terça-feira, junho 19, 2007

Pontos de vista

Não conheço a zona, mas o rio Teixeira fica algures entre os concelhos de Vale de Cambra, São Pedro do Sul e Oliveira de Frades. É uma zona relativamente virgem do ponto de vista ambiental, e por isso mesmo tem inúmeros encantos. Tem acessos difíceis e escarpas perigosas e por isso mesmo é que é ideal para certo tipo de desportos.
No rio Teixeira há uma espécie de açude. Este tem uma utilização eminentemente agrícola. Mas apesar de todo o tipo de características próprias da zona, o açude que retém água livremente, é tecnologicamente avançado e está pensado para que sempre que o caudal de água atinge determinada dimensão, ao ponto de as bombas no local não conseguirem reter a água, é enviado um alerta ao presidente da junta local, que provavelmente receberá este alerta por sms.
E o que faz? Nada. Simplesmente nada. Mas porque raio seria necessário avisar bombeiros ou quem quer que seja da incapacidade de retenção de água do açude, se na realidade ninguém lá vai e não há nada que se possa fazer?
É mais um sinónimo dos dois países que continuam a viver aqui dentro. De um lado aqueles para quem um rio é um divertimento e do outro, aqueles para quem um rio é só água com que se rega as couves.

4 comentários:

Anónimo disse...

Raposinhao,estás enganado, pois nos dois paises que temos, um considera que fazer canoying num rio de motanha num dia de elevada puvliosidade é uma estupidez de morte, e por isso não o faz, o outro país que só cohece o betão e não compreende a natureza, morre.

José Raposo disse...

Dieguez, quem és tu?
É também uma interpretação válida, mas esse país não faz canoyinhg num dia de chuva? parece que faz... Seja como for alguém podia ter feito alguma coisa e não fez

Anónimo disse...

E não haverá aqui a considerar que a actividade dos "empreendedores" na área dos "desportos radicais" não tem nenhuma regulamentação, segundo se noticiou por estes dias? Demasiadas semelhanças com os tempos dos parques aquáticos, na minha humilde opinião... ainda que a utilização do espaço livre e aberto, como um rio, uma escarpa ou um cume, não seja de fácil regulamentação, pelo que alguma inteligência "radical" também é precisa (quem haveria a avisar ali? Corria-se pelas margens do rio gritando, para alertar eventuais utilizadores?)

José Raposo disse...

Haverá aqui imensas coisas a considerar e imensas responsabilidades a apurar. Mas a sorte é que neste país a culpa morre sempre solteira. São sempre os designios do Espírito Santo que atiram as pessoas das falésias abaixo, as fazem espetarem-se contra os postes ou irem rio abaixo. Provavelmente é irresponsável fazer desportos radicais naquelas condições, mas o próprio sistema do açude tem um sistema de alerta sonoro que não funcionou, e voltou a não funcionar por mais duas vezes já no período das buscas. Existem bombeiros. Existe protecção civil e por isso não compreendo que sabendo que aquele rio é utilizado para várias actividades, ninguém tenha feito nada.