terça-feira, novembro 21, 2006

Solitariedades - Bancos, sorrisos, miopia e PREC

O Prós e Contras de ontem à noite pretendia abordar as relações entre os Bancos portugueses e os seus Clientes. Devo dizer que, apesar das discordâncias várias, admirei a postura de João Salgueiro. Sóbrio q.b., apesar da presença de Garcia Pereira. O mesmo não posso dizer do seu colega de bancada, um tal de Filipe Pinhal.

Segundo o site do banco de que é Vice-Presidente, este senhor completou 60 anos no início do mês e é detentor de mais de 3 milhões de acções do Capital Social do BCP. Devo dizer que percebo muito melhor as suas posições depois de tomar conhecimento deste último dado.

Agora percebo o ênfase que colocou na defesa da eficiência dos bancos portugueses, quando confrontado com os lucros astronómicos em período de crise económica.

Permitiu-me também entender a “lata” para não responder às questões que confrontavam a imagem de entidades (supostamente) respeitáveis e respeitadoras de tudo o que é lei e ética.

Vejam lá que até passei a ser compreensivo perante o alerta que o Dr.Filipe lançou quase no fim do debate. Atenção!!! Não vamos agora ressarcir os Clientes que andaram anos a pagar aos bancos juros acima do que lhes era devido. Se o fizermos, será o descrédito geral do País e nós não queremos isso. Pois claro, Dr.Filipe!!! Nada como deixar as coisas como estão e continuar a permitir que os doutores Filipes deste país se encham à conta dos Zés cá do burgo. Pois então!

Não sei se terá sido da minha miopia, mas pareceu-me ver um sorriso no rosto do Dr.Filipe sempre que alguém, que não o Dr.Salgueiro, falava. Também não sei se será algum preconceito meu que me faz classificar esses sorrisos como jocosos, para não dizer outra coisa. E se esse preconceito aumentava quando me pareceu que o sorriso era maior quando era o Secretário de Estado a falar ? Que alguém me esclareça.
Até lá, é bem provável que eu continue a lembrar-me do PREC à conta do Dr.Filipe. Porquê ?
Porque uma das questões que este País enfrentou durante esse período passava pela necessidade de subordinação dos militares ao poder político. E ao ver e ouvir o Dr.Filipe, não pude deixar de me lembrar de que a subordinação do poder económico ao poder político é hoje inexistentee considerada demodé.

Mas uma coisa é certa, eu participei num acto eleitoral que escolheu deputados e que resultou na constituição de um governo para o País. No caso dos doutores Filipes, parece que há um acto eleitoral qualquer em que só vota um tal de “mercado”, mas eu não sei bem quem é esse gajo. Só sei que eu não fui visto nem achado.

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