A imagem parece revelar uma grande harmonia entre Franceses que celebravam a vitória sobre o Brasil, e os Portugueses que tinham acabado de arrumar os Bifes.
O momento é bonito, até porque existem na capital da França multicultural cerca de um milhão de portugueses. O problema é que enquanto aqui se festejava de forma relativamente normal, em Nice dois emigrantes portugueses eram baleados por um descontente francês sensível ao ruído.
O futebol, aparentemente justifica tudo, e apesar de já ter dito por aqui que considero (de repente veio à memória a imagem do jogo com a Holanda...) este tipo de competições como o equivalente moderno e civilizado das batalhas da idade média, talvez por isso mesmo, o desporto continua a transportar uma certa violência que as condições sociais em cada momento se esforçam por agravar.
É indesmentível a comichão que provocam, nalguns sectores, as bandeiras angolanas e brasileiras em Portugal, as bandeiras portuguesas em França, no Luxemburgo, ou em Inglaterra, assim como a forma como as comunidades imigrantes utilizam as bandeiras e as respectivas equipas de futebol como se fossem armas de arremesso contra as políticas de integração dos países em que optaram por se fixar.
A juntar a tudo isto, uma violência própria das zonas suburbanas onde reina a falta de oportunidades e de qualidade de vida dos locais e dos jovens descendentes de segunda e terceira geração de imigrantes, e temos um barril de pólvora pronto a explodir sempre que o futebol permita festejos.
Tudo bem regado com milhares de litros de cerveja e tudo acaba quase sempre em agressões físicas violentas e gratuitas, destruição de propriedade privada e dezenas de detenções. Tudo bons rapazes, que muito embora possamos gostar muito de futebol não devíamos permitir que dirigentes, jornalistas, jogadores, árbitros e treinadores tornassem o desporto numa grande batalha.
1 comentário:
Tivemos sorte aqui no Brasil de sermos eliminados, pois haveria um intenso uso político do resultado que traria muitos danos sociais ao país. Poderia até mesmo influir nos resultados das eleições de outubro. Boa sorte para Portugal. De coração!
Um abraço
Marco Aurélio
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