seu desenvolvimento.

A conclusão que se segue é lógica. Apesar de o fenómeno da imigração se cingir basicamente a sectores como a construção civil, a restauração e em menor escala o comércio, não é possível sustentar uma família normal em empregos já de si não particularmente bem remunerados, em condições concorrenciais com a mão-de-obra barata que o estado se demitiu de fiscalizar, baseado na ameaça permanente do valor acrescido que determinados sectores trazem à economia nacional.

Desta forma não restou a milhares de portugueses nenhuma alternativa a não ser emigrarem e fazerem o papel dos nossos imigrantes noutras paragens.

Euskadi II

Aqui há duas semanas tinha escrito que não percebia bem a posição da ETA perante a aparente aproximação do governo Zapatero e que muito provavelmente iriam perder a opotunidade de se incluirem no processo politico e no plan Ibarretxe.

Parece que felizmente me enganei e que a ETA pretende fazer mesmo parte desse processo politico.

Resta saber em que moldes e se este cessar-fogo será algo de duradouro.

terça-feira, março 21, 2006

Curtas


Já muito poucos contestam o vigor do novo cinema brasileiro. O mercado brasileiro é um inesgotável filão, mas a hegemonia do género telenovela nem sempre permitiu que o cinema conseguisse o seu mercado próprio.

Ainda assim têm surgido cada vez mais autores e cada vez mais realizadores de grande qualidade, dos quais Fernando Meirelles (Cidade de Deus; Constant Gardener); Walter Salles (central do Brasil) ou Héctor Babenco (Carandíru) se têm destacado internamente, com maior ou menor apoio dos estúdios de televisão, mas também no estrangeiro.

Mas o cinema também se faz de curtas-metragens, que por cá têm sempre enorme dificuldade em entrar no circuito comercial e que honestamente quase ninguém vê.

No Brasil, encontraram a forma de resolver a visibilidade reduzida que é dada a este tipo de Cinema. Foi criado o Porta-Curtas, um site na Internet apoiado por empresas, entre as quais a Petrobrás onde se podem ver de forma totalmente gratuita as Curtas que vão sendo produzidas no Brasil. Basta um registo para ser informado das novidades e a possibilidade de criar a sua própria cinemateca.

Uma boa ideia que era capaz de fazer sucesso em Portugal.

domingo, março 19, 2006

Ferrel 30 anos

Faz hoje 30 anos da primeira iniciativa de carácter ambiental dos portugueses.

Será provavelmente difícil escaparmos ao segundo round do nuclear e provavelmente nem todos os portugueses sentem agora a necessidade de protestar da mesma forma que no passado, até porque o preço da gasolina lhes perturba demasiado o estilo de vida, mas mesmo assim é importante lembrar.

O emprego é um eufemismo sindical

Como é que é possível imaginar que se cria mais emprego fazendo com que nos dois primeiros anos de contrato, os empregados possam ser despedidos sem que para tal necessite haver qualquer razão?

Parece um bocado absurdo criar emprego começando por criar formas de acabar com ele.

Mas estive a matutar sobre o assunto e realmente vai ser criado mais emprego. Ou seja, do ponto de vista de quem governa ou de quem dirige uma empresa, para quem os relatórios de produtividade, estudos de análise de mercado, médias de empregabilidade e afins são fundamentais, vai mesmo ser criado mais emprego porque um único trabalhador pode ver-se na contingência de ter 3 ou 4 empregos num mesmo ano. Como a mobilidade é maior a procura desce, os números da oferta de empregos sobem e o emprego real também, mesmo que isso signifique mudar de emprego de três em três meses.

Não é razoável que os jovens estejam preocupados porque tal como eles outros jovens podem ser arbitrariamente despedidos e eles podem ocupar o lugar destes. Isto é que é a segurança no emprego.

É só vantagens. Por isso é que eles estão no pelotão da frente e por isso é que nós vamos sempre a correr atrás dos bons exemplos...

quinta-feira, março 16, 2006

A 24h de todas as decisões no PSD

Ora como é que se sustenta que a derrota da opção preconizada por Marques Mendes para os estatutos do PSD não coloca em causa a sua liderança?

Não se sustenta...
Se um líder tem um determinado projecto para o Partido e por arrasto para o País, como é que pode manter-se como líder se não conseguir que o seu projecto vingue juntos dos militantes do seu próprio partido?

Azevedo Soares pode dizer o que entender sobre Pacheco Pereira, mas tem que reconhecer que este não é um caso único na politica portuguesa e que não há condições no PSD nem em qualquer outro partido para a manutenção de um líder se as suas propostas não passarem.

O PSD tem apenas dois caminhos: ou se torna populista ou se encosta à direita. Marques Mendes sabe isso, mas ou Mendes faz esta escolha neste congresso antecipando-se aos restantes ou então sabe que mesmo os que lhe disputam a liderança vão ficar na sombra até alguns meses antes das próximas legislativas, minando-lhe constantemente o percurso.

Podemos arrumar o assunto?

Pavlov e a livre iniciativa.

Os reflexos condicionados de Pavlov não costumam resultar tão bem com os gatos como com os cães.

Mas se tivermos um gato que tem por hábito saltar para cima de móveis altos e a partir de certa altura formos nós a colocá-lo nesse mesmo móvel alto em vez de ele ter de se esforçar para lá chegar, dificilmente ele voltará a subir ao móvel alto por sua livre iniciativa. Pelo contrário passará a esperar que o coloquem lá no alto.

A livre iniciativa nas pessoas funciona da mesma forma.

What goes around comes around...

Post pendurado nos drafts desde 21 Fevereiro. Aparentemente enganei-me nas previsões...

Num cenário profundamente carregado de preconceito racial e estereótipos sobre a forma como vivem e se comportam todos aqueles que são diferentes de nós, Crash é um dos melhores filmes do ano e sem dúvida o meu favorito ao Óscar para melhor filme embora não alimente grandes esperanças que venha a ganhar a estatueta careca.

O filme gira à volta da famosa lógica do não faças aos outros se não quiseres que te façam a ti, mas é necessariamente mais complexo. Todas as personagens à excepção de uma carregam uma experiência de vida vítima da sua condição social ou das oportunidades que tiveram ao longo da vida ainda que elas tenham sido boas, e não hesitam em manifestar o seu preconceito.

Toda a gente tem preconceitos, mas aqui as personagens têm a oportunidade de se redimirem do seu ódio pelos outros através das suas acções. Todas as personagens tem essa oportunidade menos uma que num turbilhão de emoções se mantêm livre de preconceitos e racismo, mas ao qual acaba por ceder.

Zapping XX

quarta-feira, março 15, 2006

O amor ao dinheiro

Não se preocupem os portugueses que ainda andam baralhados com o Euro. Afinal apesar dos nossos baixíssimos níveis de analfabetismo (já para não falar do abandono escolar), ficamos tão baralhados como os mais desenvolvidos do pelotão da frente da Europa.

Na Alemanha, estas notas (entre outras) com um valor facial que não existe nas genuínas notas de Euro e provenientes de um suposto banco desconhecido, em que o símbolo do Euro e as habituais estrelas são trocados por corações, serviu mesmo para comprar revistas e tabaco num quiosque.

Consta que o troco foi superior a 530 Euros.... Dos verdadeiros… Nenhum dono de quiosque em Portugal iria cair numa destas...

Sempre em festa

Dentro de pouco mais de um mês Lisboa terá um Casino no Parque das Nações e um buraco na Avenida da República, mas continuará sem um Parque Mayer e por isso o verdadeiro centro histórico da cidade continuará morto para lá das 18 horas...

terça-feira, março 14, 2006

Brokecat Mountain

São cabras Senhor, são cabras

Isto hoje fervilha de suburbanidade... Para terminar nada melhor que o momento agridoce de umas cabras a pastar junto a uma urbanização no Cacém...

O letreiro

Descobri agora mesmo que hoje transporto um letreiro invisível, pelo menos para mim, que diz: "Precisa de ajuda? Pergunte-me".

Até agora fui abordado por 4 pessoas o que muito provavelmente não acontecia à vários anos, especialmente porque não ando de transportes públicos com um ar particularmente feliz ou motivado.

O homem é um animal de hábitos mas eu sempre fui avesso à continua manutenção de rotinas... Apesar disso, nesta altura em que tenho de ser fiel às minhas rotinas, não posso deixar de considerar confortável a previsíbilidade dos horários e da repetição das mesmas pessoas todos os dias, como se todos tivéssemos combinado aparecer à mesma hora. Será que me estou a tornar numa daquelas pessoas com ar respeitável que não nos vão enganar sobre o destino do comboio?

Catálogo Imagens (Pré) Suburbanas (6)

Estação de caminho-de-ferro do Cacém (1887)

Sociedade de (des)informação

É sempre importante termos moderação em relação ao relativo sucesso das inovações tecnológicas e em relação ao impacto que elas têm nas nossas vidas.

A Internet veio para ficar, e são inúmeras as vantagens do ponto de vista da eficiência empresarial e são inúmeras as possibilidades dos negócios web-based.

Eu aderi incondicionalmente à rede e tenho todos os acessos possíveis e imagináveis e todas as possibilidades wireless que existem, e não hesito em afirmar que a Internet poupa muito do pouco tempo que disponho. No entanto, não posso esquecer que me foram criadas necessidades que efectivamente eu não precisava.

Não vejo qualquer razão para questionar o plano tecnológico, na medida em seja devidamente aplicado e que a aposta em diminuir o fosso tecnológico que nos divide dos restantes países europeus, seja uma aposta de sucesso. Acho mesmo que é possível encontrar soluções simples e práticas para problemas que geralmente consideramos muito complexos e que bloqueiam principalmente o progresso e sucesso das PME's.

Mas não nos podemos dar ao luxo de ser uma sociedade tecnologicamente mais avançada e ao mesmo tempo mais desinformada. A Internet e as tecnologias de informação per si não resolvem problemas de décadas do mais completo abandalho da educação e em muitos aspectos não servem a orientação pedagógica que alguns políticos insistem em dar-lhe, tendo em conta que não basta ter um computador se não se souber o que pesquisar, como pesquisar e se permitir que continue a degradação da língua portuguesa que se assiste com as novas tecnologias.

Não é possível que as empresas portuguesas e os serviços públicos tenham aderido à sociedade de informação como forma de se demitirem da responsabilidade de informarem os que os procuram. Não é razoável que a democratização do livre acesso à informação seja uma coisa para os outros, sejam eles contribuintes, clientes ou fornecedores.

Não é sustentável durante muito mais tempo que ao contactarmos telefonicamente um serviço ou uma empresa, do outro lado gentilmente nos indiquem a consulta da página da Internet para esclarecimento de dúvidas, até porque muitos milhares de portugueses não possuem acesso à net.

A conclusão é óbvia, quem nos atende não faz ideia do que falamos e não faz ideia do que está na página. Quem construiu a página nunca atendeu um cliente na vida e não faz ideia que os regulamentos que apresenta numa página web podem carecer de procedimentos de excepção para os diferentes tipos de clientes.

No final estamos todos mais avançados e com mais gadgets, até conseguimos adaptar-nos a uma nova geração de máquinas, mas continuamos igualmente desinformados.

segunda-feira, março 13, 2006

Curiosidade

Naturalmente repararam todos que os dois anteriores posts, apesar de ainda estarmos longe do 1º de Abril, eram falsos.

Apesar da joseraposo.com poder comprar a padaria da esquina, não o vai fazer :), podem descansar os padeiros e os moleiros.

Foi apenas uma piada a mais uma OPA no minúsculo mercado português. Para todos os que vibram com esta coisa das OPAs ou take-overs hostis e que já estavam a salivar com a concentração empresarial que vinha aí devem estar um pouco desiludidos porque o sector bancário é aquele que menos necessita de concentração e onde mais concentração trará menos benefícios ou vantagens para o cidadão comum.

Já falei aqui o suficiente e apenas deixo um dado que me parece curioso quer no caso PT, quer no Caso BPI. Em ambas as empresas o maior accionista nunca atinge sequer os 20% do capital. Na PT a Telefónica espanhola tem cerca de 10% e no BPI o maior accionista são os brasileiros do Grupo Itaú com 16,1%...

Anúncio público II

Tal como esperado a associação das panificadoras e padeiros da esquina e a confederação dos moinhos de vento, opõem-se à nossa OPA.

Tal acontece porque este grupo estagnou no tempo e não reconhece a relevância da globalização do mercado do pão. Estas associações não reconhecem a importância de dar ao pão valor acrescentado que lhe permita competir directamente com outros pães estrangeiros e ameaçam o futuro da empresa com promessas que sabem não poder cumprir e que prejudicam directamente o pão e a sua qualidade.

A visão mesquinha destas associações não protege os interesses de Portugal e coloca em risco a manutenção de centros de decisão do pão no nosso país.

Anúncio público

A joseraposo.com SGPS, declara a todos os potenciais interessados e accionistas, o lançamento de uma OPA hostil para a aquisição de 50,01% da empresa actualmente detentora da padaria da esquina.

O nosso sólido projecto de aquisição visa modernizar a confecção através da instalação de máquinas que não necessitem de intervenção humana para a confecção do pão, assim como o fim do tradicional balcão de padaria, passando todas as encomendas a ser exclusivamente realizadas por internet e por sms.

Esperamos assim estar mais perto das necessidades dos portugueses que comem pão, contribuindo fortemente para a riqueza do país.

Enceladus


Tão longe e ao mesmo tempo dos mais próximos calhaus do universo, Enceladus, é a nova esperança dos cientistas na procura de água e consequentemente de vida no sistema solar.

Esta Lua de Saturno, uma das 19 luas do planeta dos anéis, pode encerrar a descoberta dos segredos do desenvolvimento do sistema solar e do aparecimento de vida no planeta Terra.

Euskadi

"Abertzale" quer dizer patriota em basco (Euskera), como patriotas são as lutas de todos os povos que lutam pela sua autodeterminação e independência.

Para nós portugueses, esta ideia de um patriotismo regional, que ultrapassa as fronteiras do nosso vulgar bairrismo fortemente enraizado no folclore popular, é por vezes confusa, o que nos empurra para uma situação de indiferença apesar destes nacionalismos viverem do lado de lá da fronteira.

A última recordação de violência que as actuais gerações têm, que tenha afectado exclusivamente portugueses é a guerra colonial que para a maioria dos que não combateram por lá é uma memória longínqua quase como sempre a África o é, e numa selva que não reconhecemos como nossa.

Além destas recordações mais ou menos empoeiradas, temos a certeza que os movimentos de libertação sejam mais ou menos violentos, tenham mais ou menos razão, protegem o seu povo, atacam os seus inimigos e são fortemente perseguidos pelos estados.

Ora em Espanha é tudo ao contrário... Muitas vezes não podemos evitar ficar com a ideia que o Estado Espanhol é que é acossado pelos Etarras e não ao contrário. Fundamentalmente não se consegue perceber que as principais vítimas da política Etarra sejam os próprios bascos.

Desde sempre houve uma política de intimidação, com cartazes nas paredes à laia de denúncia dos colaboracionistas como no final II guerra mundial, mas aqui trata-se de denunciar aqueles que não pretendem colaborar com a ETA ou com o Herri Batasuna, agora Euskal Herritarok.

A ideia é denunciar todos os que não colaboram pagando o imposto revolucionário devido pelas empresas da região. A ideia é expor aqueles que não cedem à intimidação para que depois, uma bem instrumentalizada juventude possa destruir e queimar a propriedade dos visados.

Na semana que passou houve no país basco uma relativamente calma greve Abertzale motivada pela morte de dois Etarras na cadeia. Houve alguns confrontos típicos de um sítio onde se fazem em média 30 manifestações por dia, mas ainda assim bastante calma para um período em que a ETA pretende ganhar tempo e espaço de manobra perante a relativa vontade do governo Zapatero em prolongar umas tréguas que só um lado respeita, trazendo-os para a mesa das negociações e tentando encontrar uma solução pacífica.

O país basco é actualmente a região europeia onde existe uma questão nacionalista onde mais consolidados estão os direitos da população se expressar livremente e enraizados os direitos de identidade com uma cultura própria e viva, tudo isto coroado por uma bandeira (a ikurriña), um governo (o Eusko Jaurlaritza) e um aparelho político totalmente separado do Espanhol. Só faltam as forças armadas e uma politica externa para serem um país já que até os órgãos de polícia são diferentes (a Ertzaintza).

Ainda assim o Parlamento Vasco (Eusko Legebiltzarra) aprovou à cerca de dois anos o projecto do Lehendakari, o famoso projecto Ibarretxe em que o governo central de Madrid parece não se reconhecer e que preconiza mais autonomia e pela primeira vez a expressão nação. O problema é compreendermos que dificilmente a ETA está interessada nestes processos políticos na medida em que eles anulam o seu espaço de intervenção que basicamente é o da violência.

A organização terrorista perdeu a oportunidade histórica que se seguiu ao 11 de Março para parar com a violência e lançar umas tréguas. Perdeu a oportunidade de deixar passar a ideia que não fazia parte desse grupo de terroristas que mata indiscriminadamente. Perdeu a oportunidade de se juntar politicamente ao plano Ibarretxe e aproveitar a oportunidade que existe neste momento em que se revêm os estatutos da autonomia e a continuar a violência e a intimidação irá perder a oportunidade de desempenhar um papel politico de relevo no pais basco.

domingo, março 12, 2006

Do estado enquanto proprietário

A propósito de mais umas declarações de Belmiro de Azevedo (parece que agora este homem não larga as televisões, chamemos-lhe daqui para a frente "declarações em bicos de pés"), disse que o Governo deveria privatizar a CGD.

O Bruno, no Bodegas optou por reproduzir estas declarações que me merecem alguns comentários:

A propriedade de um banco por parte do estado não é ou não deveria ser sinónimo de intervenção na economia. Aliás é bem possível imaginarmos, e para mais em Portugal, a existência de um Estado, sem propriedade nas empresas mas que através de um regulador forte intervenha directamente na economia sem que isso seja necessariamente positivo.

O problema actual não é o de o Estado ser proprietário da CGD, nem sequer é um problema a intervenção do estado na economia na medida em que a intervenção ou influência se manifeste de forma positiva para os mercados.

O problema não é a propriedade do estado na CGD, desde que esta instituição possa trabalhar em condições concorrenciais com as outras instituições da banca não as prejudicando.

O verdadeiro problema é a não influência (no sentido anteriormente mencionado) mas o bloqueio que o estado permite que as suas instituições públicas, que não as empresas de que é proprietário, façam à economia.

É tanto mais assim, quanto mais surjam projectos milionários que têm vindo a ser apresentados e que não existiriam se o Estado não estivesse disponível para dar claros benefícios às empresas que querem investir.

Afinal o Estado é ou não necessário ao investimento privado? É fundamental, o problema é que em outros paises que se tornam atractivos para o investimento existem dois tipo de condicionantes:

Ou os Estados estão de tal forma organizados que o processo empresarial corre de forma célere e o acesso aos mercados é facilitado sem excesso de burocracia, ou então na ausência desta clareza existe um nivel salarial de tal forma baixo que compense a instalação de uma empresa.

Ora em Portugal temos tudo, o mais baixo nivel salarial da Europa, o mais burocrático dos sistemas e ainda por cima quase pagamos para as empresas se instalarem em Portugal.

Continuo a questionar-me se isto faz algum sentido, até porque o estado enquanto proprietário não é mau em si mesmo. Existem empresas públicas em todo o mundo e elas são bem geridas.

quinta-feira, março 09, 2006

Eu é que sou o Presidente da República

Eu é que sou o Presidente da República... porque apesar de não ter votado Alegre não resisto a que se me "engalinhe" a pele quando ouço o hino nacional.

"Serei Presidente de Portugal inteiro"

Definitivamente já se começam a notar melhorias... Tenho de confessar que o protocolo de estado tem imenso a ganhar com Cavaco.

Finalmente vamos abandonar a sul-americanização protocolar, para entrarmos no pelotão da frente das grandes cerimónias públicas ao melhor nível da Europa.

As viagens por todo o mundo e as dezenas ou centenas de conderações que Cavaco também vai dar vão ter muito mais estilo...

quarta-feira, março 08, 2006

É já amanhã

Em directo e durante todo o dia não podemos perder a especialíssima transmissão da trasladação da irmã Lúcia para Belém...

Ai, ai ai ai... lá está ele com piadas... e o respeitinho?? e o respeitinho que se deve ao D. Sebastião, perdão, ao Sr. Presidente?? hum?

Ops, esta já foi trasladada... amanhã é a tomada de posse do Professor.. :)
Avé, Avé Anibal...

De partida

Termina hoje um ciclo na vida política do país, e por isso é altura de balanços e expectativas sobre o futuro. O facto de Sampaio ser o último senhor a sair de uma geração de homens que no prazo de pouco mais de dois anos saíram da vida política activa é significativo de uma saudável alternância democrática mas deixa-nos reservas sobre a qualidade dos que ficam.

Este dia encerra inevitavelmente um ciclo de homens ligados mais ou menos à revolução de Abril e muito provavelmente encerra um ciclo caracterizado por uma determinada forma de fazer politica baseada em ideias claras sobre os objectivos de uma sociedade. Já estávamos à espera, e o mundo tem mudado de tal forma que daqui para a frente nos vão restar os tecnocratas que fazem submeter os seus princípios à heterogeneidade de estudos de mercado positivos.

Sampaio não foi perfeito ao longo dos últimos dez anos, e agora que está de partida muitos se colocaram na fila para o criticar. Estranho será saber que a maioria dos que agora dizem não vir a sentir saudades serem os tais que oportunamente não se manifestaram por auto-obrigação a uma espécie de respeito bacoco e saloio às instituições como se as opiniões de alguém se pudessem confundir com o cargo.

Estranho mas também previsível é sabermos que os que agora o criticam não o fariam se Santana ainda estivesse no governo.... Arrasando deste forma qualquer coerência do discurso dos senhores. Ou muito me engano ou Santana não perderá tempo e na sexta vamos acordar a amargura que vai disparar nos jornais na direcção de Sampaio.

O Presidente não foi perfeito como nenhum de nós consegue sê-lo, mas muitos de nós nem sequer tentam.

Por mais dúvidas ou reservas que os seus mandatos nos possam causar, Sampaio não é culpado por haver primeiros-ministros a querer fugir deste buraco. Sampaio à excepção de algumas atitudes esporádicas não quis influenciar a economia (nem devia) ao contrário do que os seus detractores pretendem ver agora reproduzido em Cavaco. Jorge Sampaio sempre manifestou um respeito ímpar pelas instituições as quais é o principal garante fazendo, a meu ver, uma correcta interpretação dos poderes presidenciais assim como da constituição. O Presidente, nos mais variados contextos internacionais prestigiou sempre o nome de Portugal.

Nesta década não nos desenvolvemos e se calhar até somos mais pobres, mas julgo que muito pouca gente poderá responsabilizar directamente Sampaio por isso. Eu não concordei com tudo e apesar disso e se calhar por causa disso agradeço o empenho dos últimos dez anos e a emotividade que por vezes trouxe a Belém que considero ser um sinal de sinceridade e não de fraqueza.

Por tudo isto… Muito Obrigado

A culpa é da PT ou a explicação que serve a toda a gente

Tempos de amargura da liberdade de expressão justificam explicações pormenorizadas sobre os mais recentes acontecimentos.

Facto nº1 – Existe um processo onde são arguidos várias personalidades mais ou menos conhecidas do público e onde estiveram durante algum tempo envolvidos políticos que afinal não faziam lá falta.

Facto nº 2 – Ao abrigo da investigação a um dos políticos mencionados aqui atrás e que (recorda-se) não fazia lá falta, um juiz pediu listagens de um número de telefone associado a uma conta do estado com vários outros números, para um período em que o politico em causa já não podia utilizar o dito telefone donde resulta a inexistência de chamadas realizadas por este.

Facto nº 3 – A Portugal Telecom na pessoa de uma das suas funcionárias recolhe e destaca através de filtragem em Excel (pronto já estou a complicar) o número solicitado, relativamente a outros da conta onde o número principal se encontra associado tendo dado origem ao envelope nove.

Factos nº 4 – Todos os intervenientes no processo Casa Pia desde o mais simples administrativo ao juiz, não foram capazes de concluir a existência no ficheiro de mais contactos além dos solicitados pois não recorreram à titânica tarefa de seleccionar o tal de filter no Excel (outra vez, já começa a não ter graça)

Facto nº 5 – Uma de duas:

Alínea a) – Alguém do Sistema judicial conseguiu compreender o inestimável valor da listagem que replicava na perfeição o que facilmente se pode obter na lista telefónica e contacta o jornalista do 24Horas para lhe vender estas fundamentais informações.

Alínea b) – O Van Kriken mascarou-se de senhora das limpezas, escondeu-se na reprografia da judiciária e quando toda a gente deixou o edifício vasculhou milhares de documentos com o objectivo de roubar o único que não conseguia entender.

Facto nº 6 – O Van Kriken e o outro publicam no 24Horas a agenda telefónica dos nossos políticos, para grande surpresa do país, pois nunca imaginamos que existissem mesmo políticos que telefonassem uns aos outros e não fossem todos fachadas televisivas de uma grande conspiração interplanetária.

Facto nº 7 – Cai o Carmo e a trindade...

Facto nº 8 - "Levantem as mãos dos teclados". a Judiciária não gosta de ver jornalistas mascarados de senhora das limpezas e para mais escondidos na reprografia e numa acção de represálias sem precedentes confisca os computadores do Kriken e dos outros.

Facto nº 9 – Um Juiz do TIC resolve permitir que os computadores do Kriken e do outro sejam violados como geralmente acontece às krikens baseado no pressuposto que a violação das fontes é hierarquicamente inferior ao crime sob investigação (sim, é o programa da SIC)

Ora então vejamos as conclusões:
Qual é o crime em investigação? É a violação do segredo de justiça ou a publicação de dados supostamente confidenciais sobre o detalhe de chamadas de telefones pagos pelos contribuintes? Se porventura estivermos a falar do crime de violação de justiça então andamos a permitir que quem investiga o faça em causa própria...

Apesar de tudo isto parece-me que a conclusão desta investigação do envelope 9 é básica. A culpa é naturalmente da PT e da sua funcionária e todo o sistema judicial assim como o Kriken e o outro não têm culpa nenhuma.

E a culpa é da PT porque é uma malvada empresa em que o estado ainda está presente e que por uma lógica razão de causalidade é mal gerida e incompetente e daí a necessidade da OPA.

Ou seja só há OPA para que não haja mais envelopes 9.

Dia da Mulher

Como prenda para as mulheres portuguesas no dia que lhes é dedicado, nada melhor do que uma vitória do Benfica...

segunda-feira, março 06, 2006

Aniversário na Blogoesfera

Hoje o meu primeiro visitante externo faz o seu primeiro aniversário.

Parabéns ao Bruno Gonçalves pelo Bodegas.

Os (justos) vencedores desta noite

Ainda não é desta...

Ainda não é desta que se livram de mim...

A falta de tempo associada ao regresso galopante da malvada tendinite, impossibilitaram-me de na última semana deixar aqui as minhas habituais postas de pescada.

Por isso, e para não estar a prejudicar a minha já débil condição (uma nota de dramatismo fica sempre bem) é provável que o ritmo das postas não volte a ser o mesmo nos próximos tempos.

No entanto, tentarei dentro das minhas possibilidades manter a actualidade por estas bandas.