sexta-feira, março 30, 2007

Mudar a administração pública

A implementação do PRACE tem causado alguma agitação nos diversos serviços públicos. Independentemente das leituras que se queiram fazer dessa agitação, ou do sentido que se lhe quiser atribuir, ela parece-me de algum modo natural. O início da publicação das novas orgânicas dos serviços veio agora relançar o bulício.
Segundo notícias da rádio, o plenário de trabalhadores que se realizou esta manhã num organismo público, a propósito das mudanças, teve pouca participação, alegadamente por estar criado um ambiente de medo generalizado. A ser assim, está de parabéns o governo, e o primeiro-ministro em particular, pois, a meu ver, está cumprido um dos desígnios do PRACE. Não era o que queriam? Agora trabalhadores do sector público e privado estão em iguais condições nos seus locais de trabalho...

quinta-feira, março 29, 2007

Este blog é amigo da China

Ou melhor, a China aparentemente não nos bloqueia. Vá lá alguém perceber porquê... Não podem dizer que sejamos propriamente amigalhaços do regime chinês. Queremos ser bloqueados JÁ. Queremos ser uma ameaça à estabilidade do Império do Meio.

quarta-feira, março 28, 2007

Não passará!

O novo Alentejo


Adivinha

Qual é coisa qual é ela? Que mais dia, menos dia vai engrossar as fileiras do PSD?

Apenas (mais) um sinal

Diz que foi uma espécie de concurso televisivo. Ainda bem que foi apenas isso. Via sondagens, o maior António não obteve mais do que 6% das intenções de voto. Se os 41% também estivessem presentes nos resultados das várias sondagens de opinião, seria um sinal de alerta. Assim sendo, a leitura de que se tratou de uma mobilização de extremistas e/ou de desgostosos do sistema parlamentar, parece-me aceitável e, principalmente, suficiente.

O que me parece muito insuficiente é ver alguns elementos do sistema a esbracejar contra o suposto significado de tal votação. Num País marcado por alguns provérbios trágicos, o “Casa arrombada, tranca na porta” voltou a fazer valer os seus (de)méritos.

Parecem não entender que isto foi (no máximo) apenas mais um sinal de que a “democracia” não é o fim da história. Le Pen não foi à segunda volta com Chirac ? Não está a extrema-direita disseminada um pouco por essa Europa democrática fora ? Não será hora de abrir os olhos para estas questões ?

A população portuguesa já inclui 6% de estrangeiros. O conceito de “estrangeiro” ainda perdurará durante umas boas décadas. Como as condições económicas andam de mãos dadas com a ignorância, o populismo da direita mais radical tem um terreno excelente para prosperar.

Oxalá o “centrão” se aperceba disto a tempo. E quando isso acontecer, poder-se-á dizer que combatida a extrema-direita, é hora de questionar para onde vai a “democracia” ? Oxalá ainda cá estejamos todos para participar nos “Estados Gerais da Democracia Mundial”!

Para que isso seja possível, acredito que programas como o que, pela mão de António Barreto, a RTP estreou ontem, dão um contributo muito relevante. Porque não há nada mais perigoso do que a ignorância, convém que nos conheçamos para que possamos avaliar-nos e, quem sabe, modificar o que gostarmos menos. Desta forma, da próxima vez que acontecer algo semelhante ao que aconteceu com o António, não seremos apanhados de surpresa ou sujeitos a leituras exacerbadas. Saberemos porque é que assim é. E isso é o código postal para dinâmicas de mudança, sejam elas quais forem.

Merci a tout les jeunes...

O favor que se faz a Sarkozy quando se pretende chamá-lo hipócrita, não pode ser melhor quando se opta por pedir esclarecimentos sobre o comportamento de uns revisores, acompanhado de umas centenas de amigos, não vá não se entender alguma coisa que eles digam.
Dai, a partir, com ajuda das centenas de amigos, as vitrinas das lojas e bilheteiras de um das mais emblemáticas estações de Paris, é um saltinho.
Sempre em crescendo, nada melhor que manifestar a verdadeira amizade e aguardar pelas televisões e pela polícia e atirar-se a eles para lhes morder nas canelas, frente às câmaras de todos os canais.
Sarkozy tem muito a agradecer a esta querida e amistosa juventude.

terça-feira, março 27, 2007

Serviço Público

É para isto que serve a televisão pública e é delicioso assistir a este regresso de António Barreto à televisão, a fazer aquilo que sabe melhor. Olhar para nós objectivamente e de forma desapaixonada, apontar-nos o que temos de melhor e pior.
Um retrato de um povo na voz daquelas pessoas, mas no qual cada um de nós se consegue rever em vários aspectos.
Coragem de dizer que não ficámos parados, que evoluímos e mudámos, mas que não somos perfeitos nem melhores que ninguém, somos todos iguais no trabalho que ainda temos pela frente.
A meu ver um excelente programa, num panorama televisivo deprimente.

Como vive ainda Salazar

Não vale a pena vir agora reiterar que se tratava apenas de um concurso, um passatempo televisivo. Foi dito desde o início e repeti-lo pode fazer crer que se tenta fugir de algo. Do programa só já há a registar o lamento de que os fins tenham sido mais os do espectáculo de entretenimento fácil, em busca das audiências, do que os da informação e formação, que se supõe também deverem pautar os objectivos do serviço público.
E talvez sem grande surpresa, lá foi finalmente escolhido Salazar como “o grande português”. Para além dos condicionalismos próprios do carácter de concurso, é talvez legítimo esboçar algumas leituras do resultado final.
Ainda que só por brincadeira, esta escolha não deixaria de ser macabra. Mas um certo sentimento do tempo que vivemos talvez nos alerte que não é mera brincadeira este reavivar de velhos fantasmas.
A leitura mais imediata dos comentadores do concurso apontava o resultado como um “voto de protesto”. Contra um certo insucesso do nosso modelo democrático, os participantes do concurso teriam elegido o antigo ditador, seu oposto mais evidente. Não estaríamos assim perante um recrudescimento do fascismo e de valores antidemocráticos, tratar-se-á apenas de mais uma manifestação de desagrado perante o estado actual do país. Mas esta tentativa de explicação não nos tranquiliza.
Se é só de “protesto” esta nova afeição por Salazar, não é também salazarenta a atitude que ela pode revelar? Uma certa desaprovação generalizada dos políticos e da política, que se vai tornando demasiado comum, sem preocupações de fundamentação, reflexão e participação cívica real? Uma certa tendência para rejeitar a política (que, no fundo, é assunção de uma atitude política...), para a abstenção e desistência, não é herdeira do salazarismo, da procura do ditador em manter o povo afastado e na ignorância?
Passados os anos e tanta coisa mudada, alguns traços fundos teimam em não desaparecer. Podem abundar por aí velhos e novos fascistas, “pequenos e miseráveis”, como bem diz no texto anterior o meu bom amigo Raposo. Começarão a tornar-se mais visíveis, despudorados. E contra isso é preciso mobilizarmo-nos. Mas é na ignorância cívica, herdada ou voluntariamente mantida, que vejo o fulcro do problema. Essa atitude triste e pequena, que cala ou fala sem pensar, é conivente com todas as ditaduras, criando mesmo o ambiente mais propício à sua germinação.

Não contem comigo

Penso muitas vezes em fechar a loja e acabar por deixar estas escritas na blogoesfera. Também penso e reflicto muitas vezes se faz sentido ter a mania de ter opiniões vincadas sobre quase tudo, que é aquela boa maneira de convencer as pessoas que se tem uma personalidade forte. Penso se vale a pena esta pregação aos peixes, que é basicamente para consumo interno, e se valerá a pena a consciência politica ou social que ao longo da vida me tem arrastado o interesse para a associação de cidadãos ou para a política.
São inúmeras as questões, e alguns arrependimentos. Houve coisas que escrevi e que disse que talvez não as devesse ter escrito ou dito, mas só há uma razão para tal ter acontecido. Porque posso.
Posso independentemente do que digo e do que escrevo, dizer o que me apetece. Posso exercer esta minha pequena liberdade, que sempre tive como garantida, inalienável e intransmissível, porque quero. E garanto-vos que quero muito e quero cada vez mais.
Ontem foi um dia em que percebi isso. Percebi que não pertencia, não me revia, nem queria pertencer a um determinado tipo de país. Um país de gente mesquinha e pequena, que não compreende o alcance dessa coisa maravilhosa que é a liberdade, e a possibilidade de não termos tutores que nos toldem o pensamento. Que não nos prendam o pensamento em troca de uma tranquilidade securitária. Que não nos tirem essa extraordinária capacidade de pensarmos e seguirmos o nosso próprio caminho como quisermos.
O passatempo vale o que vale, mas o voto militante de milhares de portugueses em alguém que representa o que de pior temos em nós, não pode passar em claro porque se trata de um sintoma. Um sintoma que não está apenas naquele programa de televisão, mas antes se desenrola diariamente na Faculdade de Letras, na blogoesfera, na limpeza histórica na imprensa, nas agressões a todos os que são diferentes, no esquecimento das vítimas, tudo por um Portugal branco e limpo, onde alguns que agora se arrogam na sua defesa, se possam encher livremente à custa dos demais.
Reivindicam a grandeza e a glória de Portugal no passado, mas são pequenos e miseráveis. Portugal não se fez com homens tão pequenos e não poderá recuperar a sua auto-estima através da castração da liberdade duramente conquistada.
O hino que lhes enche a boca, também me enche a alma, mas onde eu vejo incentivo ao trabalho de todos, e à coragem de todos, outros vêem uma glória irrepetível, que não lhes pertence. Que apareçam todos, que venham lá debaixo das pedras onde vivem e digam claramente ao que vêm.
Comigo não vão poder contar. Comigo contarão, aqui, noutro qualquer blog, num livro ou numa iniciativa, numa associação ou num partido político, com uma intransigente defesa da liberdade de pensamento, independentemente do momento político ou económico do país.

domingo, março 25, 2007

E se...

E se de repente eu quisesse ficar na hora antiga? Uma hora de distância dos comuns mortais... Talvez ajudasse...

sexta-feira, março 23, 2007

Rugby

Assim de repente é futebol aquilo que se pretende jogar em Alvalade no próximo sábado, não é?
Quem diria. Tenho a ligeira impressão que se prepara um jogo de Rugby com resultados imprevisíveis...
Para já dá para ver que os responsáveis e/ou seguranças da selecção Belga comunicam exclusivamente em flamengo e pretendem trazer para Portugal métodos de um conhecido partido belga.
Na melhor tradição do Vlaams Belang alguns elementos da comitiva belga agrediram dois fotojornalistas portugueses na portela (deviam ser arraçados de alguma coisa pouco pura), que como se está a ver, é a melhor forma de negar a importância das declarações do guarda-redes desta selecção.
Algo do género – Já dissemos que ele não disse isso, e como não disse ainda levas na tromba se insistires em perguntar.
É infalível desde que se consiga sempre distribuir uns socos e uns pontapés porque isto de passar a vida a viajar e a dar entrevistas é muito stressante.

Um Secretário-geral...

... a atirar-se para debaixo de uma mesa, só pode representar o apaziguamento da situação no Iraque que o próprio e o primeiro-ministro tentavam demonstrar numa conferência de imprensa.



quinta-feira, março 22, 2007

Re: "Novas Oportunidades"

Uma nova oportunidade é sempre bom. Como o próprio nome indica e como o no_campo referiu aqui em baixo, este pode ser uma última oportunidade e daí justificar-se uma nova oportunidade de fazer aquilo que a burocracia e o encantamento com o sonho europeu não deixou fazer antes. Gosto da iniciativa e considero importante investir fortemente em formação. No entanto sou geneticamente desconfiado e receio que este projecto acabe por não ajudar a formar em novas competências e se limite a reconhecer com um nível escolar correspondente, uma determinada experiência de vida. Se a experiência de vida atribuir um tipo de equivalência que posteriormente sirva para a frequência de um plano de estudos adaptado à realidade profissional parece-me bem. Se porventura se considerar relevante apenas o reconhecimento de competências, acho mal.
Frequentar um determinado nível de ensino não tem apenas, ou não devia ter, como fim único a obtenção de uma profissão, mas também a possibilidade de se ganharem competências várias, não necessariamente úteis a uma profissão, mas úteis para que o ser humano se construa no seu contexto cultural e permita o seu desenvolvimento pessoal e interesses.
Se isso estiver contemplado nesta nova oportunidade, tanto melhor. Resta esperar para ver.

quarta-feira, março 21, 2007

"Novas Oportunidades"

No últimos dias tornou-se impossível não reparar na enorme campanha que o governo lançou para incentivo da formação e qualificação dos portugueses.
Nestas alturas vêm à baila os números terríveis do nosso atraso: 3,5 milhões de empregados sem o secundário completo, mais de dois terços sem o 9º ano sequer...
Sendo, certamente, o programa participado pela União Europeia, tememos ao lembrarmos o que se passou com a primeira grande onda de subsídios para a formação, desde finais da década de 80. Queremos crer que desta é que é, há-de ter-se aprendido algo com os erros do passado, há-de haver a lucidez para perceber a real importância deste desígnio agora (e sempre) renovado.
Rejeitas embarcar nalguma da crítica fácil ao governo, de que estaríamos perante mais uma grande encenação de propaganda, sem resultados concretos. O tempo o dirá. Para já, relegas a retórica de "ambição" do texto de apresentação do primeiro-ministro, que, paradoxalmente, aparece numa foto de braços cruzados...
Crês que este país ainda há-de crescer e desenvolver-se, que o aumento da formação e qualificação dos portugueses um dia será uma realidade. Nem que seja para aumentar o número desses activos qualificados mal remunerados, de que o ministro da economia se gabava há tempos...

Bem-vinda


terça-feira, março 20, 2007

Diálogo Pré-Formatado

- Boa Tarde, quanto custa uma água ?
- Pequena, média ou grande ?
- Pequena.
- Fresca ou natural ?
- Natural.
- 80 cêntimos.

O Pai Natal

Passados quatro anos sobre a invasão do Iraque, não serão muitos aqueles que defendem ter sido instaurado um regime democrático no antigo feudo de Saddam e companhia. Mas ainda há quem, apesar de reconhecer que a situação actual é caótica e longe de ser "democrática", ainda referem que o objectivo inicial passava por "instaurar a democracia" e espalhar a dita cuja naquela área do Globo. Foi isto que ouvi hoje, ao pequeno almoço, na SIC Notícias, da boca do "especialista" em Política Internacional, Luís Tomé. Tomé não faz jus ao nome. Parece dizer que o Pai Natal não apareceu no Iraque durante estes quatro anos, mas continuando a acreditar na sua existência. Ingenuidade ? Falta de coragem ? Bolas... Passavam poucos minutos das oito da matina. Se fosse no Jornal da Noite, a visibilidade seria bem maior. Mas foi assim mesmo. Lá está, ver para crer...

segunda-feira, março 19, 2007

Falácia do dia

"Si vous le voulez, nous allons gagner la plus formidable bataille des idées..." Nikolas Sarkozy

Alguém me chama um táxi???

Era uma vez um partido. Cheio de gente bem composta, vestida com as melhores marcas e bem falantes. Apesar dos penteados estranhos que usam até à meia idade e o ar de quem acabou de chegar das férias na neve, os seus elementos sempre foram defensores dos mais altos valores morais, no mais estrito respeito pela família e pela ética moral católica.
Um dia, um dos limpinhos tenta ser o timoneiro que já tinha sido no passado e a roupa rasga-se, a moral vai pelo cano, o cabelo despenteia-se, as palavras deixam de ser polidas, o bronzeado não consegue disfarçar o vermelho de raiva que ostentam na face e a família, a verdadeira família portuguesa, tem direito a ver tudo pela televisão.

sexta-feira, março 16, 2007

Epá, poupem-me!!!

Fórum TSF. Discute-se a eutanásia.
E eis que o moderador dá extenso tempo de antena à senhora presidente da Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos... nada mais, nada menos do que a Dra. Isabel Galriça Neto! Não vos diz nada?! Não vos marcou a memória a sua argumentação e a voz estridente, nos célebres debates de há meses?!
Mas será que esta gente está metida em tudo?! E notoriamente para doutrinar, para enunciar dogmas, não propriamente para esclarecer e ajudar (será preciso lembrar quem, depois do referendo do aborto, lançou a primeira proposta de trabalho séria sobre a educação sexual, o planeamento familiar e a contracepção? E onde se meteram os que queriam "salvar vidas", entretanto?).
Longe de lhes negar espaço de participação, gostaria francamente de acreditar que o país já não está representado na permanente pregação destes senhores sobre tudo o que lhes toca lá à crença...

quinta-feira, março 15, 2007

A (outra) verdade inconveniente


Os livros de História dizem que os seres humanos começaram por lutar pela sobrevivência. As etapas da evolução social humana sucederam-se, permitindo que homens (quase sempre homens...) começassem a dedicar-se a outras actividades. Aquilo a que hoje chamamos “Arte”, “Filosofia”, “Desporto”, dificilmente existiria (nos moldes actuais) se o Homem continuasse a lutar (apenas) para sobreviver.

Economistas de diferentes escolas coincidem na alusão a um facto. Nunca como hoje, a Humanidade teve ao seu dispôr, meios suficientes para garantir o mínimo de subsistência a todos os habitantes do planeta. Nunca como hoje, dizem os dados sócio-económicos, a riqueza esteve tão mal distribuída.

A verdade inconveniente de que um ex-vice-presidente da maior potência mundial fala, por mais urgente que seja, parece-me acessória, dada a gravidade da pobreza extrema que se vive na maior parte dos Países do Mundo.

Que me desculpem os ecologistas mais convictos, mas a verdade inconveniente não é essa ou, pelo menos, não é apenas essa.

A verdade inconveniente é que ninguém de boa fé acredita que caminhamos numa direcção que corrija as assimetrias gritantes. Ninguém acredita que por mais ONG’s que auxiliem populações carenciadas, por mais concertos que Bono ou outros organizem, esta “verdade” se altere.

Porque mudar esta “verdade” implica mudar a forma como a economia está estruturada. Porque implicaria vontade política para o fazer, perda de privilégios económico-financeiros, perda de Poder.

Não possuo a varinha mágica para resolver este problema. Ainda assim, e tendo em conta o último relatório da ONU sobre a distribuição de riqueza no mundo, há alguns aspectos que me parecem determinantes.

Os 2% mais ricos possuem mais de metade da riqueza mundial. No extremo oposto, a metade mais pobre divide pouco mais de 1%! Quase dois terços do grupo de 1% mais rico reside nos EUA ou no Japão.

A mudança passa por “nós”. Nós que não estamos em nenhum dos extremos, nós que até temos direitos democráticos consagrados que nos permitem, por exemplo, escrever este tipo de coisas. E isso é mesmo o mínimo que podemos e, digo eu, devemos fazer.

Caso contrário, arriscamo-nos a que a verdade inconveniente de Al Gore seja levada a sério em detrimento da que refiro aqui. E, nesse caso, seria algo como restaurar um velho teatro enquanto que a esmagadora maioria dos actores da Companhia morrem à fome...

As duas verdades estão relacionadas. O teatro sem alguém para actuar no seu palco ou actores sem teatro onde representar, resulta basicamente no mesmo. Mas, mais relevante ainda, têm causas idênticas. E estas são conhecidas de todos. As diferenças residem no que se pode ou não fazer para transformar este quadro.

Judicialês

Ainda sobre a raptora de bebés cujo marido não tocou durante nove meses…
Depois de já se terem passado vários meses desde que a mulher se tinha posto a milhas com a criança, a judiciária mostrou (a muito custo) um vídeo do sistema interno do hospital em que aparecia uma mulher, quase tapada e com um saco grande, que seria a suspeita ou presumível autora do rapto.
Na altura a descrição divulgada pelos meios de comunicação social e repetida agora, vinha numa língua estranha. O judicialês. Uma língua apenas acessível a alguns portugueses e que naturalmente não facilitou a identificação.
Segundo o comunicado a mulher tinha “compleição física e rosto fortes”, ou seja, era gorda e feia como os cornos. Mas a habitual forma formal, obscura e burocrática como o Estado gosta de se fazer expressar, resulta nestas coisas de compleição física e rosto forte.
A sorte é que as cunhadas são umas chibas, senão ainda ninguém sabia o paradeiro da miúda.

Vida difícil

Não é fácil ser o Marques Mendes. Começo a nutrir pelo homem aquele tipo de simpatia coitadinha que os portugueses dedicam à maioria das pessoas que vêm atrapalhadas com alguma coisa.
Ninguém lhe facilita a vida. O outro que pensávamos nós estaria a fazer a tradicional, e a meu ver fundamental, travessia no deserto, quer agora fundar o PSL com PND do MM. Vale o que vale, mas já garante tempo de antena e prepara-se para lançar mais fracturantes questões a referendo como a abertura de uma Kapital em cada capital de distrito, ou a obrigatoriedade de todos os homens passarem a ter o cabelo oleoso.
O Cavaco já se sabe, não foi eleito pelo PSD e a Cavaca já revelou sempre ter sido uma mulher da esquerda libertária do Maio de 68. Por isso o Marques Mendes até pode ir fazer queixinhas a Belém sobre a OTA que o Cavaco já garantiu que não se vai meter nessa história. E agora a anterior candidata a candidata a primeira-ministra em substituição do Barroso, vem dizer que as ideias de Marques Mendes sobre a redução carga fiscal, são irresponsáveis.
Assim é difícil.

quarta-feira, março 14, 2007

Frase do dia

Não é por muito madrugar que amanhece mais cedo." Presidente do Sporting, ontem à noite.

Que é como quem diz que os dias não esticam e que não se fazem omeletes se não houver galinhas... é mais ou menos o estado actual das coisas por aqui.
As galinhas vão pondo ovos, mas como não há tempo para recolhê-los já devem estar a nascer os pintos, o que aumenta a confusão no galinheiro...

terça-feira, março 13, 2007

Alfinetadas

Já está por toda a blogosfera mas não resisto à alfinetada. Então e agora como é com a mãe afectiva? É legitimo perguntar se uma família com seis filhos tem mais condições para criar mais uma criança, do que alguém que aparentemente ficaria com apenas um? Será que a criança não vai precisar de apoio psicológico e será que vai ser necessário um período de adaptação aos pais biológicos mediado por uma dúzia de pedo-psiquiatras? Porque é que ainda ninguém está a subscrever um pedido de habeas corpus da raptora na defesa dos superiores interesses da criança? De que crime vai ser acusada a mãe afectiva da Joana? De que crime é acusado o pai afectivo da esmeralda? Cinco anos é diferente de um, mas e de dois, altura em que o pai biológico da esmeralda iniciou o pedido de paternidade? Boas questões para todo os que andaram pelas ruas a gritar, responderem.

segunda-feira, março 12, 2007

Conclusões

Ninguém lê o Público. O David já tinha andado a dizer que o grafismo do novo P era capaz de levantar um morto da campa, nem que seja para se pôr a milhas...
De facto as audiências cresceram, mas não sou uma estrela da blogoesfera. Já passaram cerca de três dias e ninguém me convidou para substituir o Portas no Estado da Arte.
Já perdi a esperança. A sorte é que pelo menos o Corta-Fitas é mais lido que o P, e com os dois destaques que o Pedro Correia lá deixou para o Suburbano, lá se tem alimentado o Sitemeter com a nossa pobreza franciscana… :)

domingo, março 11, 2007

Em memória

Monumento evocativo das vitimas do 11 de Março em Madrid

Ir a jogo

Paulo Portas cutucou a fera e o CDS ganhou um novo líder daqueles imaginávamos não ser possível.
Nada melhor para um espírito acossado da possibilidade de despedimento, para se agarrar com unhas e dentes ao lugar, que jura vender caro.
Portas não esperava esta resistência. Isto tem corrido tão mal a Ribeiro e Castro que Portas imaginou que na realidade lhe estava a fazer um favor.
Finalmente Ribeiro e Castro poderia descansar em paz e voltar para Bruxelas, pois tinha cumprindo o seu papel de arrastar o partido para um buraco.
Portas não imaginava é que o actual líder do CDS (quem em tempos já foi PP), se mostrasse relutante em sair perante o regresso do filho pródigo.
Mas teve azar. Ribeiro e Castro quer ficar, não parece o mesmo nas entrevistas na televisão, e pretende afastar o confronto das eleições directas, na vã esperança de conseguir ganhar o congresso com um rasgo de brilhantismo.
Portas vai ter de repensar novamente a estratégia, se porventura o conselho nacional (que em situações normais é dominado por apoiantes de quem ganha os congressos), optar por lhe negar as directas, mas agora vai mesmo de ter de ir a jogo.

Chegou a altura do ano dedicada ao foot fetish


sexta-feira, março 09, 2007

A historia higiénica

A comissão europeia tem de quando em vez um ataque de normalização, que permite fixar o diâmetro das laranjas que se vendem de Lisboa a Bucareste. Mas nem sempre repara nos custos que essas alterações implicam, nem nas especificidades de cada país.
Agora resolveram dar um passo maior que as pernas, normalizando a história da Europa, num único manual escolar, que ajude as pobres crianças europeias a sentir a verdadeira Europa.
O que me preocupa são os sentimentos de confusão dessas crianças perante a mais que previsível desvalorização do passado belicista da Europa.
Falaremos das guerras do passado como uma espécie de alter-ego? As crianças vão conseguir perceber que povos que insistem em dizer que são os melhores amigos, se andaram a matar no passado, sem que isso lance a maior das confusões nas cabeças dos pequenos estudantes?
É um processo de desenraizamento das histórias nacionais que deve ser combatido, porque os europeus precisam de saber que os seus antepassados lutaram uns contra os outros, que umas vezes ganharam outras perderam e que isso tem um determinado valor na consciência colectiva, que não pode ser higienizado.
Passar uma esponja pelo passado da Europa apenas pode transformar os erros anteriores, que são a génese da Europa que se pretende construir agora, numa leve referência politicamente correcta do passado.
É importante, e especialmente importante em alguns países da União onde diversos nacionalismos parecem querer renascer, que o passado seja a reprodução fiel da realidade para que todos possam aprender com os seus erros.

A prova

Ora aqui está. As novas tecnologias são uma coisa fantástica.

São 10:41 e o jornal já está "scannado" para fazer prova do destaque suburbano no Público.

O link (fixo) para o jornal segue dentro de momentos…

Agora mais a sério. Fico satisfeito com o destaque, até porque não é fácil no meio de tantos milhares de pessoas a escrever, num universo dominado por alguns tubarões, um blog como o Suburbano conseguir fazer valer qualquer tipo de ponto de vista.

Agora vamos trabalhar para ser primeira página :)

Obrigado

Última Hora

Hoje de manhã, o Público citou a posta aqui em baixo "Fazer as malas", sobre o encerramento da Embaixada Portuguesa no Iraque, na pag. 2 do P2 (esta organização é muito boa não é?)
Acho que é capaz de ficar bem eu fazer-lhes aqui um link, que não temos, por causa daquela coisa dos assinantes.
Não, eu não lhes paguei nada. Mais tarde deixo aqui a prova.
Agora vou dar aqui uns autógrafos no comboio. Assino e mostro-lhes o Público e o meu BI :)

quinta-feira, março 08, 2007

Dia Internacional da Mulher - 8 de Março

"Amai-vos um ao outro,
mas não façais do amor um grilhão.

Que haja, antes, um mar ondulante
entre as praias de vossa alma.

Enchei a taça um do outro,
mas não bebais da mesma taça.

Dai do vosso pão um ao outro,
mas não comais do mesmo pedaço.

Cantai e dançai juntos,
e sede alegres,

mas deixai
cada um de vós estar sozinho.

Assim como as cordas da lira
são separadas e,
no entanto,
vibram na mesma harmonia.

Dai vosso coração,
mas não o confieis à guarda um do outro.

Pois somente a mão da Vida
pode conter vosso coração.

E vivei juntos,
mas não vos aconchegueis demasiadamente.

Pois as colunas do templo
erguem-se separadamente.

E o carvalho e o cipreste
não crescem à sombra um do outro. "


Gibran Kahlil Gibran


Fazer as malas

Só quem ainda acredita que o Iraque é uma oportunidade, em vez de um buraco, é que pode considerar um erro o encerramento da embaixada em Bagdad. Quem acredita já não é credível.
O país não deve gastar recursos desnecessários e colocar em risco de vida várias dezenas de funcionários do Estado, só para legitimar pela diplomacia, um estado de jure mas não de facto.
Além disso, a diplomacia iraquiana continua a fazer-se mais na Casa Branca que em Bagdad e pensar o contrário não passa de uma tonteria idealista, igual à da existência de um verdadeiro Governo Iraquiano.

quarta-feira, março 07, 2007

A emissão segue dentro de momentos...

Ironia do destino

Não consigo deixar de esboçar um sorriso sempre que alguma direita, ora mais liberal, ora mais conservadora, se preocupa com a concentração da tutela de serviços de informação e forças policiais no Primeiro-ministro.
Sinal da ironia dos tempos em que vivemos e de como se exige alguma coerência na vida política.
Prometo abordar este assunto mais á frente...

Povos irmãos...

("Cravo & Ferradura" de hoje, no DN )

Mais do mesmo

Mais uma oportunidade perdida de dar algum tipo de credibilidade aquele programa absurdo. Só agora pude ver o documentário dedicado a Álvaro Cunhal.
Não alinho pela ideia que Cunhal é o outro lado de Salazar, pela simples razão que este país viveu sob o fascismo e não sob o comunismo. Mas o pasquim ordinário e bajulador em que Odete Santos conseguiu transformar o documentário, está ao melhor nível de Jaime Nogueira Pinto. Mais do mesmo, o que apenas vem alimentar a ideia que um canal público tem responsabilidades maiores para com a história do país, as quais não está a corresponder.

terça-feira, março 06, 2007

Quem te vê?

Já alguma vez caíste na rua? Não é cair, é mais um daqueles espalhanços brutais. Daqueles em que se escorrega numa casca de banana, vai uma perna para cada lado e se correm riscos graves de esterilidade definitiva. Já? Então és candidato(a) a ser um sucesso no YouTube e uma estrela da Internet.
São os novos tempos. Tudo aquilo que fazemos na rua passou a ser alvo do maior escrutínio. Todos aqueles que pensavam que este tipo de acontecimento apenas podia acontecer às estrelas, estavam enganados. Com as tecnologias que permitiram nos últimos anos a fotografia digital e o vídeo em telefones móveis e a facilidade de os colocar na rede global através do YouTube (e de outros sites do género), passámos a ser igualmente vitimas das câmaras indiscretas que estão um pouco por todo lado, e mesmo que não percebamos, podemos ser involuntários artistas em histórias por vezes tristes.
Claro está, tudo o que é novo tem sempre as suas vantagens. A facilidade e a generalização do acesso a esta tecnologia tem sido útil no combate a várias formas de criminalidade, violência e vandalismo. Tem permitido identificar criminosos como já o faziam as câmaras fixas em lojas e locais públicos, mas também tem permitido a chacota, o fundamentalismo e a violação de privacidade.
Interessante perceber que o Big Brother, afinal não será o Estado que tanto temíamos viesse a intrometer-se nas nossas vidas, o ditador que ninguém vê mas que tudo observa. Afinal seremos todos nós.
Em democracia deve assumir-se cada vez com mais força a necessidade da reserva da vida privada e da intimidade como ultimo reduto da privacidade de todos, já que publicamente a nossa privacidade é constantemente posta em causa.
Empurrar as sociedades democráticas para a protecção dos direitos individuais perante a grande máquina tecnológica, é o grande desafio dos próximos anos, antecipado por cada vez mais oportunidades de intromissão na vida uns dos outros.
Afinal compete ao Estado que temíamos, legislar e fazer aplicar sem restrições, leis que nos protejam.
Uma sociedade cada vez mais tecnológica precisa de protecção perante a possibilidade, não assim tão distante, de um ataque generalizado a sistemas que coloquem em causa inúmeros aspectos da vida de um cidadão comum.
Impõe-se ao Estado que obrigue empresas da Internet, multinacionais ou locais a respeitar de igual forma o cidadão comum e a sua privacidade, tal como já tão zelosamente o faz, ou tenta fazer, em relação à protecção de direitos de autores dos grandes estúdios ou grandes gigantes do multimédia.
O cidadão comum não pode esperar que a flagrante violação da sua privacidade (atenção, fazer sexo em praias publicas é capaz de não ser uma boa ideia), aguarde uma decisão judicial, sem que se produzam efeitos suspensivos imediatos e respeitados pelos operadores tecnológicos.

O passado é um país demasiadamente próximo?

Um estudo divulgado há dias pelo ICS conclui que, em Portugal, o factor considerado mais representativo da identidade nacional é a história do país.
A uma primeira impressão não te surpreendes e podes mesmo reconhecer-te nessas conclusões. Afinal, a nossa história é cheia de feitos assinaláveis, alguns dos quais até inconcebíveis para um país da nossa dimensão. E mesmo para além disso, a história parece-te como que o cimento que dá consistência a todo o edifício que se vai consolidando. Nem de mais, nem de menos, reconheces a história do teu país e aceitas ver nela um factor estruturante da identidade nacional.
Mas se te disserem que, num universo vasto, Portugal é o terceiro dos países que mais valorizam a história como factor da identificação nacional, não se te pode revelar uma outra perspectiva?
Noutros horizontes outras ideias preenchem o sentimento de pertença a uma mesma comunidade nacional. O passado será então entre nós um país demasiadamente próximo, ao qual nos mantemos presos por atavismo, medo ou impotência de enfrentar o presente?
Evitas especulações, não queres pensar. Ainda assim, uma ideia anima-te o espírito: afinal, esta forma de identificação e pertença pode ser positiva, se fundada sobre a consciência histórica e o civismo.
Mas então está tudo estragado! Num desses fóruns em que a rádio dá diariamente voz ao povo, ouves algo talvez não representativo, mas decerto sintomático: numa intervenção única, uma senhora invoca Salazar, protestando contra a actual situação política, e termina recordando Zeca Afonso, para dizer que o poeta decerto não gostaria de ver como estamos, se vivesse ainda... Afinal, em que ficamos?! Assim não, caramba!

segunda-feira, março 05, 2007

A luta dos nossos dias

Hoje, pela enésima vez, recebi na caixa do correio um folheto de um ginásio exclusivamente feminino que abriu aqui no Cacém.
Apesar de imediatamente me ter ocorrido dezenas de gajas a correr pela rua abaixo para queimarem os seus soutiens, esqueci rapidamente o complexo “Girl Power”.
Não percebo que raio é isto dos ginásios femininos.
Então a função social dos ginásios não é precisamente o engate??? Vão tentar explicar-me que as pessoas tem um interesse genuíno em sentir-se bem? Hello, anybody home?
Claro que não, até porque continuamos a comer hamburguers. A ideia é aproveitar aqueles momentos de rara beleza de um local que cheira permanentemente a sovaco, em que um misto de hormonas aos saltos e corpos tonificados com roupas desportivas, necessariamente justas, aproveitam para dar uma queca mais tarde.
Essa é que é a verdade. E não vale a pena dizer que as gajas não querem.
Se houvesse um ginásio exclusivamente para homens era logo um ginásio gay, e só com mulheres? É lésbico? Não, é parvo.
Os ginásios só para mulheres não vão ser bem ginásios, serão salas de fisioterapia...
Não vamos permitir que o mundo volte atrás, apoia o ginásio misto.

Não há pachorra para mais relatórios

Somos mesmo um país com azar. Queres ver que depois de tantos países terem instalado salas de chuto, a ONU vem desaconselhar este instrumento, por nossa causa? Será possível?
Não é normal. Estavam tão sossegados, vão fazer salas de chuto e levam logo com um relatório de uma grande instituição internacional que até estremecem.
Não há pachorra.

P.S.: Ah, que estranho... um padre (mais um) contra... que grande surpresa. E a falar de parasitas... Muito bom.

Frase do dia


"I love deadlines, I love the whooshing sound they make as they fly by."

sexta-feira, março 02, 2007

Prémio memória curta

"Nunca vi um um governo tão fascista e tão mau para os trabalhadores, como este..." Conhecido actor português na manifestação de hoje à tarde.

quinta-feira, março 01, 2007

Cappuccino Suburbano

Hoje, quase me escapava a publicação da minha entrevista no Kontrastes, feita há alguns meses pelo João Ferreira Dias.
Assim convido todos a irem lá visitar o Kontrastes e de certa forma visitarem-me a mim e às ideias que eu tenho sobre a Blogoesfera.
Aproveitem e vejam também O Dolo Eventual e o Canções dos Meus Dias, onde já não estou a colaborar, mas que mesmo assim merece uma visita.

O país está parado...

... enquanto o verdadeiro homem de estado, um dos variadíssimos que adoptaram a pose de estado que parece ser tão essencial, não fala ao país.
Extraordinariamente versátil, o homem de estado, depois das inúmeras causas defendidas até hoje, sejam elas a lavoura, os ex-combatentes ou os feirantes, vai explicar-nos aquilo que aconteceu neste país nos últimos dois anos e que justifica o regresso.
Sozinho, como qualquer grande homem de estado, certamente acompanhado de bandeiras, vai falar-nos da falência dos valores e da degradação do tecido social, às quais nenhum homem bom pode ser indiferente.
Será que os trotskistas já morreram todos? Ou a oportunidade de roubar votos ao PSD, arrastando ainda mais pela lama a liderança notoriamente fraca de Marques Mendes, é demasiado convidativa?