Como quase sempre as parangonas dos jornais acabam por ser excessivas ou exageradas após alguns dias de análise da mesma notícia, até porque se acabam por saber mais pormenores.
Afinal não voltam 10 ou 15 mil emigrantes do Canadá mas sim que o Canadá tem cerca de 10 a 15 mil emigrantes portugueses ilegais.
Na realidade serão forçados a regressar a Portugal, cerca de 240 famílias que pediram ao estado canadiano o estatuto de refugiados entretanto recusado, e para o qual tiveram de prestar declarações falsas em como seriam perseguidas em Portugal por serem testemunhas de Jeová.
A estas pessoas o estado canadiano permitiu e garantiu, a possibilidade de um trabalho legal e de uma vida normal precisamente enquanto se estivesse a analisar o pedido.
Os restantes, no Canadá tal como em Portugal, ninguém sabe ao certo onde estão.
Mas muito mais importante para abordar do que a questão legal destes portugueses, importa perceber que tipo de país continuamos a ser tendo em conta que estamos a falar de uma emigração relativamente recente.
Portugal é muito provavelmente o único pais europeu que pertence à União desde há 20 anos e que por alguma razão da qual seremos exclusivamente nós os responsáveis e sobre a qual não vale a pena apontarmos outros culpados, continuamos a exportar mão-de-obra em vez de ela se manter no esforço de desenvolvimento do pais.
Esta emigração a que assistimos é muitíssimo mais grave do que a que Portugal assistiu nos anos sessenta para a Europa, na medida em que aqueles que partiram no passado mantinham fortes laços de relacionamento com as terras que os viram nascer e isso acabava por representar o regresso através das remessas enviadas. Os actuais emigrantes beneficiam de um, ainda assim, maior nível de estudos e em muitos casos não querem ter absolutamente nada a ver com um país que defraudou as suas melhores expectativas. São estes novos emigrantes que não estão tão ligados às suas terras de origem porque muitas vezes não provêm de um ambiente rural, são emigrantes que não têm uma tão grande consciência social de família e que muito provavelmente não estão mais interessados em fazer nada por Portugal.
Temos andado a brincar aos países. Enquanto os portugueses emigram e/ou são escravizados por portugueses em países estrangeiros, nós tornámo-nos um destino preferencial daqueles que tendo ainda menos do que nós estão ligados a nós por laços culturais evidentes.
Não vou falar aqui sobre a imigração, até porque julgo já anteriormente abordei o assunto sobre o tipo de imigração que nós temos em comparação por exemplo com a imigração que aflui a França e a outros países. Mas o que assalta o espírito é perceber que quer para os portugueses como para parte dos imigrantes que escolheram Portugal para viver, este país é uma profunda desilusão ou nada justificaria o fenómeno cada vez mais frequente de Portugal ser utilizado como plataforma para se dar o salto para outros países verdadeiramente desenvolvidos.
O nosso problema e a origem de eventuais problemas de xenofobia que deveríamos ter em conta sempre que portugueses são expulso de algum lado, não está no facto de os estrangeiros roubarem os nossos empregos mas no nosso nível de desenvolvimento económico assim como cívico.
Este país nada fez pela manutenção e garantia a longo prazo da qualidade de vida dos seus cidadãos e nada fez para não se ver inundando de mão-de-obra barata explorada a seu bel-prazer por empresários sem escrúpulos numa fase critica do seu desenvolvimento.
A conclusão que se segue é lógica. Apesar de o fenómeno da imigração se cingir basicamente a sectores como a construção civil, a restauração e em menor escala o comércio, não é possível sustentar uma família normal em empregos já de si não particularmente bem remunerados, em condições concorrenciais com a mão-de-obra barata que o estado se demitiu de fiscalizar, baseado na ameaça permanente do valor acrescido que determinados sectores trazem à economia nacional.
Afinal não voltam 10 ou 15 mil emigrantes do Canadá mas sim que o Canadá tem cerca de 10 a 15 mil emigrantes portugueses ilegais.
Na realidade serão forçados a regressar a Portugal, cerca de 240 famílias que pediram ao estado canadiano o estatuto de refugiados entretanto recusado, e para o qual tiveram de prestar declarações falsas em como seriam perseguidas em Portugal por serem testemunhas de Jeová.
A estas pessoas o estado canadiano permitiu e garantiu, a possibilidade de um trabalho legal e de uma vida normal precisamente enquanto se estivesse a analisar o pedido.
Os restantes, no Canadá tal como em Portugal, ninguém sabe ao certo onde estão.
Mas muito mais importante para abordar do que a questão legal destes portugueses, importa perceber que tipo de país continuamos a ser tendo em conta que estamos a falar de uma emigração relativamente recente.
Portugal é muito provavelmente o único pais europeu que pertence à União desde há 20 anos e que por alguma razão da qual seremos exclusivamente nós os responsáveis e sobre a qual não vale a pena apontarmos outros culpados, continuamos a exportar mão-de-obra em vez de ela se manter no esforço de desenvolvimento do pais.
Esta emigração a que assistimos é muitíssimo mais grave do que a que Portugal assistiu nos anos sessenta para a Europa, na medida em que aqueles que partiram no passado mantinham fortes laços de relacionamento com as terras que os viram nascer e isso acabava por representar o regresso através das remessas enviadas. Os actuais emigrantes beneficiam de um, ainda assim, maior nível de estudos e em muitos casos não querem ter absolutamente nada a ver com um país que defraudou as suas melhores expectativas. São estes novos emigrantes que não estão tão ligados às suas terras de origem porque muitas vezes não provêm de um ambiente rural, são emigrantes que não têm uma tão grande consciência social de família e que muito provavelmente não estão mais interessados em fazer nada por Portugal.
Temos andado a brincar aos países. Enquanto os portugueses emigram e/ou são escravizados por portugueses em países estrangeiros, nós tornámo-nos um destino preferencial daqueles que tendo ainda menos do que nós estão ligados a nós por laços culturais evidentes.
Não vou falar aqui sobre a imigração, até porque julgo já anteriormente abordei o assunto sobre o tipo de imigração que nós temos em comparação por exemplo com a imigração que aflui a França e a outros países. Mas o que assalta o espírito é perceber que quer para os portugueses como para parte dos imigrantes que escolheram Portugal para viver, este país é uma profunda desilusão ou nada justificaria o fenómeno cada vez mais frequente de Portugal ser utilizado como plataforma para se dar o salto para outros países verdadeiramente desenvolvidos.
O nosso problema e a origem de eventuais problemas de xenofobia que deveríamos ter em conta sempre que portugueses são expulso de algum lado, não está no facto de os estrangeiros roubarem os nossos empregos mas no nosso nível de desenvolvimento económico assim como cívico.
Este país nada fez pela manutenção e garantia a longo prazo da qualidade de vida dos seus cidadãos e nada fez para não se ver inundando de mão-de-obra barata explorada a seu bel-prazer por empresários sem escrúpulos numa fase critica do seu desenvolvimento.
A conclusão que se segue é lógica. Apesar de o fenómeno da imigração se cingir basicamente a sectores como a construção civil, a restauração e em menor escala o comércio, não é possível sustentar uma família normal em empregos já de si não particularmente bem remunerados, em condições concorrenciais com a mão-de-obra barata que o estado se demitiu de fiscalizar, baseado na ameaça permanente do valor acrescido que determinados sectores trazem à economia nacional.
Desta forma não restou a milhares de portugueses nenhuma alternativa a não ser emigrarem e fazerem o papel dos nossos imigrantes noutras paragens.
1 comentário:
Muito bem!!
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