Caro Afonso Henriques, também me parece um pouco forçado deduzir que por os portugueses geralmente darem um segundo mandato aos homens que elegem para presidentes, são por isso profundamente monárquicos.
É natural um legítimo interesse das populações em determinado tipo de estabilidade contrário às constantes rupturas com o passado como por exemplo tem acontecido em relação aos governos. E se há lugar em que faça sentido essa estabilidade ela é na Presidência da República.
Recordo-o que apenas passaram 31 do pronunciamento militar (como lhe chama, eu prefiro dar-lhe outros nomes) de 25 de Abril de 1974 e julgo que é precipitado tirar conclusões sobre o "modus operandi" dos portugueses em termos da eleição do Presidente da República.
"Os tais famosos 48 anos de ditadura foram-no em República.", mas certamente compreenderá que podiam perfeitamente ter sido em monarquia, ou noutro regime qualquer porque isso era indiferente para a essência da nossa atípica ditadura, até porque ela era dirigida de São Bento e não de Belém. Nesse aspecto o caso da ditadura espanhola de Franco é igualmente atípico, e a monarquia espanhola era igualmente indiferente para a ditadura porque esta era dirigida da "Moncloa" e não por nenhum monarca a quem Franco tinha até alguma aversão.
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