sexta-feira, setembro 21, 2007

Um rio de cultura atomatada (2)


Ok, não há rio. Cada um decide sobre a sua cidade e faz-lhe o que entende. Aliás a ideia de uma espécie de Central Park pelo meio da cidade, nem sequer é totalmente disparatada, e é provavelmente melhor do que encher tudo de prédios. Mas e então o Mar, onde fica?
Também não? Pois, assim é complicado fazer uma regata... Mas a verdade é que ela se fez em detrimento da candidatura de Cascais/Lisboa.
O Mar está lá, mas obriga-nos a uma relativamente longa viagem de eléctrico, para lá chegar. Valência é mais ou menos como Aveiro, mas sem ria...
No fim do percurso, a praia e o porto. Como todos (ou quase) os locais de grandes eventos que custam milhões de Euros, o recinto de apoio à America’s Cup está praticamente ao abandono. Tem um café e uma loja de souvenirs. Nós três éramos a maioria das pessoas no local, sem contar com os funcionários.
Mas a praia é bonita. Longas costas, bem guarnecidas de passeios largos, restaurantes cafés e hotéis e pelo que dá para ver boas infra-estrutura de apoio à praia. Toda a zona parece um pequeno bairro piscatório que deu lugar ao turismo (onde é que eu já vi isto…), onde os preços acompanham a qualidade de renovação feita para a America’s Cup.
Em Valência é preciso andar. Andar muito, quase sempre para acabar numa das três principais praças da Cidade. A do Ajuntament, a de la Reina e a da Virgem.
Sim, não me enganei, é mesmo Ajuntament. Nesta parte de Espanha, como em tantas outras existe uma segunda língua. Aqui é catalão que se fala… Que nenhum valenciano me ouça senão ainda me dá uma bordoada. É que aquilo que eles dizem falar é Valenciá e não Catalá. Só o mais empenhado dos académicos consegue perceber onde está a diferença. Mas não interessa nada porque parece na mesma que se estão todos a cuspir e em Valência quase ninguém fala mesmo valenciano.
É mais como uma espécie de coisa gira para turista ver. Ter os nomes dos edifícios oficiais e dos Carrers (ruas) em duas línguas dá sempre mais personalidade a um sitio. É a mística…


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