sexta-feira, maio 11, 2007

Saltar fora

A solução é simples. Se Helena Roseta, apenas dois anos e pouco depois de o Partido Socialista ter chegado ao governo, não vê qualquer possibilidade de participar na actividade politica do partido. Não se revê em nenhuma das políticas, nem tão pouco acha que o seu contributo seja válido, ainda que contrário à opinião da direcção do partido e da maioria dos militantes, então não podia continuar no PS.
Respeito muito a Helena Roseta que considero uma pessoa competente e capaz. Mas independentemente da ideia que se tenha das pessoas e independentemente da validade das ideias que cada um tem sobre si próprio, todos sabemos que nem sempre concordamos e nem sempre podemos esperar que todos concordem connosco.
Lamento que a opção de Helena Roseta tenha sido sair do PS, tal como no passado aconteceu com o PSD. Aprecio Helena Roseta precisamente por causa deste seu inconformismo com o sistema, mas não posso concordar com ela.
Infelizmente Helena Roseta não se fez ouvir da mesma forma que se faz ouvir agora, quando o PS esteve na oposição, para criticar o governo ou apresentar qualquer proposta alternativa. Nem ela nem o Manuel Alegre, com quem ainda com o PS na oposição já passavam os dias a alimentar a ideia, que o PSD agora aproveita num contexto nacional, que o PS estava a tornar-se claustrofóbico do ponto de vista democrático.
Mas isso não é um problema porque o PS tem muito boa gente para andar a fazer trabalho político. O verdadeiro problema está em que Helena Roseta e Manuel Alegre consideram ter-se arrasado em pouco mais de dois anos a matriz social do partido e todo o legado de Abril. Como quem diz, isto até podia acontecer, mas tinha de ser o PSD a tratar do assunto e não o PS. Mas isso não é verdade, até porque não é fundamentado em qualquer argumento apresentado por Helena Roseta. Não basta passar os dias a dizer que ninguém nos cala e a lançar a ideia que existem interesses obscuros de concentração de poderes em torno de uma pessoa para que isso passe a ser verdade. É preciso argumentar e é isso que não se tem feito. Ser de um partido não é algo que se faz das 9 às 6 e depois em casa já se pode ser independente.
O David no Dolo, à conta das eleições para a câmara de Lisboa, onde preconiza boas soluções, utiliza uma frase muito interessante que aqui destaco – ” (…) o PS continua a ser o mais completo e inclusivo dos partidos porque é o único que engloba uma oposição activa e militante (nada que se compare com o PSD que tem apenas um ridículo Menezes) de tal modo que para encontrarmos os opositores mais obstinados a Sócrates e à sua política nem precisamos de sair do PS.”
E não é que é mesmo verdade? Que no PS é que existe mesmo oposição ao PS e que isso só pode revelar a saudável discussão de ideias, ainda que a ideia romântica dos plenários com decisões por unanimidade e aclamação tenha sido à muito ultrapassada?
Confunde-me como Helena Roseta prefira saltar fora deste jogo colocando-se no papel de independente que nunca será, em vez de continuar a fazer valer as suas ideias, como tão bem faz. O panorama político do PS e do país fica mais pobre, mas a responsabilidade é da própria.

3 comentários:

pvnam disse...

«........mini-spam........»
SEPARATISMO NA EUROPA


---» Não sejas (mais) um Otário-Coveiro da Identidade Étnica Europeia!
---» A SOBREVIVÊNCIA é mais importante que a Ideologia!!!
---» Aquilo que está verdadeiramente em causa... é... a LUTA PELA SOBREVIVÊNCIA da Identidade Étnica Europeia, e não, andar a brincar aos partidos políticos.


NOTA:
-» Com o 'caixote do lixo' da História à espreita... talvez não fosse má ideia... abrirem os olhos (e depressa): a única maneira de salvar a Identidade Étnica europeia [nota: é também a única forma de criar Condições de Segurança às próximas gerações de nativos europeus Não-Convertidos à mestiçagem]... é (antes que seja tarde demais)... mobilizar a minoria de europeus [quer os de 'Direita'!!!... quer os de 'Esquerda'!!!... -> são TODOS necessários!] que estão disponíveis para lutar pela SOBREVIVÊNCIA da Identidade Étnica Europeia... no sentido de... reivindicar o legítimo direito ao SEPARATISMO.
[http://separatismo--50--50.blogspot.com/]

Anónimo disse...

bdhfgovkAi, amigo, amigo, como tardava este texto, com o seu inevitável tom "socrático"... e haverá melhor resposta para ele do que o 'nonsense' do comentário anterior? Decerto que haverá, assim haja a possibilidade de continuarmos a discutir, por aqui ou noutro lado.

José Raposo disse...

O meu amigo insiste em apontar-me um "socratismo" que na realidade não existe. Como sabe nada me liga ao socratismo que me aponta e deverá ter reparado que não mencionei uma única palavra sobre a eventual candidatura autárquica de Helena Roseta. Aqui este seu amigo é socrático quando tem de ser e será outra coisa qualquer quando tiver de ser. Por forma a complementar a opinião sobre o socratismo que o meu amigo me aponta aconselho a leitura do outro lado da mesma história: http://odoloeventual.blogspot.com/2007/05/ausncia-de-protagonistas-ou-comodismo.html