quinta-feira, dezembro 15, 2005

Abuso

Neste país há polémicas sem sentido que apenas têm como objectivo vender jornais e espremer ao máximo a condição humana, no seu pior, às 20h na televisão.

É verdade que é revoltante para qualquer pessoa de bem, saber que uma criança com pouco mais de um mês foi barbaramente abusada, e ainda por cima pelo próprio pai. Mas temos sobre este tipo de assunto de exercer da maior calma para que o que daquí resultar, possa ser útil para outras crianças e não apenas uma tentativa de encontrar um bode expiatório.

Aqui há claramente um responsável que é a familia. Podemos passar aqui a tarde a falar que é a situação social em que muitas vezes os portugueses se encontram que gera este tipo de situações, mas esse argumento caí por terra quando estas situações acontecem em familias supostamente "ideais".

Não é razoável e útil apontar o dedo à Comissão de Protecção de Menores e Jovens de Viseu quando estes entraram no processo a pedido do Hospital de São Teotónio no 15º dia de vida da criança. Melhor do que isto só se a criança tivesse sido abandonada à nascença e eles tivessem de intervir de imediato.

Aparentemente foram duas instituições que cumpriram o que lhes é pedido pela sociedade na protecção das crianças, mas apesar disso não foi possivel evitar os abusos.

O que é importante perceber é que as instituições embora possam desenvolver redes de apoio, não se podem substituir ao papel das familias e naturalmente não podem ir a correr tirar os filhos dos pais, mas sim tentar encontrar soluções.

Na minha opinião, e aplicado a este caso concreto, as coisas funcionaram apesar de não ter sido possivel um final feliz.

2 comentários:

Anónimo disse...

Talvez seja em casos como este que eu tenha pena de não viver na Califórnia!...
É que ai a solução para este caso seria mais do meu agrado.
Poderá dizer-se "mas essa solução devolveria a visão a um dos olhos da criança? Ou aliviaria em alguma coisa o seu sofrimento?!"
É claro que não mas pelo menos evitaríamos que um tipo com antecedentes de abusos sexuais a crianças ( como foi o caso) voltasse a fazer mais destas barbaridades.
No actual código penal que temos nada nos garante que este mesmo indivíduo daqui a uns 15 ou 20 anos ( ou ate menos se tiver bom comportamento enquanto estiver preso) não venha a fazer o mesmo a outra criança.

Anónimo disse...

Pronto, depois do capitalismo vem a pena de morte! E não nos queixemos, que já há muito que não nos presenteava com imigração e assim... além de tudo o mais, o nosso miguelinho faz-nos falta porque dá luta, que os consensos não têm graça nenhuma...