segunda-feira, outubro 02, 2006

Óleo de amêndoas doces

Não pretendo esticar-me sobre o assunto da OPA, até porque ainda vamos falar muito deste assunto porque ele está longe de estar concluído.
Apenas para observar que para a autoridade da concorrência, que anteriormente não se tinha lembrado de forçar o incumbente (PT) a fazer alterações significativas para liberalizar o mercado, o faz agora na sequência de uma OPA ao incumbente.
Em primeiro lugar a Autoridade da concorrência assina a sua própria incompetência ao longo dos anos, reconhecendo a falha na regulamentação correcta do mercado de telecomunicações que nunca se propôs corrigir por iniciativa própria.
Segundo atribui ao sector móvel que naturalmente é o no futuro se irá expandir mais, o preço a pagar pela liberalização do sector fixo.
Não se entende como os supostos remédios podem ser caracterizados pela Sonae como óleo de fígado de bacalhau, é nada mais do que óleo de amêndoas doces.
A autoridade da concorrência aceita a fusão Optimus/TMN que cria um único player no mercado com 65% do mercado, assumindo o papel anteriormente pertencente ao incumbente. Disfarçando esta operação com a possibilidade, obviamente suicida, de entrar um terceiro operador no mercado com a licença que agora fica livre.
Além disso cria-se uma situação concorrencial totalmente artificial no fixo. A separação do cobre do cabo que poderá trazer vantagens aos consumidores, apenas se realizará numa óptica de outros operadores que pretendam criar ofertas competitivas numa das redes que a Sonae tiver de vender.
A título de exemplo, caso a Sonae opte por manter a rede de cobre e por vender o cabo, a lógica fusão PT multimédia/NOVIS/Clix vai ficar com 95% do mercado ADSL.
É desta forma que se liberaliza o mercado?

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