Pegando numa questão que longe de ser polémica, mas que acabará por fazer o seu percurso pela blogoesfera, não me parece essencial a alteração do hino nacional.
Aliás é uma questão de somenos importância num país em que importa mudar tantas coisas.
Entendamos da forma que quisermos um hino nacional, mas são os hinos que fazem os países ou os países que fazem os hinos?
Pois, o nosso é bélico e vem de um tempo em que a belicosidade do povo português já era um pouco tonta e disparatada. Mas houvesse ou não bretões, um hino acaba quase sempre por resultar numa interpretação do período em que foi feito, olhando sempre para trás na procura de referências históricas. Pode mesmo dizer-se que temos um hino republicano inspirado na estética epíco-trágica da monarquia.
Não é difícil, se para tal quisermos fazer o esforço, entender a belicosidade como uma metáfora para os desafios que o país enfrenta e poderá enfrentar no futuro. Mudar a marcha contra os canhões, implicaria e só faria sentido, perante uma mudança mais vasta e complexa do hino que lhe apagasse um certo registo fadista pelo império.
É verdade que “debaixo da bandeira e ao som do hino já se fez a saudação nazi assim como já se fizeram juras de revolução operária à mesma batida” mas isso apenas pode querer dizer que, ou o hino mantêm uma estranha actualidade ou então temos dificuldade em encerrar ciclos políticos que aos poucos vão acumulando vestígios.
Mas uma coisa é certa, um hino tem de reflectir uma realidade colectiva com a qual o povo que se propõe representar se identifique. E a epopeia marítima, tenha ou não uma importância efectiva nos dias de hoje, aconteceu e terá sido das poucas coisas com jeito que acabámos por fazer. No fundo a nossa marcha actual pode não ser contra bretões e canhões, acaba por ser contra fantasmas do passado que insistimos em reviver.
Aliás é uma questão de somenos importância num país em que importa mudar tantas coisas.
Entendamos da forma que quisermos um hino nacional, mas são os hinos que fazem os países ou os países que fazem os hinos?
Pois, o nosso é bélico e vem de um tempo em que a belicosidade do povo português já era um pouco tonta e disparatada. Mas houvesse ou não bretões, um hino acaba quase sempre por resultar numa interpretação do período em que foi feito, olhando sempre para trás na procura de referências históricas. Pode mesmo dizer-se que temos um hino republicano inspirado na estética epíco-trágica da monarquia.
Não é difícil, se para tal quisermos fazer o esforço, entender a belicosidade como uma metáfora para os desafios que o país enfrenta e poderá enfrentar no futuro. Mudar a marcha contra os canhões, implicaria e só faria sentido, perante uma mudança mais vasta e complexa do hino que lhe apagasse um certo registo fadista pelo império.
É verdade que “debaixo da bandeira e ao som do hino já se fez a saudação nazi assim como já se fizeram juras de revolução operária à mesma batida” mas isso apenas pode querer dizer que, ou o hino mantêm uma estranha actualidade ou então temos dificuldade em encerrar ciclos políticos que aos poucos vão acumulando vestígios.
Mas uma coisa é certa, um hino tem de reflectir uma realidade colectiva com a qual o povo que se propõe representar se identifique. E a epopeia marítima, tenha ou não uma importância efectiva nos dias de hoje, aconteceu e terá sido das poucas coisas com jeito que acabámos por fazer. No fundo a nossa marcha actual pode não ser contra bretões e canhões, acaba por ser contra fantasmas do passado que insistimos em reviver.
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