Já todos sabemos que a galinha da vizinha é melhor que a minha, o que traduz uma certa mesquinhez do povo Português...
O que não tínhamos percebido é que a famosa simpatia e convivência pacifica dos portugueses em relação aos vizinhos (quem é que terá inventado esta...) fazia com que fossemos altruístas ao ponto deixar arder as nossas próprias casas só para não incomodarmos a propriedade alheia....
A lei, (essa coisa quase abstracta) exige a limpeza à volta das construções rurais numa área de 50m.
Aqui importa diferenciar a propriedade rural em que existe um terreno efectivo que por vezes tem uma exploração agrícola ou florestal, da habitação pirosa que se mandou fazer no lote de terreno que se comprou à revelia dos PDMs e da reserva agrícola nacional.
E é nesta segunda categoria que reside o principal problema. Quando os portugueses resolvem construir nestes lotes martelados, fazem-no no limite do espaço que adquiriram para que possam ter uma vivenda murada e azulejada com 10 assoalhadas embora apenas utilizem três e só no verão.
O problema é que não há espaço além da vivenda para mais do que uma horta (sonho de qualquer português com mais de 45 anos), o que inviabiliza a lei dos 50m.
Além disso se a casa arder e ainda por cima houver a possibilidade de culpar o vizinho por não ter limpo o lote onde ainda não construiu.... então ainda melhor, ao fim ao cabo culpar alguém que não se tenha substituído à nossa própria responsabilidade como cidadãos é uma espécie de desporto nacional.
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