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sexta-feira, abril 27, 2007

Tanto por fazer

Simpatizo com as causas que alegadamente defendem os manifestantes que terão procurado chegar à sede do PNR, ao fim do dia 25 de Abril. Tanto quanto discordo do folclore da sua indumentária, capuzes e cocktails molotov incluídos. Só servem a argumentação da PSP e nada mais.

Inclusivamente, cheguei a desfilar numa iniciativa semelhante no 1º de Maio de 1991. Dessa vez, as agressões (essencialmente verbais) vieram dos velhos sindicalistas da CGTP, visivelmente agastados com o tipo de vestuário, penteados e palavras de ordem dos “anarcas”...

Espero que as próximas reuniões destes ou de outros militantes de causas sejam manifestações de combate de ideias que prescindam de capuzes, barras de ferro, paus ou cocktails molotov. Caso contrário, só massaja os egos daqueles que teimam em equivaler os extremos da actividade política. Numa altura em que os nazis cá do burgo voltam a pôr a cebecinha de fora, nada como apresentar um reverso da medalha. Radical em tudo, menos nos aspectos violentos da acção política.

No DN de hoje, um artigo sobre essa manifestação, incorre num tipo de gaffe cada vez mais frequente...

A jornalista refere o seguinte:

“Entre a cerca de centena e meia de pessoas que se concentraram no Rossio (...) viam-se sobretudo jovens, muitos deles rastas, outros negros.”

Esqueceu-se de enumerar as cores do cabelo e das peças de roupa presentes... Mas é natural. A senhora jornalista deveria estar influenciada pelo sr.Aznar...

Horas depois dos eventos da baixa lisboeta, um senhor que foi corrido da presidência do governo espanhol por insistir que havia sido a ETA a responsável pelos atentados de Madrid, falou para “mais de uma centena de empresários, políticos e opinion makers”.

As pérolas que o DN destaca são várias. Destas, realço a alusão de que o “multiculturalismo” é a “negação da sociedade democrática”.

Tem toda a razão.

O multiculturalismo tem muito pouco a ver com a “democracia” de Bush Pai e Filho, Thatcher, Reagan e Blair, figuras destacadas pelo próprio Aznar.

Recusar o multiculturalismo é recusar a evolução da História da Humanidade. É nem sequer perceber que os Estados-Nação da actualidade são, quase todos, fruto de séculos de processos migratórios, mais ou menos pacíficos. A “Espanha” do senhor Aznar é, ela mesma, um bom exemplo. Enquanto subsistir como a conhecemos, a “Espanha” integra culturas tão diferentes como a basca ou a galega.

Vindo de alguém que se diz católico, admirador de Papas e democrata-cristão, este ataque ao multiculturalismo parece não ser outra coisa que um aval à lógica maniqueísta do Bush filho.

Jorge Sampaio, atenção a estes “democratas”. Não há diálogo entre civilizações com senhores destes. E, tal como eu, acredito que o Sr.Presidente deseje um mundo em que a função que agora vai exercer nem sequer seja necessária. E, já agora, em que nenhuma jornalista se lembre de frisar a cor da pele de manifestantes.

quarta-feira, abril 18, 2007

"Uma questão de princípio"

Quebrando o processo de pesquisa para a minha rubrica dedicada ao 25 de Abril pela Internet, reproduzo aqui um post de Junho de 2006 porque o momento impõe e se para nada de melhor servir, pelo menos representa a minha opinião.

A democracia está permanentemente ameaçada pela arrogância daqueles que a imaginam eterna e por aqueles que se aproveitam dela para veicular ideias que na sua génese visam a sua destruição.
Mas a democracia é um conjunto de valores constitucionais à volta dos quais uma sociedade se organiza social e politicamente. Dessa forma é perfeitamente compreensível que uma sociedade não aceite, ou não tenha querido aceitar no momento da sua constituição, o princípio (ainda que democrático) de permitir ideologias que ameacem a continuação dessa mesma sociedade, tal como o fazem todas as ditaduras.
É um princípio de sobrevivência das sociedades democráticas contra aqueles que as pretendem destruir por oposição às sociedades ditatoriais onde estes mecanismos não servem para proteger a sociedade, mas sim o poder.
Não permitir formas de implosão auto-infligida não torna uma sociedade mais fraca. Apenas evita que ela possa ser destruída pelo interior com recurso aos instrumentos legais que as distinguem das ditaduras.

Eles andam aí


A web tem destas coisas. Por via da notícia da detenção de uns skins pela PJ, fui dar com a reacção do tal senhor do cartaz e, de seguida, com a alusão a um tal de Hervé Van Laethem.

Os dirigentes da jota do PNR destacam este personagem como um figurão que estará presente no concílio que decorrerá por cá no próximo sábado.

Fui ver quem era este senhor e descobri o suficiente para escrever umas coisitas mas nada como dar a voz ao próprio. Aliás, os próprios militantes do PNR compreenderão a minha preocupação. Afinal de contas, soube que um estrangeiro vem cá. Logo, convém saber de quem se trata...

"P: Que política consideras um exemplo a seguir?

R: O Partido Baas da Síria e do Iraque. O Baas é realmente um partido laico, socialista, anti-imperialista e nacionalista. Vi isso com os meus próprios olhos porque fui um “escudo humano” no Iraque, antes da agressão dos EUA em 2003. A maior parte dos nossos militantes tem também simpatia por Hugo Chávez.


Respostas Rápidas

Bélgica: País artificial que está a morrer.

FNB (Frente Nacional Belga): Trabalhamos juntos, mas não “dormimos” juntos.

NATO: Ocupação Militar da Europa.

Novopress: Informação Real.

Sérvia: Irmãos em luta.

Islão: Perigo na Europa, não é problema meu fora da Europa.

Vlaams Belang: Neo-Liberal, Sionista e pró-NATO.

Socialismo: Mentiras, corrupção, traição de trabalhadores. Só é bom quando está unido ao ponto de vista nacionalista (como o Partido Baas ou Chávez).

Nem Kippah, nem Keffiah: Boa regra que é contornada por alguns nacionalistas que são principalmente anti-islâmicos.

América: Inimigo Público nº1

Obrigado pelo teu tempo. Se quiseres dizer algo, estas são as tuas linhas livres…

Saudações a todos os camaradas - Europa, Juventude, Revolução. "


Nada mau para cartão de visita...

segunda-feira, abril 16, 2007

Polónia

A blogosfera, apesar de tudo, pode ser utilizada para fazer convergir pessoas sobre ideias e manifestações de defesa de princípios comuns a todos. É o caso da iniciativa que aqui se subscreve.
O Max do Devaneios lançou uma campanha à qual (como seu leitor habitual) não tenho qualquer dificuldade em aderir. Enviar um mail à embaixada polaca e solicitar a outros que o façam também. E porquê a embaixada polaca? Porque a Polónia vendeu caro a sua entrada para a União Europeia e agora que pertence, esqueceu totalmente os princípios que norteiam esta Europa, ignora os valores da democracia, a igualdade de oportunidades e os direitos humanos e alimenta extremismos vários, que encontram reflexo nos extremismos de outros países europeus.
Tudo sobre a liderança dos evil twins Kaczynski e dos seus amigos do partido das famílias polacas. Enquanto isso a União Europeia assobia para o lado enquanto vê crescer a perseguição a judeus, homossexuais, ex-comunistas e mulheres em nome de uma determinada purificação da sociedade polaca através do ensino do anti-semitismo e da homofobia.
Uma leitura atenta das etiquetas: anti-semitismo, extrema-direita, homofobia, polónia, xenofobia no Devaneios pode ajudar a compreender.
Embaixada da Polónia em Lisboa (politica.embpol@mail.telepac.pt).


"Exmo Sr Embaixador da Polónia,

Ciente do árduo percurso do Povo do seu país rumo a uma Democracia expurgada de totalitarismos como os que historicamente se abateram sobre a Polónia, é com genuína inquietação que assisto à implementação de medidas governativas tendentes a instaurar um clima de desrespeito pelos mais basilares Direitos Humanos. As soluções propugnadas pelo executivo de Varsóvia, ao terem como consequência o desrespeito pela liberdade de não prossecução de um dado credo, a perseguição de minorias sexuais e modelos familiares atípicos, assim como as sugestões vindas a público de uma proibição total do aborto ou, por outro lado, a apologia da pena de morte feita por alguns membros do Executivo que representa, traduzem uma divergência inaceitável com os valores que assumimos comuns nesta União Europeia.
Ciente que o Povo polaco, como outrora, saberá levantar-se contra a instauração da intolerância e do desrespeito pela dignidade humana, junto de vós lavro o presente protesto."