Uma visita de um primeiro-ministro a Moura, quase um ano depois da sua primeira visita (ou seja, duas visitas) não é algo particularmente normal por aquelas bandas mas pode, a seu tempo significar uma alteração da forma como o Terreiro do Paço começa a observar o interior e neste caso particular o desertificado Alentejo.
O país é desequilibrado por definição e esse é um problema antigo que a falência da agricultura como meio de subsistência veio acentuar. Mas desde que o país se dedicou ao mar e à epopeia histórica dos descobrimentos, sempre houve quem arrumasse as malas para vir para o litoral à procura de melhores oportunidades.
Estas oportunidades foram sempre algo que passou ao lado do interior. O esvaziamento populacional, a sua dispersão e os baixos níveis de instrução e rendimento, nunca permitiram que por lá se fixassem empresas e negócios rentáveis, e por isso mesmo o Alentejo e o interior entrou na espiral da subsídio-dependência, uma lógica de mão estendida em que os maiores empregadores acabam sempre por ser os municípios que ao vento das orientações politicas acabam sempre por arranjar mais uns tachos.
Mas a que se deve este interesse súbito pelos grandes investimentos no interior? Não nos iludamos, não vai haver mais gente no interior, nem a qualidade de vida das populações era particularmente melhorada nos próximos anos. Não haverá projectos que impliquem lógicas de consumo como existem nas grandes cidades e além disso não se correrão grandes riscos sem garantia de apoio estatal.
Mas o que parece certo é que estes investimentos valem precisamente por nunca antes se ter investido seriamente no interior. Ou seja, são projectos de origem ambiental, multifacetados e que só existem devido ao desinvestimento de décadas dos governos centrais nestas zonas.
É o ambiente, relativamente intocável destes locais que lhes permitirá, ironicamente, desempenhar um papel relevante no futuro, ligado ao desenvolvimento de energias alternativas que sustentam a avidez energética de outros que não têm o mesmo de estilo de vida dos locais. Por essa razão o interesse por investimentos que produzam riqueza para estas regiões, gerando empregos, mas mantendo as suas principais características são de louvar e podem fazer reflectir de uma vez por todas a necessidade de pensar o país como um todo.
O país é desequilibrado por definição e esse é um problema antigo que a falência da agricultura como meio de subsistência veio acentuar. Mas desde que o país se dedicou ao mar e à epopeia histórica dos descobrimentos, sempre houve quem arrumasse as malas para vir para o litoral à procura de melhores oportunidades.
Estas oportunidades foram sempre algo que passou ao lado do interior. O esvaziamento populacional, a sua dispersão e os baixos níveis de instrução e rendimento, nunca permitiram que por lá se fixassem empresas e negócios rentáveis, e por isso mesmo o Alentejo e o interior entrou na espiral da subsídio-dependência, uma lógica de mão estendida em que os maiores empregadores acabam sempre por ser os municípios que ao vento das orientações politicas acabam sempre por arranjar mais uns tachos.
Mas a que se deve este interesse súbito pelos grandes investimentos no interior? Não nos iludamos, não vai haver mais gente no interior, nem a qualidade de vida das populações era particularmente melhorada nos próximos anos. Não haverá projectos que impliquem lógicas de consumo como existem nas grandes cidades e além disso não se correrão grandes riscos sem garantia de apoio estatal.
Mas o que parece certo é que estes investimentos valem precisamente por nunca antes se ter investido seriamente no interior. Ou seja, são projectos de origem ambiental, multifacetados e que só existem devido ao desinvestimento de décadas dos governos centrais nestas zonas.
É o ambiente, relativamente intocável destes locais que lhes permitirá, ironicamente, desempenhar um papel relevante no futuro, ligado ao desenvolvimento de energias alternativas que sustentam a avidez energética de outros que não têm o mesmo de estilo de vida dos locais. Por essa razão o interesse por investimentos que produzam riqueza para estas regiões, gerando empregos, mas mantendo as suas principais características são de louvar e podem fazer reflectir de uma vez por todas a necessidade de pensar o país como um todo.
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