quarta-feira, agosto 02, 2006

Cai Fidel, cai a revolução


É essa a esperança que abunda do outro lado do golfo do México, apesar de nos últimos anos a ilha de Fidel ser mais um espinho que uma ameaça concreta.
Bush só espera uma boa oportunidade para se vangloriar pelo sucesso do anacrónico bloqueio a Cuba, até porque deve ser a única pessoa no planeta que acha que ele continua a fazer sentido.
Mas a que preço ocorrerão transformações democráticas em Cuba? Não é fácil saber. Raul Castro é constitucionalmente o sucessor de Fidel, por mais absurdo que nos possa parecer. Ou seja, na eventualidade da saída de Fidel por doença ou até por morte, o actual quadro constitucional cubano e o Partido Comunista mantêm-se, e não parece ser clara a vontade de mudanças bruscas na organização do poder político.
Raul Castro além de irmão do líder da revolução cubana, é o ministro da defesa de um exército bem organizado e motivado, apesar da falta de recursos, e o responsável em grande parte pelo fiasco americano da baía dos porcos. Raul também controla os comités de defesa da revolução que como se fossem pequenas associações de moradores, que controlam e protegem cada bairro e cada rua do perigo dos dissidentes, existindo mesmo quem considere que estes comités e Raul são quem governam efectivamente o país.
Castro Júnior (mas não muito, tem 75 anos) é um conhecido defensor do modelo chinês de capitalismo económico e das suas características de linha dura contra dissidentes, e se esse for o caminho que pretende abrir após a saída de Fidel, então os cubanos ainda vão ter de esperar muito pelas liberdades políticas que há muito anseiam.
Uma coisa é certa, devido às características próprias do povo e da situação em que se encontram, é pouco provável que a solução venha do exterior ou até dos cubanos exilados em Miami, mas sim do interior do país onde ao longo dos anos muitos têm lutado por um socialismo democrático em liberdade.

4 comentários:

Anónimo disse...

Sem duvida que a haver uma transição para a democracia em Cuba ele deve ser feita por "quem" esta na ilha, pois grande parte dos exilados em Maimi não são defensores da democracia, nutrem um profundo ódio por Castro e pela sua revolução e sentem um saudosismo muito especial dos "good old days" do tempo de Baptista.

Anónimo disse...

Sei que para alguns não fará sentido, mas a propósito... e o gato, anda bem?

José Raposo disse...

O gato revelou alguns sintomas de agitação quando soube da notícia. É normal ao fim ao cabo é um hómonimo...
Mas agora está melhor

Anónimo disse...

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