Este blog está lentamente a ser dominado pelo conflito no médio oriente, mas há nada que eu possa fazer. De qualquer forma vou tentando dividir as questões por aqui e pelo Dolo, onde ainda não escrevi nada sobre este assunto.
Temos assistido a um controlo da informação em ambiente de guerra desde a primeira guerra do golfo, e desde essa altura que os jornalistas são ao mesmo tempo testemunhas e peças essenciais do esforço de guerra.
É a guerra de informação e o interesse de ambos os lados da barricada em influenciar as opiniões públicas uns dos outros, a favor ou contra, à custa dos cadáveres das vítimas, tornou-se comum.
E depois existem todo um sem número de comentadores que ao sabor das suas convicções pessoais analisam e escrutinam o trabalho dos jornalistas e os aplaudem ou então os crucificam.
Uma coisa é certa, nunca têm a objectividade que exigem aos jornalistas que analisam.
Márcia Rodrigues (na foto) e não pela condição de ser minha familiar afastada (sim é verdade, mas eu nem conheço pessoalmente), pelo que me é dado ver está a fazer um excelente trabalho, dentro das condições possíveis durante um conflito com estas características.
Márcia está a fazer a cobertura da ofensiva israelita, com base na cidade de Haifa, e no meu entender tem demonstrado a isenção e independência a que um jornalista está obrigado.
Pode ser uma
nuance, mas Márcia Rodrigues ainda não entrou no Líbano porque para isso a RTP tem correspondentes do outro lado da fronteira como até há uns dias o José Rodrigues dos Santos, que se colocou em situações particularmente dificeis nas àreas controladas pelo Hezbollah e sobrevoadas pela aviação israelita.
Acusar esta jornalista de ser porta-voz do exército israelita, de estar a ser paga divulgar os filmes de propaganda Israelita entre outros mimos, apenas revela uma total cegueira e autismo em relação ao trabalho que a jornalista tem vindo a fazer.
Tenho assistido às suas intervenções em directo de Haifa quase todos os dias e não consigo compreender como é que alguém que faz o jogo dos israelitas relata diariamente as dificuldades do avanço das suas tropas, revelando a fortíssima resistência que o Hezbollah está a oferecer.
Inclusivamente, Márcia Rodrigues já disse que "o disparo incessante de artilharia pesada para território libanês apenas pode significar falta de eficácia em atingir alvos do outro lado da fronteira". Não me parece que este tipo de observações revelem parcialidade.
A guerra da informação pode ser feita por aqueles que têm interesse em manipulá-la, mas não deve ser feita por outros que com base na falta de objectividade das suas opiniões pretende confundir a opinião pública.