Não há maneira de ignorar Sarkozy. O presidente francês não voltará a deixar que a França, em tempos no centro das decisões europeias e uma opinião a ter em conta no panorama internacional, volte à situação para a qual se deixou arrastar no segundo mandato de Chirac.
A crise social francesa não está resolvida. As reformas não estão feitas e a oposição de rua ainda nem desfraldou as bandeiras, mas Sarkozy tenta recolocar a França no mundo de forma a que isso ajude dentro de portas, uma vez que os franceses são muito susceptíveis ao papel do país na diplomacia internacional e viam com desagrado a perda de influência.
Nessa estratégia tudo serve. Até a primeira-dama francesa pode dar uma mãozinha nas negociações, até porque tem pinta de quem impressiona um qualquer ditador ranhoso do terceiro mundo.
Sarkozy é ainda em grande medida uma incógnita, mas além de obliterar completamente a presidência portuguesa da União, aposta em opiniões fortes sobre o panorama internacional que naturalmente não lhe irão granjear bons amigos. Aliás, até será difícil perceber, se do outro lado do atlântico, o renovado amigo americano, gostará de saber que Sarkozy reconhece a necessidade de se estabelecer parcerias com países árabes para o desenvolvimento de energia nuclear, numa óptica de produção de energia para o futuro, mas que na realidade é uma grande negociata para as empresas francesas.
Depois das opiniões manifestadas sobre o “suposto” bloqueio da Polónia nas negociações sobre o tratado, depois da sua objecção total à entrada da Turquia na União, depois da parceria nuclear com a Líbia, seguem-se as FARC na Colômbia e qualquer dia o Nobel, mas mesmo assim Sarkozy continuará a ser imprevisível.
sexta-feira, julho 27, 2007
Imprevisível
quarta-feira, julho 25, 2007
terça-feira, julho 24, 2007
Clarifique-se
A pergunta impõe-se. Numa altura em que se disputam eleições, ou re-eleições se preferirem, dentro do PSD e depois de manifestado o apoio do Alberto João ao candidato incumbente, a presença deste é fundamental na festa/bailarico/gritaria anti-colonial do Chão da Lagoa?
Ou antes pelo contrário o justo presidente social-democrata que não tolera a possibilidade de apoiar ou segurar autarcas considerados arguidos, pretende com a sua ida à Madeira confirmar o absurdo desafio constitucional que daí vem, quanto à lei do aborto?
Parece-me incoerente defender princípios e valores moralizadores à classe política da República, para logo depois compactuar com a suposta rebeldia anti-colonial de Alberto João. As leis da República aplicam-se igualmente à Madeira e Marques Mendes tem de ser claro sobre se concorda com o golpe de teatro de Alberto João, que espera uma decisão do constitucional que na realidade nunca pediu, ou se é pela aplicação da lei a todo o território nacional.
Compactuar com este senhor, e com o crescente teor das suas declarações sobre a unidade nacional, pode ser imensamente engraçado, mas também pode ser imensamente perigoso para o futuro.
O meu país é esquizofrénico II
Por isso mesmo já seguiu nova insistência hoje de manhã, acompanhada de novas fotografias detalhando o local.
Fico contente por saber que ainda que não respondam aos mails, acabam por os ler, o que já não é mau.
O que é triste é não se conseguir fazer alguma coisa do princípio ao fim sem que haja críticas ou defeitos a apontar. Ainda estamos longe desse tempo.
segunda-feira, julho 23, 2007
O miolo
E é mesmo isso que estão todos a fazer e não percebo bem a razão de tanto drama. Sindicatos e governo sabem que tal como está não pode ficar e ambos sabem também que têm de fazer render o seu peixe da melhor forma a pressionar a outra parte, a aceitar o que pretende, para que no final todos saibam que aquilo que se vier a assinar acaba sempre por ficar a meio caminho.
Afinal o governo não é o demónio, nem todas as propostas que lança visam depauperar os já vilipendiados e defraudados funcionários públicos. Algumas das medidas são simplesmente justas, ao ponto de com uns toques aqui e ali os sindicatos (ou pelo menos parte deles) as considerarem boas.
Não há razão para os bons apelidos que aqui e ali se vão chamando a uns e a outros. Os sindicatos fazem manifestações e fazem muitas. O Governo não faz, mas era o que mais faltava que não optasse igualmente por manter uma posição negocial forte.
Cá para mim parece-me tudo perfeitamente normal, parece-me que é assim que o sistema funciona e até é conveniente que assim continue a funcionar. As grandes hegemonias nacionais cheiram-se sempre muito mal. A virtude está sempre no miolo…
sábado, julho 21, 2007
quinta-feira, julho 19, 2007
O meu país é esquizofrénico
Facto nº 1 – O Cacém está envolto em obras do Polis e não possuo rua à cerca de três meses, nem tão pouco iluminação pública;
Facto nº 2 – Na calada da noite, como eu já tinha previsto (ai o juízo de valor), os perigosos meliantes sentem-se protegidos pela escuridão e resolvem investir à pedrada contra a janela da pastelaria em frente à minha porta;
Facto nº 3 – Os meliantes podendo discretamente forçar a fechadura da porta de vidro a 1m da dita janela, resolvem em movimento aparatoso a duas mãos destruir em grande estardalhaço toda a janela, para entrar dentro da pastelaria;
Facto nº 4 – Devido a ausência total de policiamento de rua (ups, juízo de valor. Na realidade a policia tem o dom da ubiquidade) a autoridade tem de ser chamada e chega em movimento igualmente aparatoso, em duas viaturas que atravessa na estrada, onde vêm 6 polícias;
Facto nº 5 – Fruto da sorte que protege os audazes (e não da ausência de policiamento de rua), os meliantes entretanto tinham-se colocado em fuga numa viatura que se encontrava ela tb atravessada na estrada, à moda da polícia;
Facto nº 6 – Os perigosos meliantes levaram consigo uma máquina dispensadora de bolas com brinde no interior (?!?) que se encontrava no local directamente oposto ao da janela partida, logo o mais longe possível.
Facto nº 7 – Já de manhã, numa tentativa de perceber a gravidade da situação, tomo café na pastelaria.
Facto nº 8 – O dono brasileiro da pastelaria confidencia-me que a culpa é dessa mistura de raças que para ai anda. Desses brasileiros, ucranianos e negros sobre os quais tem de se fazer alguma coisa…
Facto nº 9 - Todo este momento esquizofrénico da minha bela localidade, e logo do meu país, foi hoje de manhã participado à sociedade CacémPolis e à Junta de Freguesia correspondente, para que tomem as medidas necessárias e urgentes, de reposição da iluminação pública neste local.
terça-feira, julho 17, 2007
Palavras para quê?
É por aqui que tem andado este vosso amigo, caso se estivessem a interrogar...
terça-feira, julho 10, 2007
O comboio dá sempre imenso sumo...
segunda-feira, julho 09, 2007
Lisboa em debate (9)
Muito fraquinho, isto a 12 não tem piada nenhuma. Não há forma de criar debate quando cada um tem um bocadinho para dizer o que pensa. Nem dá para explorar incoerências e tantas que há... Está tudo demasiado metido dentro da câmara e têm todos demasiada responsabilidade na situação actual, os que não estão, não são alternativa válida.
Lisboa em debate (8)
Lisboa em debate (7)
Lisboa em debate (6)
Lisboa em debate (5)
Lisboa em debate (4)
Lisboa em debate (3)
Lisboa em debate (2)
Lisboa em debate
Até parece que estou a ficar velho...
7 e picos
Casamentos por todo o lado na esperança vã das noivas que os noivos se lembrem da data do seu casamento, nos próximos 50 anos em que esperam estar casadas. Maravilhas com fartura por Lisboa e recordar a importância do ambiente pelos 7 (outra vez) continentes. Tudo coisas importantes, umas mais que outras, e dessas a questão do ambiente impõe-se.
Nada de alarmismos, mas é urgente atalhar caminho para uma solução global quanto às alterações climáticas, que envolva todos sem excepção, sob a forma de um tratado ou de qualquer outra obrigação.
O principal problema da humanidade é ver o ambiente na perspectiva de quem não possui mais do que uns oitenta e poucos anos de vida (e isto já é puxando a média muito para cima). Dessa forma não conseguimos, ou poucos de nós conseguem ter a imaginação de ver o que resta depois da nossa partida e qual o impacto da nossa estadia por cá, até porque já não estaremos cá…
E dessa forma é sempre difícil instituir regras sobre o que fazer que não passem sobre o imediatismo do presente e quando vamos tentar fazer alguma coisa, já vai ser tarde demais.
Nada de alarmismos. O planeta não vai acabar. Vai acabar por se autocorrigir, dando lugar a novas realidades. Novos desertos, novas florestas, novas glaciações, novos oceanos e novos continentes. Mas isso tudo nós já sabíamos. Vão morrer muitos seres humanos pelo caminho. E então? Já nos divertimos a matar-nos uns aos outros muitíssimo mais do que qualquer catástrofe ambiental. A grande maioria, senão a totalidade dos que sobreviverem vão ter de se adaptar como sempre fizeram ao longo dos tempos a novas realidades. A novas roupas, a novas casas, a novos locais para habitar, a novas alimentações, talvez a menos variedade e fartura. O planeta não é, nem nunca foi uma realidade estática e é inevitável que nós somos demais e exercemos sobre o planeta demasiada pressão, que tem de ser resolvida de alguma forma.
Ora se o planeta aquece demais, o próprio planeta se encarregará de o fazer arrefecer novamente. Claro está que isto é coisa para uns milhões de anos e não conseguimos imaginar como será daqui a 100 anos quanto mais daqui a um milhão de anos,
Mas optimismo acima de tudo. Já passámos (em princípio) o perigo da auto aniquilação nuclear que era uma realidade bem mais rápida e mortífera e mais rápida do que o aquecimento global, mas isso não deve desresponsabilizar-nos do trabalho que está pela frente.
O Ambiente e a sua protecção só terão algum tipo de sentido na medida em que forem um negócio. Caso contrário, ninguém se importará particularmente com ele.
Eu já participo reciclando papel, plástico e vidro que depois uma empresa, a cair para algo entre o municipal e privado, recolhe e faz dinheiro para os seus accionistas, quando ainda por cima eu tenho de pagar uma taxa para tratarem os meus detritos. Mas tudo bem.
Eu até estou contente com a possibilidade de ter um contador bi-horário, já troquei as lâmpadas todas de casa para lâmpadas baixo consumo, Só lavo roupa à noite e com a máquina cheia e uso a quantidade certa de detergente, regulei o meu esquentador para não estar sempre a ter de misturar agua fria e até enfiei uma garrafa dentro do autoclismo porque 1.5lt por descarga faz toda a diferença. E espero que tudo isto me faça poupar algum dinheiro no final do ano, se por acaso o aumento das tarifas não “comer” esta poupança.
Aderi aos transportes públicos e basicamente só ando de carro a sério ao fim de semana. Assim divido as minhas toneladas de CO2 por mais umas centenas que gente que me empurra no comboio e poupo na gasolina e nas reparações do carro, até porque não sei o que fazem às peças velhas. Não tenho um único móvel que seja de madeira original. É tudo reciclado de aparas de uma treta qualquer e prensado de acordo com o processo qualquer super ecológico, mas o preço é igualmente caro. Praticamente deixei de utilizar papel e tenho dúvidas razoáveis que ainda saiba escrever à mão, por isso tb quase não uso esferográficas e a respectiva tinta que só ajuda a poluir. Tudo, mas tudo isto para reduzir a minha pegada ecológica. Só mantenho aquela coisa desagradável de continuar a fumar mas mais dia, menos dia e com a ajuda das multas acabarei com esse vício.
Agora, com tanta conversa e depois de ver tantas vezes o Al Gore na televisão resolvi interessar-me por “Carbon compensation”. Queria saber o que poderia fazer mais para compensar a marca que vou deixando no planeta e que aparentemente este leva algo entre 500 a 5000 anos a apagar.
Parecia-me justo até porque deve haver maneira de compensar as viagens que gosto de fazer.
Mas, surpresa, surpresa. Não há nenhuma alternativa que não seja pagar o valor do carbono que “lancei” para a atmosfera. É o negócio no seu melhor. É uma lógica, aplicável a particulares, do acordo de Quioto e que irremediavelmente vai acabar por se revelar infrutífera. No que toca a países passou a haver quotas de carbono e quem as ultrapassar ou por alguma razão que eu possa não entender nesta fase, possa querer poluir mais, pode comprar aos países que têm (aparentemente) natureza a mais, a possibilidade de continuar a fazer disparates. E como vai ser quando comprarmos todas as emissões que a amazónia pode compensar? Para mim é estranho que para eu poder continuar a poluir livremente possa adquirir a possibilidade de num qualquer país que eu desconheço, prevenir a existência de desenvolvimento de qualquer espécie de forma a que meia dúzia dos do costume se possam continuar a encher em vez de procurarem um desenvolvimento sustentado.
É quase tão estúpido como pensar que a China e a Índia é que supostamente devem parar já, porque não queremos este planeta mais sujo que nós aqui deste lado já sujámos.
terça-feira, julho 03, 2007
Lei da rolha, JÁ
Era tão bom rapaz...
O nível de puritanismo habitacional sobe aos píncaros quando se sabe serem doutores, quando imaginamos que isto do terrorismo era coisa feita por pedreiros, e cai por terra quando sabemos serem imigrantes. Tinha de ser…
Quem tinha razão era a Agatha. “O assassíno é sempre o melhor amigo de alguém...” Os jornalistas da sua terra é que têm andado distraídos.
segunda-feira, julho 02, 2007
O que os cabeleireiros e os dentistas têm em comum?
A internet quando nasce, não é para todos
É verdade. O Yahoo começa a ter dificuldades em lidar com a concorrência do Google e além de ter substituído recentemente o seu CEO, vai começar a fechar serviços úteis, gratuitos e populares.
É o caso do Yahoo Photos. Depois de terem investido fortemente (no ano passado) numa nova plataforma para onde migraram todas as fotos, com capacidades nunca antes vistas neste tipo de recurso, resolvem fechar a loja a 20 de Setembro deste ano, com a desculpa que não podem investir em duas plataformas e assim escolhem apenas uma, por acaso com custo...
Até aqui podíamos dizer que há muitas marias na terra e por isso podíamos mudar para qualquer outro serviço. O problema é que a alternativa apresentada pelo Yahoo para a transferência das imagens de forma automática (ao contrário da manual que se tornaria nalguns casos irreal) tem custos para os utilizadores.
O Flickr apenas permite ver as últimas 200 fotos, caso contrário temos de nos chegar à frente e além disso a plataforma deixa muito a desejar.
As restantes alternativas Kodak Gallery, Photobucket, Shutterfly ou Snapfish, obrigam a ter o que se chama uma participação activa pelo menos uma vez por ano… Ou então apresentam restrições quanto ao volume de fotos colocadas.
No interesse que julgo estas coisas têm para um público cada vez mais vasto, permito-me sugerir o AOL Pictures. Pelo menos enquanto continuar a haver AOL...
A plataforma é quase igual à do Yahoo, é gratuito e ilimitado. Tem a desvantagem que se tem de carregar para lá todas as fotos novamente uma a uma, o que levará naturalmente vários dias. Mas vale a pena porque é gratuito e bom. Boas fotos para todos :)
domingo, julho 01, 2007
Viva o Benfica
De facto não entendo. Um candidato que se quer forte não pode fazer-se acompanhar por outros que aparentemente o partido pelo qual ele concorre, gostaria mais de ter visto naquele lugar. É no mínimo sinal de fraqueza, mas dá sempre jeito para acompanhar numa feira. Afinal nem todos têm o à vontade do Portas e para quem não está habituado, isto das feiras pode ser uma coisa muito solitária.
Mas vejamos bem. Qual é a razão objectiva de Seara querer acompanhar Negrão ou de este ter convidado Seara. Não será certamente pelo estrondoso trabalho de Seara na câmara. Quem vive no concelho de Sintra, pouco ou nada têm visto dos últimos mandatos de Seara. Aliás estou a mentir, Não temos visto nada que seja responsabilidade directa da câmara, muito embora tudo por aqui (da minha janela e não só) pareça um verdadeiro estaleiro. O problema está em que estas obras do Polis ou o alargamento do IC19 não são obras exclusivas do executivo camarário. Antes obras em parceria com o outro executivo, aquele maiorzinho que fica lá para os lados de São Bento. Sobre o urbanismo nem vale a pena falar. As aberrações sucedem-se, este concelho está totalmente a saque e nas mãos dos vulgares construtores civis e o trabalho visível da câmara resume-se à gestão de danos.
A titulo de exemplo é interessante perceber que Seara fez aqui no Cacém o especial favor de colocar no poleiro os actuais presidentes de junta da sua estrondosa coligação. Até aqui não se via qualquer obra por mais mínima porque os presidentes de junta não tinham essa cor feliz e jovial que é o laranja, tinham outras tonalidades e logo não se pode colaborar com essa gente. Agora surgem áreas ajardinadas de 2 ou 3 metros quadrados para se dizer que alguém faz alguma coisa, e logo se coloca um gigantesco cartaz, muitas vezes literalmente maior que a obra, e para a posteridade fica um mini obelisco que identifica a autoria em azulejo.
Nada disso, não é por ser um excelente presidente de câmara que Seara visita as feiras com o Negrão. Ele faz isso porque Negrão também é do Benfica e ser do Benfica dá votos. Seara ganhou a câmara e a grande maioria das juntas do concelho com um sucedâneo da expressão “Ninguém pára o Benfica” adaptada às distintas realidades, “Ninguém pára o Cacém”; “ Ninguém pára Queluz” ou “Ninguém pára a Terrugem”, ao ponto de haver nas mesas de voto quem perguntasse qual era a posição do “gajo do Benfica” nos boletins de voto.