Certamente que a ainda se lembram que o Paquistão já foi um dia uma democracia. Que Benazir Butho é uma mulher e foi eleita (assim como outros) num país muçulmano onde as mulheres não têm o papel que normalmente podem ter no ocidente. Que a democracia embora possa ter muitos defeitos, ainda é o sistema onde todos têm lugar e isso já aconteceu um dia naquelas bandas.
Paquistão que desde 2001 passámos a entender como o maior covil dos mais temíveis terroristas, como sede de todas as organizações extremistas que escorraçadas do Iraque e do Afeganistão o utilizam para ataques nesses mesmos países, tudo com a complacência do ditador Pervez Musharraf e da incompreensível amizade de Bush em relação a este.
Mas algo pode estar a mudar. Campo de tumultos permanentes, de atentados indiscriminados ou directamente a Musharrraf e ainda Caxemira e a questão nuclear, são razões mais que suficientes para a confusão que se vive no país.
Musharraf começa a ficar sem opções. Apesar de defender um país laico, dentro do possível por ali, parece que tem de lidar com uns serviços secretos radicais que não controla totalmente e que parecem querer alimentar as Al qaeda’s e afins. Tem contra si o facto de se ter proposto resolver o problema da corrupção e o estado a que preside se ter tornado muito mais corrupto e não conseguiu resolver qualquer questão com a Índia em relação a Caxemira. Ainda assim, apresenta-se como outros no passado se apresentavam como obstáculo ao avanço do comunismo, como obstáculo ao avanço do islamismo mais radical, que na realidade actua à vontade no seu país
Agora resolveu, no pleno “direito” dos poderes que se auto atribuiu, demitir o Procurador-geral lá do sítio. Musharraf resolveu atacar a ultima réstia de um estado normal de tipo ocidental onde a separação de poderes é pedra angular.
Os paquistaneses não ficaram parados. Vieram para a rua em diversas cidades e morreram em diversas cidades às mãos da repressão que a policia lhes moveu, mas abriram um brecha enorme na política de Musharraf. Estas pessoas que defende os advogados que saíram à rua e que defende um sistema judicial independente sem intervenção discricionária de um poder prepotente, são o embrião da democracia que o Paquistão já teve, e que um dia poderá voltar a ter.
Ou seja, Musharraf em vez de lutar contra o islamismo radical quando o ocidente lhe pede que intervenha acabando com as madrassas, onde clérigos radicais incentivam ao sacrifício contra os infiéis, o que já lhe valeu ameaças de bombistas suicidas, vai lutar precisamente contra aqueles que aparentemente defendiam um estado mais laico e daí mais semelhante às ideias do próprio Musharraf. Mas esta luta entre o secularismo e o islamismo radical, a que a situação na Turquia e no Líbano, ou até na Palestina, não são alheias, é muito importante para compreendermos que ao contrário do que muitas vezes é apontado na comunicação social, existe um Islão moderado que não se revê no radicalismo de alguns, mas que ainda assim nem smepre sai à rua com medo de confrontos com extremistas. Este Islão existe, mas não se manifesta porque infelizmente também se sente humilhado pela forma como é tratado pelo ocidente.
Paquistão que desde 2001 passámos a entender como o maior covil dos mais temíveis terroristas, como sede de todas as organizações extremistas que escorraçadas do Iraque e do Afeganistão o utilizam para ataques nesses mesmos países, tudo com a complacência do ditador Pervez Musharraf e da incompreensível amizade de Bush em relação a este.
Mas algo pode estar a mudar. Campo de tumultos permanentes, de atentados indiscriminados ou directamente a Musharrraf e ainda Caxemira e a questão nuclear, são razões mais que suficientes para a confusão que se vive no país.
Musharraf começa a ficar sem opções. Apesar de defender um país laico, dentro do possível por ali, parece que tem de lidar com uns serviços secretos radicais que não controla totalmente e que parecem querer alimentar as Al qaeda’s e afins. Tem contra si o facto de se ter proposto resolver o problema da corrupção e o estado a que preside se ter tornado muito mais corrupto e não conseguiu resolver qualquer questão com a Índia em relação a Caxemira. Ainda assim, apresenta-se como outros no passado se apresentavam como obstáculo ao avanço do comunismo, como obstáculo ao avanço do islamismo mais radical, que na realidade actua à vontade no seu país
Agora resolveu, no pleno “direito” dos poderes que se auto atribuiu, demitir o Procurador-geral lá do sítio. Musharraf resolveu atacar a ultima réstia de um estado normal de tipo ocidental onde a separação de poderes é pedra angular.
Os paquistaneses não ficaram parados. Vieram para a rua em diversas cidades e morreram em diversas cidades às mãos da repressão que a policia lhes moveu, mas abriram um brecha enorme na política de Musharraf. Estas pessoas que defende os advogados que saíram à rua e que defende um sistema judicial independente sem intervenção discricionária de um poder prepotente, são o embrião da democracia que o Paquistão já teve, e que um dia poderá voltar a ter.
Ou seja, Musharraf em vez de lutar contra o islamismo radical quando o ocidente lhe pede que intervenha acabando com as madrassas, onde clérigos radicais incentivam ao sacrifício contra os infiéis, o que já lhe valeu ameaças de bombistas suicidas, vai lutar precisamente contra aqueles que aparentemente defendiam um estado mais laico e daí mais semelhante às ideias do próprio Musharraf. Mas esta luta entre o secularismo e o islamismo radical, a que a situação na Turquia e no Líbano, ou até na Palestina, não são alheias, é muito importante para compreendermos que ao contrário do que muitas vezes é apontado na comunicação social, existe um Islão moderado que não se revê no radicalismo de alguns, mas que ainda assim nem smepre sai à rua com medo de confrontos com extremistas. Este Islão existe, mas não se manifesta porque infelizmente também se sente humilhado pela forma como é tratado pelo ocidente.
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