"Eu não devo nada ao Estado. Nunca me deu nada!",
Fórum TSF,
17 de Novembro de 2006
A autora desta declaração foi uma das participantes desse espaço de democracia que a TSF continua a organizar de Segunda a Sexta-Feira. Ao ouvi-la, questionei-me. Será que esta senhora nunca andou de transportes públicos ? Será que não foi matriculada por alguém numa escola primária ? Será que nunca recorreu a um serviço público de cuidados de saúde ?
Neste País em que somos todos liberais até surgir uma intempérie que nos estrague os cultivos ou que um incêndio ou uma inundação nos destrua as casas, o liberalismo parece estar na moda.
É claro para todos que o Estado não é propriamente um bom exemplo de funcionamento eficiente e transparente. Mas será que isso justifica esta espécie de epidemia anti-estatal que parece vigorar ?
A esquerda falha onde a direita (mesmo travestida de esquerda) manipula a seu bel-prazer. Falta à esquerda explicar o que seria um Portugal com um Estado menos interventivo na economia. E que o faça o quanto antes.
Antes que seja tarde demais e que a "mão invísivel" impere de vez...
5 comentários:
Muito Bem!
Ao fim de várias tentativas, sai algo de útil das tuas solitudes! ;)
Mais perigoso ainda...estou de acordo!
Mas completamente de acordo.
Só uma nota: A esquerda travestida de direita (e não o contrário) está a fazer um excelente trabalho, embora falte nos dizer o que quer que fique no SEE (só golden shares? nem isso? a CGD sim ou não? a energia?) para sabermos o que nos espera até 2009 (eu diria já 2013).
Agora, falta à verdadeira esquerda denunciar os "travestis" sejam eles quem forem!...é para isso que estão lá...mas não os ouço!
Realmente...o neo-liberalismo vai passando...e quem deve gritar...não grita.
Apesar de tudo, acho que ainda há quem "grite". Mas, e a meu ver, bem mais importante, ainda há quem não se sirva do excesso de burocracia e de incompetência dos serviços públicos, para ir atrás das teses mais destrutivas da direita mais liberal.
Quem grita? (os sindicatos cujos únicos resultados práticos das greves são efectivamente criar o caos em Lisboa e defender alguns pontuais supostos "interesses das classes trabalhadoras" que nunca sabemos quais são..e a serem são sempre interesses corporativos??).
O que está em causa não é "servirmo-nos" dos funcionários públicos. O que está em causa é que ninguém tem a coragem de fazer a verdadeira reforma da Administração Pública..a tal que vai contra interesses instalados..torna a Adm Pública eficiente sem a enxovalhar...e que obviamente obrigará à natural FLEXIBILIDADE dos seus recursos humanos....esconder isto é ser a favor da manutenção do estado actual das coisas favorecer um Estado obeso, pesado, pouco ágil e virado para dentro!
Esses que tu dizes que "não se servem do excesso (...)e de incompetência(...)"...defendem o quê exactamente???
Se fizeres mais post's sobre isto...estou certo que nos esclareces! (ou talvez não;)
Pdamásio, atenção às aspas. Se a intenção é citar, que se cite devidamente...
Em frente...
O tema central do meu post é o facilitismo com que, à conta do excesso de burocracia e incompetência dos serviços públicos, se pretende aniquilar funções que o Estado desempenha. E, a meu ver, deverá continuar a garantir.
Para quê acresentar algo... é tão óbvio!
ah... bem vindo! Agora é só continuar!
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