De uma forma geral pensamos sempre nos conflitos em número de mortos. Mortos de um lado e mortos do outro e é essa a forma de fazermos as contas.
A estatística faz o seu papel, contabiliza os mortos de ambos os lados e estatisticamente diz-nos o frio número da percentagem de pessoas mortas em relação à população total, e é desta forma que sabemos quem ganhou. Ou seja, ganha quem mata mais.
Mas não há justiça nas guerras nem na violência em geral. Nem para aqueles que tendo assistido ou participado num conflito conseguiram sobreviver. Desses raramente alguém se lembra.
É como nos acidentes na estrada. Há os mortos e os feridos, e destes últimos os feridos graves que passado duas horas já ninguém se lembra que alguns deles também vão morrer.
O carácter frio e impessoal dos números esquece sempre imensa gente. Os números falam sempre de mortos, às vezes de feridos, e muito raramente de refugiados.
Os números, nunca, mas nunca falam das centenas de milhar que “apenas” se perderam da família, que ficaram com a casa destruída, que ficaram órfãos, que foram violados, ou simplesmente não conseguem dormir sem acordar de sobressalto com o som das bombas a ecoar nos ouvidos. É toda esta gente que tem de recuperar para as suas vidas uma normalidade perdida.
Hoje à noite na :2 às 23:30, vai para o ar “Luto depois da violência” precisamente sobre os pequenos passos dessas pessoas que alguém esqueceu pelo caminho. A não perder.
A estatística faz o seu papel, contabiliza os mortos de ambos os lados e estatisticamente diz-nos o frio número da percentagem de pessoas mortas em relação à população total, e é desta forma que sabemos quem ganhou. Ou seja, ganha quem mata mais.
Mas não há justiça nas guerras nem na violência em geral. Nem para aqueles que tendo assistido ou participado num conflito conseguiram sobreviver. Desses raramente alguém se lembra.
É como nos acidentes na estrada. Há os mortos e os feridos, e destes últimos os feridos graves que passado duas horas já ninguém se lembra que alguns deles também vão morrer.
O carácter frio e impessoal dos números esquece sempre imensa gente. Os números falam sempre de mortos, às vezes de feridos, e muito raramente de refugiados.
Os números, nunca, mas nunca falam das centenas de milhar que “apenas” se perderam da família, que ficaram com a casa destruída, que ficaram órfãos, que foram violados, ou simplesmente não conseguem dormir sem acordar de sobressalto com o som das bombas a ecoar nos ouvidos. É toda esta gente que tem de recuperar para as suas vidas uma normalidade perdida.
Hoje à noite na :2 às 23:30, vai para o ar “Luto depois da violência” precisamente sobre os pequenos passos dessas pessoas que alguém esqueceu pelo caminho. A não perder.
2 comentários:
Concordo plenamente. E a razão de tal acontecer, dessa estranha noção de prioridades, tem muito a ver com o conceito de "sound byte" - O número de mortos e feridos vende-se rapidamente (tablóides, telejornais...) e para explicar e perceber esses dramas são necessários tempo, cultura, inteligência...o que, nestes tempos de "fast-food" intelectual, não abunda.
E o mais espantoso ainda é que, no momento em que tudo isto se passa no Mundo, o jornal que mais vende em Portugal (o famoso e inenarrável "24 horas")faz capa de notícias tão importantes quanto a de que a namorada do Cristiano Ronaldo mudou de bidé em casa! Ou seja, um bidé "morto em combate" consegue, curiosamente, vender ainda mais que mortos e feridos humanos, pois a morte, a fome e todos os outros problemas, infelizmente, também já se estão a tornar demasiado banais para que possam ser vendidos, para que lhes dêmos importância.
Um abraço
Cuotidiano, como de costume a análise certa.
É uma questão de prioridades. Nem sempre aquilo que em principio deveria motivar a nossa atenção é o que gostamos de ver.
E por isso há quem decida por nós afastando-nos dessa realidade...
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