quarta-feira, agosto 31, 2005

Presidenciais 2006 (o arranque)

Pronto... Agora sim posso passar os próximos 30 posts a falar de presidenciais... Finalmente temos um candidato para eu poder mais livremente expressar o meu institucionalismo-socialistico-socratico-soarista...

Não resisti...

Campanha
FREE ALEGRE!
Campanha Pela Libertação
De Manuel Alegre
Do Aparelho Socialista

Zapping V


Nós também temos dificuldade em entender este país...

terça-feira, agosto 30, 2005

O Manel é fixe...

... mas nada disse.

Manuel Alegre na maior parte do discurso que acaba de fazer, faz-nos crer que será candidato à Presidência da República mas no final de mais um jantar de apoio, estas declarações não passam de um "nim".

Alegre já decidiu, vai a todas... Depois de se tornar a consciência crítica do PS quer tornar-se a consciência crítica do País, da Democracia e da República apesar de não lhe reconhecer donos...

Estranho até porque razão não se terá candidatado a umas cinco câmaras onde os respectivos presidentes se julguem donos da Câmara e do concelho.

Alegre diz que não é favorável à candidatura de Soares porque esta não permite a renovação politica que se pretende para o futuro. Onde é que Alegre cabe nesta renovação??? Alegre não apoia Soares porque "acima de tudo sou republicano" e então o Soares é monárquico?? Ou será que calcula que uma eventual eleição de Soares 10 anos depois, sufragada pelos portugueses pode configurar algum tipo de hereditariedade no regime??

Soares é um cidadão português no pleno dos seus direitos constitucionais, tal como Alegre, e que por isso tem tanta possibilidade de ser candidato como Alegre. O que o Manel não entende é que não se apresentam candidaturas presidenciais contra ninguém, tenham ou não sido amigos.

Alegre caminha para um anacronismo político sem sentido. Alegre acaba de criar para si próprio um mui apropriado tabú que ainda não sabe como resolver.

Outra vez a Europa

O problema europeu ameaça dividir-nos entre os países ricos e produtivos e o países do sul da europa que andam sempre de mão estendida, junto com a França cujo estado social está a falir.

Já aqui falei da agricultura europeia que os ingleses sem apoios da PAC conseguem que seja rentável e os franceses e europeus do sul que recebem milhões não conseguem.

Agora temos mais uma luta. Acumulam-se os contentores com roupa chinesa nas nossas alfândegas porque terá sido ultrapassada a quota prevista no acordo sino-europeu. Os países do Sul (e a França) não deixam entrar os produtos e os restantes dizem que se está a impedir que o sector do comércio se desenvolva porque alguns (leia-se nós) querem proteger o sector têxtil que já está morto.

O chinelo

"Para verem portugueses aos gritos basta irem ao mercado da ribeira." com esta frase lapidar ficavam arrumadas as expectativas de jovens finalistas de 12º ano numa escola do subúrbio de alguma vez chegarem a Benidorm. Para ser honesto esta frase não teria sido suficiente para nos demover, mas a capacidade financeira aos 17-18 anos está mais de acordo com o Algarve do que com Benidorm.

No entanto, passados mais de 10 anos parece que o mercado da ribeira se mudou para o nordeste Brasileiro.... neste momento os jovens desta tenra idade já não pensam ir para o Algarve ou para Benidorm... entre variados destinos onde o alcool seja barato, o Brasil acabou de por se impôr a jovens e a adultos.

Haverá ainda algum português que no seu intimo não alimente o sonho de andar de chinelos em Pipa ou Porto Seguro? Aparentemente não... aparentemente eu faço parte daquele cada vez mais restrito grupo de portugueses que nunca foi ao Brasil e têm a audácia de não se manifestarem interessados.

Mas porque razão queremos todos ir para o Brasil?? será a língua? serão os laços fraternos que nos unem ao país irmão? Não, vamos todos para o brasil porque é mais barato e deve ser o único sitio do mundo em que nos tratam como doutores e nos deixam dar ordens em português.

Valente

Embora haja aqui algumas coisas sobre futebol eu não sou propriamente um seguidor. No entanto irrita-me a forma por vezes impune com que se passam algumas coisas no futebol português e em relação às quais a maioria dos jornalistas parece não dar a devida importância.
É só impressão minha ou é absurdo que um clube de futebol exiga a um jogador que não colabore com a sua Selecção Nacional obrigando-o, sob pena de represálias, a tomar uma decisão???


Se houver por aqui alguém mais esclarecido que eu nestes assuntos por favor não hesite...

As autárquicas que me interessam

Os meus amigos não comprenderão a relutância que tenho manifestado em falar das eleições autárquicas e presidenciais, depois da furiosa campanha que fiz nas legislativas. Será que ele perdeu o interesse pela política??? Nada disso, sobre as presidenciais ainda nem comecei... é um assunto que já me incomoda antes mesmo de ser um assunto importante, mas reservo-me para falar sobre ele mais tarde...

Sobre as autárquicas haveria certamente muito para dizer mas os meus amigos não têm tempo... (sim, é mesmo desinteresse).
Ainda assim acompanhei o debate realizado na Sic Noticias com os candidatos à câmara de Sintra... a única que me interessa.

Infelizmente foi dificil perceber alguns dos argumentos de Seara e Soares no meio da gritaria. Aliás acho mesmo que os projectos que todos defendem não são muito diferentes e a representatividade no executivo das câmaras não permite que se desreponsabilizem de partes deste mandato. É a historia de sempre, qualidade de vida no suburbio, acessibilidades, espaços verdes e baloiços para as criancinhas.... blá, blá, blá, blá.

Embora sem projectos inovadores fiquei surpreendido positivamente com a prestação de Baptista Alves.

Eu faço parte de uma geração que teve de aturar a imutabilidade do Lino Paulo enquanto candidato comunista à câmara de Sintra e por isso confesso que não estava à espera de grandes surpresas. Baptista alves soube fugir à confusão dos outros dois, que julgam que o comunista é carta fora do baralho, e conseguiu ganhar pontos apresentando de forma clara as suas ideias.

O timoneiro está aprovado, resta saber se tem barco para navegar.

Fiesta

Podia lá alguma vez eu passar ao lado da festa do avante??? claro que não, até porque "não há festa como esta", segundo dizem...

Assim nos dias 4, 5 e 6 de Setembro na quinta da Atalaia vai decorrer a Festa do Partido Comunista Português que desde 1975 tem vindo a servir de chavão ideológico e campo para experiências utopicas socialistas em que operários e doutores trabalham lado a lado.

O desafio deste ano vai ser encontrar a barraquinha do PCUS e saber se a palestina ainda se faz representar depois da morte de Arafat.

Vão já comprar a EP antes que esgote.... eu não vou por isso se me quiserem contar como foi, mandem mails.

Zapping IV

makepovertyhistory.org

Os meus amigos já devem ter reparado que coloquei uma faixa branca aqui no canto superior esquerdo.
Trata-se de uma campanha contra a pobreza na sequência da cimeira do G8 e do Live8...Por isso vamos a clicar e a informar-nos.

sexta-feira, agosto 26, 2005

Zapping III

Quem guarda a Guarda?

De Menezes 'shot for 30seconds'

"Witness feared terrorists were attacking train as police fired at Brazilian, leaked statement reveals.

Armed police officers fired at Jean Charles deMenezes for over 30 seconds when they killed him at Stockwell tube station,according to a witness statement made to independent investigators and obtained by the Guardian.

The witness says the shots were fired at intervals of three seconds and that she ran for her life fearing terrorists had opened fire on commuters."

In "The Guardian"

Mais nostalgia....


Mais um clássico em versão especial de DVD....

Agora foi a vez do Misha, a mascote dos jogos olímpicos de Moscovo 1980.


Para quando o "Mogli - O livro da Selva" e uma edição especial da "Fame"...

Post de serviço público


Este post presta-se a ser intitulado de serviço público... é preciso que alguém denuncie os carros da BT que se escondem discretamente nas bermas sujas das nossas estradas com o objectivo de apanhar e castigar os prevaricadores.

É preciso que alguém diga que eu, tal como milhares de portugueses, não fizemos mal a ninguém para a policia se esconder na sombra para nos saltar ao caminho.

É preciso que de uma vez por todas alguém diga à BT que o gosto particular que têm em apanhar os portugueses em falta, o gosto particular que têm em ver-nos a regatear, rebaixando-nos à autoridade, não é compativel com o estado de direito democrático.

Alguém tem de dizer a esta gente que os carros escondidos nas esquinas, bermas, arbustos e outros fazem mais mal do que bem.... que o diga eu e todos os que diariamente passam no IC17 e têm de suportar as travagens súbitas dos veiculos da frente ou redução de velocidade para 15km/h, como se além dos impostos que pagam devem-se à autoridade algum tipo de vassalagem.

A transparência e a presença na rua são boas, o secretismo e o comportamento pidesco não.

Limpar-lhe o sebo

Depois dos ataques do 11 de Setembro temos visto a política americana seguir caminhos que não poderiamos jamais imaginar enquanto estávamos divertidos a assistir às desventuras do Clinton com as estagiárias.

Depois dos atentados a política americana tornou-se ainda mais próxima de grupos de extrema direita e perigosos evangélicos com ideias quase eugénicas apesar de fervorosos apoiantes da causa pró-vida, como é chamada por cá.

E entre esses perigosos grupos está a Coligação Cristã da América e o seu pouco convencional líder Pat Robertson. Este senhor é um dos maiores apoiantes da família Bush e recentemente, para coroar um conjunto de afirmações infelizes ao longo dos tempos, disse que era melhor os Estados Unidos começarem a pensar em limpar o sebo ao Chavez, até porque isso era bom para o preço do petróleo....

Triste é ver que a administração americana não condenou publicamente Pat Robertson e se limitou a dizer que não está a pensar limpar o sebo ao Chavez.... Quem sabe mais tarde pensem nisso.

quinta-feira, agosto 25, 2005

Zapping II

100ª Edição

Agora que estão atingidos e ultrapassados os 100 posts, é necessário comemorar a 100ª edição com algumas alterações que anteriormente já comecei a editar.

Ao longo de quase um ano deixei aqui a minha forma de ver as coisas nuns posts mais inspirados, outros mais pobres, uns mais interessantes e outros mais banais, por isso é altura de começar a fazer algumas alterações mais técnicas que de conteúdo.

Assim, além do contador de presenças que já consegui colocar aqui de lado, surge um novo nome e uma nova descrição.

Surge a rubrica "zapping" em que procuro deixar aqui imagens que vou encontrando pela net, preferencialmente noutros blogs e também a rubrica "Apontamentos da Blogoesfera"onde irão aparecer textos e/ou opiniões interessantes do blogoespaço em português (com ou sem sotaque).

Tb irão aparecer pela primeira vez aqui na barra do lado links vários com as páginas que eu acho que merecem uma visita diária ou ocasional e tb um chat onde os meus amigos podem conversar comigo se porventura eu estiver por cá.

Em breve algumas mudanças a nível do layout.

Abraços a todos.

Deixa arder

Não falo mais sobre incêndios. Para mim acabou a época. Não se consegue fazer nada neste país (não quero tentar valorizar o que se possa querer fazer) sem que apareça logo um monte de técnicos e especialistas de trazer por casa a dizer que "isso não é bem assim..."já nem o presidente escapa.

quarta-feira, agosto 24, 2005

Zapping

A Fera

A fera que divide comigo a casa nos suburbios. De sua graça "Fidel".

Apontamentos da blogoesfera

"Agora o Abrupto, meus amigos, o Abrupto é o cúmulo. Pacheco Pereira acredita que é plagiado em cada texto que publica. Pelo que vejo em algumas opiniões, já nem haverá redacções de jornais. A classe jornalística acorda, vai ao Abrupto, copia as opiniões de Pacheco Pereira e faz um jornal diário. Num texto recente até difama colegas autores, citando os seus blogues como exemplos de como o Blogómetro não pode funcionar bem. Nesse mesmo texto, refere, pela primeira vez, a dicotomia visitas/influência. Para ele, mais do que muitas visitas, o Abrupto tem influência. O fundamento está nos linques feitos ao Abrupto. Mas Pacheco esquece-se que, como José Castelo Branco, ele é uma figura pública. A sociedade tem uma certa atracção pelas figuras públicas. Se ele assinasse como António Vítor, provavelmente estaria a lutar pela dezena de visitas."


JCS in "Arrogância blogosférica..." Lóbi do Chá



Jerónimo a presidente (a sequela)


Mas porque raio o PCP insiste em fazer estas coisas???

Será possivel que não tenham entendido que um secretário geral que vai a todas e que ainda por cima já concorre pela segunda vez só aprofunda a visível falta de soluções do PCP.

Não seria melhor assumir claramente que o espaço eleitoral que o PCP influencia deve apoiar uma candidatura de esquerda que venha a surgir?

Enfim, pelo menos conseguem um pouco mais de projecção mediática com mais umas conferências de imprensa carregadas daqueles jornalistas que tantas e tantas vezes são criticados pelo PCP.

Musica no Coração


The hill's are alive... with the sound of music....

Pois é, a nossa habitual companhia de Natal, junto com a Mary Poppins está de volta em edição especial em DVD.

Apesar de já não ser um filme da minha geração, a televisão publica e os trocadilhos do Herman e da Rueff com os "montes estão vivos" fizeram com que o filme fosse quase uma referência para mais de uma geração.

Numa altura em que se vai a correr à Fnac comprar o pack "Dartacão" ou "Verão Azul" (esse ainda tenho de comprar) não fica nada mal ter na prateleira esta edição especial.

Bons filmes

Pelos ares


Agora que me tornei um tardio fanático de aviões não posso deixar de vos dar mais uma foto de um dos aviões que considero mais impressionantes, tendo em conta o serviço público que presta.

Aqui fica para os aficcionados uma foto de um Canadair a encher os tanques.

Era bom que tb tivessemos alguns....

O Sonho

Já todos sabemos que a galinha da vizinha é melhor que a minha, o que traduz uma certa mesquinhez do povo Português...

O que não tínhamos percebido é que a famosa simpatia e convivência pacifica dos portugueses em relação aos vizinhos (quem é que terá inventado esta...) fazia com que fossemos altruístas ao ponto deixar arder as nossas próprias casas só para não incomodarmos a propriedade alheia....

A lei, (essa coisa quase abstracta) exige a limpeza à volta das construções rurais numa área de 50m.

Aqui importa diferenciar a propriedade rural em que existe um terreno efectivo que por vezes tem uma exploração agrícola ou florestal, da habitação pirosa que se mandou fazer no lote de terreno que se comprou à revelia dos PDMs e da reserva agrícola nacional.

E é nesta segunda categoria que reside o principal problema. Quando os portugueses resolvem construir nestes lotes martelados, fazem-no no limite do espaço que adquiriram para que possam ter uma vivenda murada e azulejada com 10 assoalhadas embora apenas utilizem três e só no verão.

O problema é que não há espaço além da vivenda para mais do que uma horta (sonho de qualquer português com mais de 45 anos), o que inviabiliza a lei dos 50m.

Além disso se a casa arder e ainda por cima houver a possibilidade de culpar o vizinho por não ter limpo o lote onde ainda não construiu.... então ainda melhor, ao fim ao cabo culpar alguém que não se tenha substituído à nossa própria responsabilidade como cidadãos é uma espécie de desporto nacional.

Notas de rodapé

Consta que o jovem abençoado trouxe uma justificação do Bento, para entregar no trabalho...

segunda-feira, agosto 22, 2005

Arte alentejana


Permitam-me de vez em quando a arrogância de falar daquilo que de certa forma faz parte da minha história e que por inúmeras razões suscita em mim sentimentos discordantes.

Alguns de vocês compreenderam já que falo do Alentejo e mais concretamente de Moura. Não penso perder aqui muito tempo a salientar o marasmo ou situacionismo em que o Alentejo vive nos dias que correm e nos dias que já passaram.

Permito-me hoje apenas a salientar o que de bom se pode fazer com uma herança cultural de séculos posto ao serviço das novas gerações.

Assim foi criado em Moura à algum tempo na Igreja de São Pedro um museu de arte sacra que merece uma visita se porventura passarem pela margem esquerda do Guadiana.

Fica aqui o link para o site da câmara que não têm propriamente informação sobre o museu. Tentei encontrar informação digital mas neste momento ainda não está disponivel. Se estiverem interessados contactem a câmara de Moura com os contactos que estão na página.

O museu fica na Rua da República mas se tiverem de perguntar por direcções perguntem antes pela "Rua dos cafés"...

A malta tem de fazer pela vida


No melhor pano caí a nódoa...

Eu assim como uma série de pessoas com quem me relaciono, temos sempre uma espécie de nostalgia popular (quase Kitsch) pelas intentonas de esquerda na América latina e uma nostalgia ainda maior pelas democracias de esquerda derrubadas por golpes militares.

Por isso, Lula da Silva e o PT representavam uma espécie de ultima esperança para a América do sul. Para muitos o farol da liberdade (frequentemente invocado por Bush) estava no Brasil e não nos EUA.

Frustrantes noticias vindas do outro lado do atlântico, com mais ou menos envolvimento português, têm destruído este sonho.

Fica bem ao Lula pedir desculpa ao país pelo escândalo do mensalão mas o problema brasileiro da corrupção é bem mais vasto. Alguns dizem até que foi uma herança que por lá deixámos.

O problema da corrupção no Brasil é culpa do sistema político criado na República Federativa do Brasil que à semelhança do caso francês é também uma valente confusão.

O Brasil não tem, porque nós não deixámos, uma realidade cultural diversa, que se possa dividir por estados tal como acontece nos Estados Unidos. Ainda assim e por comparação com a divisão regra e esquadro que as potências europeias fizeram em África, consideraram melhor dividir o país em estados mais físicos do que entidades culturais. Esta divisão cria um sem número de cargos políticos que devido à extraordinária distância em relação a Brasília, permite aos caciques locais exercerem o poder a seu belo prazer.

Em segundo lugar e apesar de o Brasil ser a maior democracia da América Latina a proporção dos deputados ou senadores para Brasília respeita uma relação directa entre número de eleitos por terreno total do estado e não por população. Ou seja, era como se o distrito de Beja fosse a zona do país que mais deputados elegesse embora fosse a zona menos povoada. Ora no Brasil, os estados da amazónia onde vive menos gente e com menos acesso à cultura e à informação é onde se elegessem mais deputados ou senadores. Está mesmo ver-se que vão para Brasília todos os coronéis das novelas.

Terceiro problema: A existência de duas câmaras. O congresso e o senado. A meu ver não faz sentido até porque não é claro, nem para os brasileiros, onde começam as responsabilidades de uns e acabam as dos outros.

Quarto problema: A profusão de partidos políticos devido à dimensão continental do país, o que gera a necessidade permanente de acordos mais ou menos claros entre eles.

E ultimo problema mas não menos importante, a necessidade de um grande número de legislação ter de passar pelo congresso onde fica na maioria das vezes retida. No Brasil e por o sistema ser presidencialista, as acções legislativas do governo estão na sua maioria limitadas à aprovação do congresso, ao contrário de Portugal onde existem compartimentos estanques entre a capacidade legislativa do governo e da assembleia.

Ou seja, isto tudo para dizer que só há mensalão porque é necessário pagar para que os projectos passem no congresso. É a única forma de fazer aquilo andar para a frente.


Não consigo deixar de me lembrar que estou a falar do país que aqui à uns anos referendou se os brasileiros pretendiam um regime presidencialista, semi-presidencialista ou monárquico... não posso esquecer que caso os brasileiros tivessem mesmo levado este referendo a sério, poderiam ter escolhido uma monarquia presidencialista....e que assim que escolhessem este fantástico sistema, criar-se-ia uma imediata crise de sucessão monárquica... palavras para quê...

Preguiça

Eu até tinha umas coisas para dizer... mas não me apetece mesmo nada falar das presidenciais...
Fica para mais tarde... reservo-me (como os candidatos a candidatos)

sexta-feira, agosto 19, 2005

Economices

Depois da divulgação de mais umas previsões péssimas para a nossa economia pelo INE, pelo menos existe um indicador positivo.

Verifica-se um aumento da produção industrial, sendo que este aumento é mesmo o mais forte da UE.

Pode ser que se consiga aliar este aumento, muito pouco comum em Portugal, a um reforço das exportações para dinamizar a economia.

Já estamos todos cansados de ser o aumento do consumo privado a puxar isto para a frente....

quarta-feira, agosto 17, 2005

Jovem português abençoado por Deus


Não tenho por hábito seguir a agenda da igreja mas devido à projecção da primeira visita ao estrangeiro do Papa Bento XVI, fiquei a saber que se irá realizar em Colónia um grande encontro da Juventude cristã.

Naturalmente que irão estar presentes alguns milhares de jovens portugueses. No entanto, nem todos manifestarão tão próxima relação com Deus como o jovem de Vila Nova de Gaia que não tinha previsto a ida à alemanha e que apenas pretendia despedir-se da sua namorada, quando por desígnio divino abriu uma vaga na camioneta e o jovem não hesitou em compreender a vontade de Deus e embarcou rumo a Colónia.

Até aqui tudo bem, mas o jovem começou a trabalhar à cerca de dois meses num museu do Porto e perante tão clara vontade de Deus não teve sequer tempo de avisar que ia faltar ao emprego durante todo o período do encontro.

Quanto questionado sobre a sua situação no emprego, o jovem não hesitou em dizer que esperava que Deus o ajudasse a justificar a ausência (pois é, vai levar um papel assinado pelo Pai....)

Das duas uma.... ou o moço é um vidente de Fátima tardio de quem poderemos ainda esperar grandes milagres e a salvação dos pecadores ou é um grande calão com a mais esfarrapada das desculpas jamais ouvida.

Fogo em bloco

Eu bem que já tinha desconfiado que em Espanha algo se passava porque nas imagens dos incêndios só se vê fumo, helicópteros e grandes planos. Sempre pensei que por lá as reportagens sobre os incêndios não fossem feitas por jornalistas estagiários à espera do furo que lance as suas carreiras, mas sim por jornalistas com créditos firmados e por isso não estavam para se arriscar na proximidade com as chamas.

Afinal estava enganado... pelas bandas de lá existe uma espécie de acordo sinistro e obscuro entre os canais de televisão para não mostrarem chamas. Assim como quem diz que se houver algum artista a atear um fogo perderá todo o impacto que esperava ter aparecendo nas noticias.

Pois por cá o Bloco de Esquerda sugeriu medida de igual impacto para a nossa comunicção social.

Confesso que desconfio sempre deste tipo de acordo que visa esconder algum tipo de informação da generalidade do publico. Ainda por cima poque este suposto acordo está baseado na ideia, a meu ver ingénua, que a generalidade dos incêndios em Portugal têm mão criminosa.

Apesar de todos os nossos defeitos (que eu tanto gosto de denunciar) já estamos crescidinhos para ver o que vai acontecendo por esse país fora.

Além disso as imagens de gente a fugir em pânico e de povoações ameaçadas de desaparecimento são uma ferida muito maior que não podem deixar de provocar dores em alguém com responsabilidades.

Estranhos kibutzs

Estranhas imagens estas que temos assistido ultimamente da evacuação dos colonatos israelitas na faixa de gaza...

Estranho porque a ultima vez que me recordo de evacuações ou demolições naquela zona elas afectavam exclusivamente os palestinianos que tinham o azar de ter filhos que se tinham feito rebentar em israel e por isso o exercito deitava-lhes a casa abaixo.

Estranho que os colonos agora evacuados não tivessem considerado o direito inalianável à habitação que agora defendem na altura em que o exercito que os defende deitava abaixo casas de palestinianos.

Mas a situação é um pouco mais complexa do que se possa imaginar. Apesar da histórica e sábia decisão de abandonar a faixa de gaza após 38 anos de ocupação, Sharon terá de continuar a lidar com problemas internos dos extremistas religiosos (com memória curta...) e com os extremistas reforçados por esta meia vitória...

Neste momento as posições estão extremadas como nunca e a situação antes de melhorar pode piorar seriamente. Os colonos que obteram este território à 38 anos no decorrer de uma guerra que nem sequer foi iniciada por israel mas pelos àrabes, acham que esta terra lhes pertence por direito... apesar de à 38 anos serem outros que lá estavam...

Os palestinianos apesar de nunca terem tido qualquer "terra prometida" oficialmente reconhecida pelos (supostos) amigos àrabes, e apesar de sempre terem vivido como apátridas entre várias regiões, arrogam-se no direito de não reconhecer o estado de Israel nem que seja uma àrea de 10m2.

Para mim é linear que faixa de Gaza deve ser abandonada até porque não faz qualquer sentido que para forçar a presença de alguns milhares de colonos seja necessário protegê-los permanentemente de mais de um milhão de palestinianos que vivem na região. Além disso é simplesmente.... justo....

O problema é a criação de um estado palestiniano independente fora da faixa de Gaza e a polémica questão da capital ser em Jerusalém. Isto porque na Cisjordânia os colonatos foram deliberadamente construidos como cogumelos quebrando a continuidade de um suposto território palestiniano na margem do Jordão entre a Jordânia e Israel.

Na Cisjordânia os colonatos foram dispersos à volta das cidades palestinianas e cercados de muros e arame farpado e não se está a ver que Israel venha a abdicar destes como já fez no libano e agora em Gaza.

Aqui é que reside o problema principal e a possível escalada de violência no conflito israelo-palestiniano

Correio dos leitores II

Meu caro anónimo, de facto andei a passear durante o fim de semana prolongado... gosto por vezes de levar à letra o "vá para fora cá dentro" e para minha desilusão não consigo desligar o sensor que me permite ir ao Santo Antonio e comer tranquilamente algumas bifanas (sardinhas era pedir demais).

Realmente essa prática requer alguns anos de treino e reconheço agora que ainda não está ao meu alcance nas minhas viagens cá dentro.

Não consigo ainda passar para além da falta de cuidado com que tratamos as nossas coisas, não consigo ver além da sujidade, do desleixo, da aberração, da alarvidade entre outras coisas....

Mas o meu caro anónimo tem razão.

Há realmente neste post algum ressentimento.

sábado, agosto 13, 2005

Wild lost west

Como eu detesto o oeste...

O nosso oeste cresceu numa espécie de franja agricola de lisboa, o oeste é uma espécie de sucedâneo rural da sofisticação novo-riquísta de lisboa, e não serve para mais nada além de ter uns monumentos bons para umas voltas saloias, umas vivendas pirosas onde as pessoas que as habitam têm a audácia de dizer que vivem no campo, e tem Fátima....

Aqui nada que tenha menos de 200 anos vale o esforço de conhecer.

Mas ainda pior que o oeste ou até pior que fátima são as dezenas e dezenas de excursões com ainda mais dezenas de gente pirosa e saloia de outras partes do país mas que insistem em vir para o oeste aos almoços convívio em aveiras de cima e insistem em parar em todas as estações de serviço da auto-estrada para dar uma "mija"a dois metros da porta oficial do wc da estação de serviço porque um homem precisa de os arejar...

Certamente é uma forma de se vingarem da auto-estrada pois teriam preferido vir sempre pela nacional para poderem discutir (com tempo) até quase à agressão quais possuem a doença mais debilitante tendo em conta que todos sofrerão do coração e dos nervos... ou os mais aptos a trabalhos físicos que nunca antes estiveram habilitados a fazer... Eu detesto o oeste...

Isto faz sempre lembrar aqueles sítios que por mais obras que se façam vão sempre parecer inacabados como grande parte da margem sul onde por mais que se limpe está sempre tudo cheio de areia. Parece que aquele pedaço de país foi criado para os arrastadores de chinelos mas por alguma razão obscura eles acabaram todos por conseguir fugir....

Lá está este gajo outra vez... o oeste é uma linda região com tesouros escondidos que é preciso procurar... Pois, mas se houver alguma coisa de realmente interessante por estas bandas é melhor que salte à vista porque no meio de tanto azulejo nas paredes exteriores e telhas pretas daquelas da Baviera vai ser dificil encontrar...

quinta-feira, agosto 11, 2005

Incêndios transfronteiriços



Parece que já se concluiu que Portugal, apesar da área que tem, é o país da Europa onde percentualmente mais arde área florestal.

Os nossos vizinhos espanhóis, franceses, gregos e italianos que tal como nós enfrentam todos os anos, Verões tão quentes quantos os nossos, ardem muito menos.

Ainda que pontualmente tenham incêndios de grandes dimensões, nunca ardem tantos hectares como em Portugal.

São inúmeras as razões culturais para isso acontecer, mas a principal razão é porque no combate aos incêndios como nas outras áreas o dinheiro escasseia embora escorra em grandes quantidades para as empresas privadas que disponibilizam meios aéreos.

Mas vamos a exemplos curiosos:

Há dias houve um incêndio no parque natural de Montesinho em Trás-os-Montes. Este incêndio devido à proximidade com Espanha motivou os "nuestros hermanos" a darem uma ajuda que se traduziu na vinda de três meios aéreos pesados para fazer companhia ao único meio aéreo português disponibilizado para este incêndio.

Infelizmente não temos este tipo de iniciativa e rapidez de reacção para resolver os nossos problemas sejam eles incêndios ou outros.

Claro que para visão espanhola é sempre melhor arder em Portugal do que arder em Espanha... é um raciocínio infalível e a nós apenas nos resta agradecer a disponibilidade espanhola.

Já em Espanha, este ano também tem sido difícil e os incêndios têm provocado algumas mortes. Ainda assim o total de área ardida continua a ser percentualmente muito inferior.

Dá que pensar que no ultimo grande incêndio em Espanha, na Andaluzia, arderam 6000 hectares para os quais foram disponibilizados 38, sim 38 meios aéreos…

segunda-feira, agosto 08, 2005

Outra vez as chamas...


Poderia dizer algumas palavras sobre os incêndios que mais uma vez assolam o país, mas certamente que não passaria de uma série de perguntas sem resposta para a minha perplexidade....

Assim aqui fica o link para alguém que melhor se expressou sobre este assunto, eu não o teria feito melhor.

Até sempre camarada


Para todos os que acham mesmo que eu sou comunista não poderia deixar passar em claro a morte de um dos pais fundadores (como se diz agora) do nosso actual regime.

É verdade que durante toda a sua vida defendeu um sistema com o qual agora podemos não concordar, mas como poucos defendeu as suas ideias de forma coerente.

É importante nesta altura reconhecermos o que devemos a Àlvaro Cunhal.

Quantos de nós estariam disponiveis para na mais profunda clandestinidade, assim como na prisão, resistir à ditadura e continuar uma luta sem quartel pela queda do regime??

Provavelmente muito poucos.

Quantos nesta altura podem dizer que não utilizaram a sua influência politica para protagonismo pessoal??

Provavelmente muito poucos.

Bem haja camarada.

Quem te viu e quem te vê...


Desde sempre mantive com a França uma espécie de relação de proximidade e admiração, não sei se por ser um país de eleição para uma parte da minha familia ou se por ser a casa preferencial dos exilados politicos da ditadura. Não sei se por causa da revolução ou até porque ainda ecoa no meu espirito alguma coisa de um Maio de 68 que não vivi.

Para mim os franceses sempre se juntaram numas tertúlias bem regadas com vinho de qualidade ou "pastis". A França para mim sempre foi um sitio onde a democracia triunfava, onde as ideias de liberdade floresciam em cada esquina, tal como as flores, tudo aliado a um certo glamour que os franceses se esforçam por manter.

Mas as coisas nos ultimos tempos têm vindo a mudar... cada vez mais se tem vindo a instalar em França um medo irracional sobre o futuro.

A França tal como o resto da Europa está a mudar e começam a ser evidentes os receios de insegurança relacionada com a imigração que têm como resultado a quase eleição de Le Pen, a lei sobre a religião nas escolas e a derrota do referendo Europeu.

Precisamos todos que a França rapidamente recupere a sua auto-estima e perca o medo que sente actualmente.

Casa roubada...


Pois é, tivemos um arrastão... pois é não tivemos um arrastão....
Bem entendam-se... tivemos ou não tivemos um arrastão???

Como estou verdadeiramente confuso quanto à definição em causa para a polícia e para os meios de comunicação social e até para os candidatos independentes do BE... resolvi deixar aqui uma definição que obtive no dicionário:

arrastão
s. m.,

  • esforço violento e impetuoso para arrastar;
  • repelão;
  • vara que nasce no pé da videira e se estende pelo chão;
  • rede grande de saco que é arrastada pelo fundo do mar, a reboque dos barcos de pesca;
  • barco de pesca que emprega redes de arrasto.

Podemos excluir desde já a vara, a rede e o barco, mas mesmo assim fiquei na mesma, houve ou não um arrastão? Vamos então por partes. Houve ou não um esforço violento e impetuoso de arrastar??? aparentemente sim, houve.

Não há na definição de arrastão qualquer indicação que me possa ajudar quanto à quantidade de pessoas relacionadas no esforço violento e impetuoso de arrastar ou repelão.

Ou seja, se não existe qualquer diferença na definição quanto à quantidade de malfeitores que praticam o acto violento e impetuoso de arrastar ou repelão.

Assim não posso deixar de concluir que aquilo que com o tempo tinha passado de arrastão a carga policial, foi e continua a ser um arrastão ainda que nele possa ter participado um único arrastador.

Nesse caso sinto-me na contingência que exigir ao Sr ministro da administração interna que garanta a minha segurança na praia durante todo o tempo e não apenas quando é preciso pôr trancas à porta.

Londres e o terrorismo


Londres à semelhança de Nova Iorque e Madrid foi tb vitima do terrorismo que tem vindo a afectar este inicio do século XXI.

Mais uma vez os inocentes cidadãos das mais variadas origens e credos que abundam em Londres foram atacados sem que para isso haja qualquer razão objectiva e sem que consigamos alcançar qualquer tipo de fim que justifique este meio.

A cidade que visitei em Janeiro (ver posts entre 16/01 e 05/02) é tal como disse uma enorme sede das nações unidas reunindo-se ali todas as nacionalidades e religiões numa convivência geralmente pacífica agora perturbada pelos atentados.

Pena é que numa cidade em que se respirava uma atmosfera de segurança, onde era possivel andar por quase todo o lado sem grandes preocupações, passe a haver uma paranóia securitária ao estilo de nova iorque.

Nada podemos fazer contra bombistas suicidas e ninguém como os ingleses souberam interpretar isso continuando a seguir as suas vidas normais apenas perturbadas por um aumento das operações policiais no seu caminho para o trabalho...

Devo reconhecer a inteligência dos britânicos e de Tony Blair na gestão desta crise, pelo menos Tony Blair compreendeu a necessidade de não transformar esta "guerra" num (tão falado) "choque de civilizações" como Bush insiste em nomear (para isso era preciso que ele fosse civilizado) e tratou os terroristas como vulgares criminosos que nada têm a ver com a religião que defendem até porque não hesitam em matar muito mais dos seus do que ocidentais.

Continuemos todos a viver as nossas vidas normais, pois é essa a única forma de deixar claro que não nos deixaremos vencer.

Correio dos leitores

Presunção e água benta.... agora até auto-denomino os comentários que são feitos aos meus posts como "correio dos leitores"

De qualquer forma gostaria que o meu amigo que gentilmente colocou o comment que aqui transcrevo se identifique nas proximas vezes até porque eu sei muito bem quem você é....

Aproveito a oportunidade para alertar os meus exigentes amigos que a minha cosmopolita vida (não tenho tomado os comprimidos, só pode) por vezes me impede de manter a actualidade deste blog.

"(...) Talvez o PS perca de facto nas autárquicas, porque nada faz para se libertar (um pouco que fosse...) da lógica "aparelhistica" e de algum populismo dos candidatos "figurinha" e "figurão"(dos desconhecidos caciques locais aos recém-candidatos a VIP). Mas convenhamos que a gestão das questões de governo também não tem sido pautada por aquele rigor e serenidade que se apregoavam, além das questões de substância poderem de facto ser discutíveis (nomeadamente OTA e TGV - se não as ideias, a pressa de as empacotar e vender). E as autárquicas ditarão assim provavelmente um eco do que se sente sobre o governo, quando pareceria ainda tão cedo para os famosos "cartões amarelos". Mas logo virá o Sebastião, que a esquerda agora também arranjou um (e o Sócrates também se portou lindamente nisso...)"

Meu amigo, mais lá para a frente, neste esforço hercúleo de actualização falarei dos nossos novos ou antigos presidenciaveis... aliás até porque por diversas vezes já falámos de sebastianismo... no entanto não posso deixar de concordar que a imagem que nos quiseram habituar com aquela questão do silêncio na formação do governo e a simplicidade e rapidez da tomada de posse acabaram por se perder, e falta agora alguma ponderação que se reconhecia logo no inicio. Sim, parece que há urgência em ter projectos e apresentar alternativas não se sabe muito bem ao quê, embora considere os projectos de indiscutivel importância.

Até breve.

O desafio europeu da agricultura


Como já vimos mais para trás a Europa está numa situação dificil se não se conseguir chegar a um acordo sobre a constituição e ainda mais importante (pelo menos para a maioria dos países) sobre o quadro comunitário de apoio para os proximos anos.

Segundo o duplamente "nosso" presidente da comissão Europeia, Franceses e Ingleses estão a condenar o projecto europeu.

As palavras aparentemente sábias mas profundamente imprudentes de Durão Barroso revelam um complexo problema que a maioria da união tem preferido arrumar de lado até agora.

Sim, a agricultura europeia e a famosa PAC.

Ao longo dos anos a Europa tem subsidiado os seus agricultores para produzirem em excesso ou então para não produzirem. A agricultura tornou-se ao longo dos anos a única actividade com certeza de rentabilidade na Europa para os agricultores que souberem aproveitar bem os fundos, o que nem sempre aconteceu aos portugueses.

O problema principal é que os agricultores franceses têm sido os mais beneficiados da Europa e mesmo assim continuam a lamentar-se apesar de inundarem, tal como os espanhóis, os mercados dos outros e os menos beneficiados têm sido os ingleses que ainda assim têm uma agricultura de sucesso.


Agora estamos perante o dilema de os franceses quererem mais dinheiro para a sua agricultura e os ingleses se recusarem a aprovar um orçamento que dê mais dinheiro aos franceses se os seus agricultores continuarem sem receber incentivos.

Ora tudo isto para explicar que esta conversa não me interessa para nada... parece-me cada vez mais claro que a agricultura subsidiada e protegida da União Europeia não tem futuro porque prejudica gravemente o investimento noutras àreas fundamentais e principalmente prejudica os países em vias de desenvolvimento que depende quase exclusivamente da agricultura.

Os mercados destes países emergentes que nós insistimos em apoiar em grandes e humilhantes campanhas humanitárias é frequentemente inundado por produtos excedentários vindos da Europa a preços artificialmente baixos devido aos subsidios.

Sejam ingleses ou franceses devem começar a olhar menos para os seus umbigos bem cheios.

Crónica de uma morte anunciada...

Está marcada para outubro a morte do artista. O artista é o PS e mais concretamente o seu coordenador autárquico Jorge Coelho.

A maioria dos comentadores politicos não hesita em afirmar que o PS será violentamente castigado nas eleições autárquicas devido às medidas impopulares que tem vindo a implementar.

De qualquer forma quero crer que a maioria dos portugues até considera estas medidas como justas e então não haveria razão para castigar o PS.

Então porquê uma morte anunciada???? porque o aparelho do PS optou pelo tacho certo no aparelho do estado e nas empresas públicas e não se chegou à frente para as autarquias.


Num pequeno exercicio de café com uns amigos rapidamente concluimos que para a àrea metropolitana de Lisboa, além do Carrilho (e sua interessante família) e da candidatura reciclada de Soares para Sintra, não há qualquer candidato que seja uma figura de primeira linha do PS.

Não falemos sequer da humilhante derrota que o Assis vai sofrer no Porto.

As autárquicas do PS estão inteiramente entregues aos caciques locais, que acharão óptimo, mas que não lhes garantirá vitórias. Pelo menos nas àreas metropolitanas.

De comboio ou de avião


Muita tinta tem corrido nos nossos jornais e televisões sobre o aeroporto da OTA e o TGV.
Basicamente a questão está entre saber como vamos continuar a sair do nosso cantinho à beira mar plantado para o resto do mundo.
Vamos querer ir de avião ou preferimos o comboio de alta velocidade ou ambos, ou então preferimos perder o comboio???
Sim, o país está numa situação económica delicada e provavelmente não devemos entrar em loucuras megalómanas.... mas tb sabemos que as nossas loucuras megalómanas (muitas vezes convenço-me que é a única forma de fazermos as coisas) geram muitos milhões de euros apesar das já habituais derrapagens.
De qualquer forma importa analisar se a OTA e o TGV se podem chamar loucuras megalómanas assim como alguns chamam à EXPO'98 e ao Euro2004.
O TGV é a norma europeia para transporte ferroviário de alta velocidade, tal como existe uma norma europeia para a televisão digital ou para a publicidade ao tabaco. Por isso se eventualmente optarmos por não fazer o TGV (sejam cinco ou duas linhas) e optarmos por fazer um teleférico, ou um trenó puxado por cães para nos ligar a Espanha e daí para o resto da Europa, Bruxelas não vai entrar com um único cêntimo. Ou seja, se não se fizer o TGV de acordo com a norma europeia para o transporte ferroviário de alta velocidade não vai haver nem dinheiro nem TGV.
Neste momento Portugal está ligado a Espanha e à Europa por via ferroviária por 3 comboios diarios, um para Madrid, um para Paris e um que liga o Porto a Vigo.
No meu entender é o mesmo que dizer que ferroviariamente o país está fechado como à 40 anos.
Infelizmente tenho o desprazer de já ter viajado no "Lusitânia Expresso" (nome estranhamente romântico) para Madrid e posso garantir que se trata de uma descida aos infernos com a duração de 10 horas. Ainda hoje tenho dentro da cabeça o ruido insurdecedor do metal que ininterruptamente se faz ouvir durante toda a viagem.
Não posso deixar de colocar a questão aos críticos se será razoável manter esta situação e permitir que quem chega a Portugal ou vá para o estrangeiro tenha de mudar de carruagem na fronteira com Espanha???
Quanto à questão do aeroporto confesso a minha total perplexidade.... não consigo acreditar que toda a minha vida adulta tenha ouvido milhares de comentadores , analistas e técnicos a dizer que o aeroporto no centro da cidade não poderia continuar e quando alguém toma a decisão definitiva de fazer outro aeroporto que só estará pronto com algum optimismo daqui a dez anos, todos vêm a correr à televisão dizer que é um erro monstruoso e um elefante branco.
Não tenho conhecimentos que me permitam responder, apenas sei que a portela está limitada e as mesmas razões que limitam a portela (aumento da pressão urbanistica) condicionam as opções Alverca e Montijo num futuro próximo.
Apenas sei que seja na OTA ou noutro lado qualquer ele acabará por ter de se fazer, ou não?