Afinal a tanga continua... apesar da insistência em dizer que não entramos novamente no discurso da tanga, o governo não deixou de ceder à dramatização das contas públicas por forma a melhor poder lançar medidas impopulares, mas necessárias.
Muito já se disse sobre as medidas do governo, e a minha impossibilidade de colocar novos posts dilui a análise possivel dessas medidas. No entanto, julgo que todas as medidas que se revelarem coerentes com as necessidades de justiça social são úteis ao país.
É pena que se tenha de nivelar por baixo, mas temos de uma vez por todas de nos convencer que os que neste momento já são ricos vão continuar a sê-lo e nem sequer podem ser condenados por isso. Afinal ficou já claro que bem ou mal são eles que puxam a economia para a frente e não o estado, afinal foi este que nos arrastou para a crise e não os privados.
Fora do "grande capital" estamos todos nós e convêm que para estes as condições sejam iguais e previsiveis.
Não é possivel continuar a manter por mais tempo o custo elevado de uma administração pública em que trabalham 600.000 pessoas em oposição a 4 milhões que trabalham no sector privado.
Não é possivel continuarmos a manter 6, 7 ou 8 sistemas de saúde diferentes até porque a maioria dos portugueses não tem acesso a eles e tem de recorrer às habituais filas da "caixa"
Não é possivel manter uma economia paralela em que 28% do PIB passa ao lado dos cofres do estado sem factura.
Não é possivel que haja regras diferentes para as idades de reforma entre sector público e sector privado quando no primeiro a maioria das profissões nem sequer são de desgaste rápido.
Não é possivel continuarmos a manter o corporativismo que se começa a manifestar nas nossas ruas quando a maioria das medidas anunciadas só terá impacto ao longo de um periodo de 10 a 15 anos.
Ainda assim é importante mantermo-nos atentos aos sinais menos positivos que vão aparecendo por aí.... não é normal a demissão de um ministro das finanças de um governo com maioria absoluta 4 meses depois de ter começado a governar e não é normal nomear-se antigos ministros para empresas publicas (embora sejam cargos politicos).
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