Como se nota o tempo não abunda e este blog começa a cheirar a bafio, só tem dado para acompanhar a troca de impressões entre o no_campo e o nosso estimado visitante h.horta neste post. Fica aqui a minha achega ao assunto, em forma de post porque não dá tempo para mais :)
Acho que estamos aqui a confundir as partes com o todo. Claro que existem diferenças em muitos casos totalmente injustificadas entre funcionários públicos e trabalhadores privados. Claro que existem climas de ansiedade e receio em sectores da administração pública, tal como existem no sector privado. A agitação é normal, e existiria mesmo que a forma adoptada fosse outra. Isso não invalida a virtude da reforma, mas penaliza fortemente a forma como esta deveria ser explicada aos que se pretende reestruturar. Até porque é básico que as pessoas entendam o que se passa, porque não são estúpidas e é básico que a reforma se deve fazer com as pessoas e não contra elas.
Também existem privados com muito mais garantias que os funcionários públicos e destes últimos, existem muitos que não estão minimamente receosos com esta reforma, nem se revêem nas suas estruturas sindicais e por isso não aparecem nos noticiários. O Estado deve falar com quem? Com os sindicatos, legítimos representantes dos trabalhadores, ou deve tentar falar com os restantes seja qual for a sua dimensão? Bem, cairia o Carmo e a trindade se o governo começasse a falar na maioria silenciosa de funcionários públicos que está a favor de uma reforma. Seriam imediatamente acusados do mais refinado fascismo pelas estruturas sindicais, mas na realidade ela pode existir.
Portanto têm de falar com sindicatos e estes se efectivamente pretendem ajudar e participar no processo e se acham que o governo é arrogante, mal criado, se o primeiro ministro é autoritário, se não respeita ninguém, convém não serem iguais e insistirem em sair das salas a cada virgula que se discute. Baterem com a porta e irem a correr para os jornalistas que estão à espera. Porque se o fizerem onde está a suposta legitimidade moral que a soberba de alguns sindicalistas insiste em ter sobre quase toda gente?
O que não pode acontecer é aplicarem-se leis diferentes a portugueses que trabalham por conta de outrém, seja qual for o patrão. Esta reforma é inevitável e urgente. Não há nada a fazer, tem mesmo de ser feita. Tal como o défice tem de descer para 3% porque o rectângulo não tem alternativa ao Euro.
Eu não quero mais, e julgo que muitos portugueses funcionários públicos também não querem, que os meus impostos sirvam para alimentar o desperdício (atenção: isto não quer dizer que o desperdício sejam os funcionários públicos), mas fico contente se eles forem correctamente utilizados nas funções que o Estado pretende manter (que até ver são todas as que o Estado tinha antes de 2005).
O que para mim é estranho, do ponto de vista da credibilidade destes plenários e outros que tal, (não quero errar, mas) é nunca ter ouvido um único sindicato, com qualquer governo de qualquer cor, em qualquer legislatura ter concordado com uma única alteração na administração pública. Nada, absolutamente nada.
Eu considero importantes os sindicatos, não considero importante o pensamento linear ou a manipulação. Mas foram feitos milhares de plenários, milhares de manifestações, milhões de dias de trabalho perdido com centenas de greves, gerais ou sectoriais na administração pública, com o único objectivo de deixar tudo na mesma, o que na maioria dos casos conseguiram.
Acho que estamos aqui a confundir as partes com o todo. Claro que existem diferenças em muitos casos totalmente injustificadas entre funcionários públicos e trabalhadores privados. Claro que existem climas de ansiedade e receio em sectores da administração pública, tal como existem no sector privado. A agitação é normal, e existiria mesmo que a forma adoptada fosse outra. Isso não invalida a virtude da reforma, mas penaliza fortemente a forma como esta deveria ser explicada aos que se pretende reestruturar. Até porque é básico que as pessoas entendam o que se passa, porque não são estúpidas e é básico que a reforma se deve fazer com as pessoas e não contra elas.
Também existem privados com muito mais garantias que os funcionários públicos e destes últimos, existem muitos que não estão minimamente receosos com esta reforma, nem se revêem nas suas estruturas sindicais e por isso não aparecem nos noticiários. O Estado deve falar com quem? Com os sindicatos, legítimos representantes dos trabalhadores, ou deve tentar falar com os restantes seja qual for a sua dimensão? Bem, cairia o Carmo e a trindade se o governo começasse a falar na maioria silenciosa de funcionários públicos que está a favor de uma reforma. Seriam imediatamente acusados do mais refinado fascismo pelas estruturas sindicais, mas na realidade ela pode existir.
Portanto têm de falar com sindicatos e estes se efectivamente pretendem ajudar e participar no processo e se acham que o governo é arrogante, mal criado, se o primeiro ministro é autoritário, se não respeita ninguém, convém não serem iguais e insistirem em sair das salas a cada virgula que se discute. Baterem com a porta e irem a correr para os jornalistas que estão à espera. Porque se o fizerem onde está a suposta legitimidade moral que a soberba de alguns sindicalistas insiste em ter sobre quase toda gente?
O que não pode acontecer é aplicarem-se leis diferentes a portugueses que trabalham por conta de outrém, seja qual for o patrão. Esta reforma é inevitável e urgente. Não há nada a fazer, tem mesmo de ser feita. Tal como o défice tem de descer para 3% porque o rectângulo não tem alternativa ao Euro.
Eu não quero mais, e julgo que muitos portugueses funcionários públicos também não querem, que os meus impostos sirvam para alimentar o desperdício (atenção: isto não quer dizer que o desperdício sejam os funcionários públicos), mas fico contente se eles forem correctamente utilizados nas funções que o Estado pretende manter (que até ver são todas as que o Estado tinha antes de 2005).
O que para mim é estranho, do ponto de vista da credibilidade destes plenários e outros que tal, (não quero errar, mas) é nunca ter ouvido um único sindicato, com qualquer governo de qualquer cor, em qualquer legislatura ter concordado com uma única alteração na administração pública. Nada, absolutamente nada.
Eu considero importantes os sindicatos, não considero importante o pensamento linear ou a manipulação. Mas foram feitos milhares de plenários, milhares de manifestações, milhões de dias de trabalho perdido com centenas de greves, gerais ou sectoriais na administração pública, com o único objectivo de deixar tudo na mesma, o que na maioria dos casos conseguiram.
Era o que mais faltava que nos deixássemos arrastar para a dicotomia maniqueísta que todos os governos tivessem como ódio de estimação os funcionários públicos, na mesma medida em que todos os governos são o ódio de estimação de todos os sindicatos. Isto não são condições de trabalho para ninguém.
Eu, em consciência, não consigo depreender das presenças nestes eventos (há excepção das greves onde todas as questões de principio se diluem...) que todos os funcionários públicos vejam as reformas como uma ameaça. A ausência nestes plenários pode não ser apenas por receio, mas por total falta de credibilidade dos sindicatos que representam a administração pública.
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