Somos mesmo um país atrasado onde a mais pequena tragédia do dia a dia acaba por ter um impacto desnecessário.
quarta-feira, junho 27, 2007
Momento de rara beleza Suburbana II
Somos mesmo um país atrasado onde a mais pequena tragédia do dia a dia acaba por ter um impacto desnecessário.
sexta-feira, junho 22, 2007
Somos pela opção Linha do Norte + 1 (ou 2)
Como dificilmente teremos um TGV a sério, podemos sempre arranjar um a brincar. Afinal sempre fica mais barato do que qualquer tipo de projecto que se queira fazer no país e pelo que se vê no filme, é igualmente cosmopolita.
Aliás, é inaceitável que o governo imagine a possibilidade de fazer o TGV sem se discutir o assunto durante mais 30 anos, com recurso a pelo menos mais 32 estudos, das 75 localizações alternativas.
Este é um governo anti-natura. Não compreende a nossa verdadeira essência.
quinta-feira, junho 21, 2007
quarta-feira, junho 20, 2007
Debate + 5 (de fora)
terça-feira, junho 19, 2007
Pontos de vista
segunda-feira, junho 18, 2007
Soma e segue
Desta vez ainda mais totós. É muito interessante esta forma de ser em que passamos a vida a dizer mal do país em que vivemos, mas conseguimos exercer da maior sobranceria em relação a outros povos e realidade no pior dos sítios, que é na casa deles.
Alguns dirão ou pensarão que muito boa gente também vem aqui ao burgo tratar-nos com sobranceria. É verdade mas convenhamos que esses não portugueses e para este registo não me interessam para nada até porque quase sempre estamos prontos a ser humilhados desde que seja cá dentro.
A ideia, a meu ver, totalmente descabida de subir a um poste para roubar uma bandeira, desconhecendo claramente o contexto cultural do país em causa, já para não dizer que não há nada que os ditos letões digam que seja compreensível para o ouvido português, não me parece infantil como disseram os jovens portugueses nas sempre interessantes chegadas à Portela, é na realidade cretino. Provavelmente tinham acabado as bandeiras magnéticas para o frigorifico lá na praça.
Aos poucos vamo-nos tornando estúpidos. E ainda que sejamos pobres somos muito mais ricos que muitos outros e portanto abriu-se um enorme possibilidade de sermos cretinos em imensos sítios do mundo.
Depois resta-nos queixarmo-nos e dizer que o MNE não fez tudo para nos livrar da nossa cretinice.
Volto a frisar por aqui que o MNE tem, e creio que há muitos e longos anos uma página na Internet dedicada a informações sobre países para onde os portugueses viajam, que obviamente não é consultada.
Ainda assim não posso deixar de notar o tipo de ambiente que os países de leste que entraram na União vieram trazer a esta Europa. A que custo se avançou para o alargamento e o que este tipo de nacionalismo bacoco pode prejudicar todo o continente. Mas isso são contas de outro rosário...
segunda-feira, junho 11, 2007
Hoje é que é
Na margem norte, na margem sul ou na margem Polilon, ou melhor, bem podia ser no Pólo Norte no Pólo Sul ou no Polilon. O saudoso fecho de correr que a mamã usa. A mamã e as outras senhoras.
E que falta faria um fecho de correr neste assunto…
E daí talvez não… com seis novas localizações fresquinhas, isto é capaz de durar pelo menos até 2050. E depois com o aquecimento global já nem é necessário construí-lo.
Ainda assim esta ideia de Alcochete agrada-me muito, vamos ver o que dá…
domingo, junho 10, 2007
Dia de Portugal
Desde logo a própria data que é absolutamente irrelevante do ponto de vista da nacionalidade. Portugal não nasceu em nenhum dia 10 de Junho de ano nenhum da graça de nosso Senhor.
10 de Junho é na realidade a data da morte de Camões. É um facto indesmentível que esse grande poeta foi dos que melhor nos soube interpretar. Mas em grande parte a sua influência póstuma mais nos condiciona do que nos recorda, e por isso a sua obra mantém uma gritante actualidade.
Não celebramos a vida de Camões, até porque basicamente o ignorámos em vida. Celebramos a sua morte porque é essa a única forma que conhecemos para homenagear quem quer que seja num pais em que o destaque dos vivos é geralmente mal reconhecido pela generalidade dos outros vivos portugueses. Pelo menos os mortos não se criticam uns aos outros.
O simples facto de ser Filipe II Espanha (I de Portugal) que reabilita a imagem de Camões após a chegada a Lisboa, quando pretendendo conhecer o poeta, descobre que já tinha falecido e estava enterrado numa qualquer vala comum, torna estranha a ideia de ter como dia nacional a celebração da morte de um homem que não conseguimos respeitar.
É a vida, dirão alguns, e por estas bandas a vida sempre foi madrasta para muitos.
Mas a ausência de qualquer festejo verdadeiramente popular, a ausência de símbolos, como o cravo de Abril, a não ser a própria bandeira nacional e as armas de Portugal (que não dão muito jeito para transportar se não for para a bola), leva a crer que a ideia de nação não está claramente enraizada em nós.
Não gosto de alimentar a ideia que somos uma sucessiva consequência de incidentes, uns mais felizes e outros mais infelizes, mas a realidade (por mais que nos custe) é que em praticamente nenhum momento da história portuguesa desempenhámos um papel colectivo enquanto povo, na defesa do interesse nacional. Antes, fomos quase sempre egoístas sobre as nossas pequenas mesquinhezes, sobre as terras, os negócios de família, mais tarde o comercio nas colónias etc. Tudo sobre aquilo que nos afectava directamente nos nossos locais de origem e nunca numa perspectiva nacional. Exemplos disso são a perda da independência, a restauração da mesma e até o 25 de Abril.
O país sempre foi dirigido por meia dúzia de iluminados, pertencentes a elites culturais que como no séc. XVIII, mais se identificavam com a França do que com o povo ranhoso que vivia aos seus pés e servia nas suas casas. Mas também sempre foi fortemente influenciado pelos endinheirados borregos que não tendo qualquer referência cultural faziam valer o peso dos seus anafados corpos e da sua anafada carteira.
Ao longo da história este desinteresse generalizado no futuro do país, enquanto entidade em que nos poderíamos rever com orgulho, foi habilmente aproveitado por elementos das elites que se iam revezando em orgias sanguinárias nos finais de cada ciclo político.
Habilmente conseguiram interpretar esta necessidade urgente dos homens providenciais, porque todos estávamos demasiado ocupados com o nosso quintal do que com o país.
Ainda somos assim. Ainda queremos homens providenciais, ainda queremos que tomem conta de nós. Ainda somos governados por elites que gostam mais do estrangeiro do que de nós, ainda somos ranhosos, o dinheiro ainda se sobrepões à justiça, e parecemos relativamente contentes com isso.
O país continua mesmo a ser o país de brandos costumes. Não se passa nada de particularmente importante neste país que nos faça levantar da cadeira, não haja o risco dela cairmos.
Já foi há muito tempo, e por isso a classe politica parece mais interessada em comemorar Abril e a Republica (não, não estou a criticar), mas o verdadeiro feriado nacional deveria ser a de 5 de Outubro, que marca o tratado de Zamora em 1143 que deu origem a este país. Mas infelizmente essa data já está ocupada.
Falta muito para cumprir Portugal, mas não quero parecer pessimista. Tudo isto tem algo de bom. Não nos levamos demasiado a sério como país e isso só nos pode ajudar. Levar tudo demasiado a peito só nos pode tornar iguais aos demais e nos fará perder em comparação e em dimensão. Temos a nossa própria especificidade, e apesar de continuarmos a ser um povo triste, já começámos a aprender a rir de nós próprios.
Fico contente que não nos tenhamos de levantar ao som do hino nacional e com o hastear da bandeira nas nossas escolas. Gosto de ter a possibilidade de não gostar de nós nem de Portugal. Mas um pouco mais de empenhamento não nos faria mal.
terça-feira, junho 05, 2007
Tinha de ser...
sexta-feira, junho 01, 2007
O que fazer da TVI?
Como é que se pode imaginar a continuidade do projecto da TVI com este tipo de relatórios internacionais? Não pode.
O canal que mais espreme o sangue, mesmo onde ele não existe, não é compatível com esta ideia absurda de sermos o nono país mais seguro/pacifico dos 121 analisados.
Será que vão acabar as criancinhas doentes, a violência urbana, as agressões e os homicídios? Se isso acontecer o que vai dar a TVI nos seus inúmeros espaços dedicados à decadência humana? Vai ser difícil para a estação de Queluz e nem os espanhóis, nem o Pina Moura, vão conseguir salvá-los.
Brincadeira, claro. Mas este é um interessante relatório sobre nós. Como quase sempre, vendo de fora, este país acaba por ter mais piada e são quase sempre os estrangeiros que reconhecem as nossas maiores qualidades.
Claro que somos pacíficos, Claro que somos seguros. Já todos sabíamos disso, mas ainda assim insistimos em permitir que se alimente a ideia que quase não podemos pôr um pé na rua sem que sejamos atacados por um qualquer grupo infantil pretendente a gang profissional, que vive à conta dos auto-rádios que rouba para alimentar o vicio dos caramelos.
Temos problemas como a maior parte das civilizações ocidentais, e mesmo que tenhamos a mais incompetente das polícias (a ver pela Sky News), estamos longe dos índices de perturbação social interna ou externa que existem noutros países.
Além disso estamos longe da possibilidade de qualquer conflito armado. Estamos longe de toda a gente, o que para estas coisas é sempre positivo, estamos numa Europa que nos integra e numa NATO que basicamente nos protege. Não fazemos mal a ninguém e talvez por isso ninguém nos tem querido fazer mal nenhum.
Vejamos o exemplo dos nossos amigos espanhóis. Se porventura houvesse um iminente projecto de anexação de Portugal pelos hermanos, reserva mental que também gostamos de alimentar, o nosso lugar nunca seria o nono. Já a classificação espanhola (21º) deriva mais de condições específicas das diferentes “nações” espanholas e da ameaça terrorista do que de um ambiente generalizado de insegurança.
Um interessante aspecto deste relatório é ver todas essas arrogantes nações que dominam o planeta, nas ruas da amargura deste índice. Outro aspecto importante e tido em conta na análise, têm a ver com o rendimento individual e o nível de escolaridade. Que é como quem diz se ganhássemos mais e tivéssemos mais educação poderíamos ser o primeiro. Quem diria…