segunda-feira, dezembro 19, 2005

Onde está a culpa?

Na sequência das sábias palavras de Ribeiro e Castro sobre os terroristas de esquerda... (maldita a hora em que o homem foi assaltado) deixo aqui algumas sugestões que David Afonso (Dolo Eventual; O Eleito) deixa em comentários neste post.

Algumas sugestões para as próximas palestras de Ribeiro e Castro ao jotinhas: «A origem da SIDA é de esquerda», «Os gays são de esquerda», «Todos os drogados votam na esquerda» ou então um conclusivo «O Diabo é de esquerda».
Não restam dúvidas, o malvado só é vermelho porque é comunista.

10 comentários:

Anónimo disse...

Muito obrigado pelas sábias e reconfortantes palavras que escreves e citas, amigo. É que não me sentia bem sabendo-me culpado pelo terrorismo...

José Raposo disse...

Pensavas que estavas sozinho??

Nuno Guronsan disse...

Eu sabia, quando comecei a deixar crescer a barba, que me ia prestar a muitos tipos de definições, do género "pseudo-intelectual de esquerda, que só sabe fumar erva e ler livros que incitam à anarquia", mas terrorista... Obrigado, sr. Ribeiro e Castro, por ser quem é... (ainda por cima benfiquista... credo...)

Bruno Gouveia Gonçalves disse...

É bom lembrar que Ribeiro e Castro falou também coisas certas, nomedamente o peso que a constituição possui ao impedir uma maior flexibilidade laboral, não permitindo desta forma o crecimento económico.

José Raposo disse...

Coitada da constituição de tanta porrada que leva. O que me parece melhor é tirar da constituição essa coisa do direito laboral antes que os empresários todos vão para o Bangladesh. Confesso que nunca percebi a insistência dos empresários ou determinados politicos em mudar essa parte da constituição de forma permanente. Cá para mim está lá muito bem e deve permanecer de pedra e cal independentemente do que a lei venha a liberalizar nesse aspecto.
Caro Bruno, concordamos que o Ribeiro e Castro terá alguma coisa de útil para dizer, aliás é bem capaz de ter mais coisas interessantes para dizer do que anteriores líderes do PP, no entanto, ele pode dizer o que entender se daí resultar uma proveitosa discussão para o país e para as ideias que o PP defende. A diferença é mesmo essa. Podemos discordar das ideias do PP para o país mas podemos discuti-las com o PP. O que não podemos discutir é os disparates e a ignorância, e perdoar-me-á, mas esta frase sobre o "Terrorismo ser filho da esquerda" não só é disparatada como profundamente ignorante.

Bruno Gouveia Gonçalves disse...

Eu devo dizer que não tenho muita pena da quantidade de porrada que esta constituição leva... Não creio que o problema base do país esteja na constituição, embora a eliminação desses fragmentos socialistas da constituição não fosse algo mau, na minha opinião é claro...

E obviamente concordo com a tua última opinião. Apenas acho um pouco mórbido, entre temas bons e maus, destacar os últimos... :)

José Raposo disse...

Bruno, certamente partilha comigo algum interesse entre o antes e depois da constituição de 1976, até ao resultado dos dias de hoje... Havia na constituição uma expressão relativamente inócua mas representativa do que fala. Eram as Organizações populares de base territorial... (se a memória não me falha) e que hoje em dia se chamam simplesmente Associações de moradores :)
Eu não destaco propositadamente os maus... eu destaco aqueles que me chegam, que umas vezes vêm devidamente embalados e outras vezes nem por isso, mas os emissores tb têm muita culpa...

Nuno Guronsan disse...

O que é que se entende por flexibilidade laboral? É que se os meus operadores forem mais flexíveis do que são agora, ainda acabam no Circo Victor Cardinali...

Anónimo disse...

É, Guronsan, eles têm que ser contorcionistas, ao passo que o patrão é o palhaço rico, ou daqueles mágicos cuja algibeira não tem fundo...

Bruno Gouveia Gonçalves disse...

Nuno,

A flexibilidade laboral depende da pessoa e da sua respectiva ideologia política.

Se perguntar a Jerónimo de Sousa o que entende por flexibilidade laboral, ele responde um método que conduz a uma maior facilidade no despedimento dos trabalhadores. (Em parte é verdade...)

Se me perguntar a mim, digo-lhe que é meio de tornar mais fácil a admissão de trabalhadores nas empresas.

No fundo, é tonar mais dinâmico o processo de admissão/rescisão de trabalhadores. Actualmente empregar envolve uma tamanha carga de burocracia (e também medo...), daí que com a actual lei laboral se torna difícil fazer face ao desemprego e inverter a actual tendência económica...

No fundo, é contorcer a lei de modo a que ela fique mais "estreita".... :)