- Salazar. Quer dizer era Salazar no dia em que eu andava na Escola e viemos todas à inauguração com um fumo preto porque tinha morrido o Carmona nesse dia. Agora não sei, mas só pode ser 25 de Abril.
domingo, fevereiro 26, 2006
O Alentejo da minha memória
- Salazar. Quer dizer era Salazar no dia em que eu andava na Escola e viemos todas à inauguração com um fumo preto porque tinha morrido o Carmona nesse dia. Agora não sei, mas só pode ser 25 de Abril.
sexta-feira, fevereiro 24, 2006
Vazio
Não vou falar sobre debates sem interesse que mensalmente justificam horas inúteis de televisão. Um total vazio de ideias interessantes mas uma boa tribuna para a lavagem de roupa suja e ajustes de contas. Não me merece qualquer comentário a relação que existe na cabeça dos políticos entre apoio social, e a urgência de defender o estado dos aproveitadores de subsídios.
quarta-feira, fevereiro 22, 2006
Vai uma central nuclear?
Felizmente não se esqueceram do impacto ambiental deste tipo de projectos e resolveram convidar uma associação ambientalista francesa pró-nuclear.
Com este tipo de atitudes são os parceiros ideias para trabalhar com qualquer governo, no melhor interesse dos portugueses...
Daí até esta foto foi um passinho...
Segmentos de mercado
Sobre este assunto, Teixeira dos Santos (o sorridente ministro aqui do lado) disse que não seria por causa da receita fiscal que o Governo se oporia a esta operação.
terça-feira, fevereiro 21, 2006
Holocausto do bom senso ou como virar o bico ao prego (encerramento do tema aqui no burgo)
Por isso aqui vai:
Afinal continuamos todos à volta do Anti-americanismo primário vs Americanismo primário que ao longo dos últimos anos todos temos arremessado uns aos outros baseados em conceitos mais ou menos fundados de liberdade e do que é preciso fazer para a manter.
Depois da questão das caricaturas do profeta Maomé, nada melhor que um detractor do Holocausto para pôr muita gente a salivar por essa blogoesfera fora. Não me interessa nem tão pouco me motiva, tentar perceber se a tolerância exigida anteriormente quanto à liberdade de expressão aquando das caricaturas está agora a ser posta em causa pelas mesmas pessoas. O que sei é que os anteriores defensores de limites provavelmente vão passar a ocupar o espaço que anteriormente era ocupado pelos defensores da liberdade sem fronteiras, para defender o ultraje da prisão de um homem por ter ousado manifestar a sua opinião e os segundos gentilmente passarão ao lado desta polémica porque não estavam à espera que ela lhes viesse tirar o tapete. Tudo muito coerente como habitual...
Mas do que é que estamos a falar? Estamos a falar de David Irving que no direito que a liberdade de expressão lhe confere publicou livro ou livros (que confesso não conhecer) que contestam a existência do Holocausto e que por isso foi acusado, levado a um tribunal onde teve a oportunidade de constituir a sua defesa e por fim condenado.
Por aqui no subúrbio discorda-se por princípio da existência de leis que visem limitar ou penalizar com prisão assuntos tabu, porque se acredita que a força daquilo que se defende é maior que a eventual necessidade de limitar opiniões.
Mas importa fazer uma distinção quanto à substância de ambas as situações.
Contestar o holocausto independentemente do juízo de valor que lhe atribuamos, é contestar a existência de um acontecimento real, comprovado pelos mais diversos documentos, provenientes de diversas origens, tendo inclusivamente existido um julgamento dos autores morais e materiais da matança.
Outra coisa substancialmente diferente é questionar a figura supostamente abstracta de um profeta ou de deus e do que eles representam, muito embora do ponto de vista dos ofendidos possa não haver lugar a qualquer dúvida razoável.
Ainda assim, ambas as questões embora diferentes e no meu entender totalmente opostas quanto aos fundamentos, são legitimamente criticáveis por quem assim o entender. A essência da legitimidade da crítica está na forma como se traduz.
Agora sim prometo não alimentar mais esta polémica.
OPA hostil à PT (encerramento do tema aqui no burgo)
Amor e uma cabana
Para estes dois homens arrumados numa América rural prestes a deixar de o ser pela chegada de uma ruralidade corporativa descaracterizada, uma América que se extingue aos poucos em que o papel social predominante pertence a um núcleo familiar onde a existência de filhos é fundamental à manutenção do sistema e à sucessão do único bem passível de ser herdado - a terra, este era um amor impossível à partida.
Mas o amor é muitas vezes surpreendentemente mais forte do que aqueles que o vivem alguma vez pensaram e Ennis e Jack limitaram-se a seguir um instinto que de certa forma não entendiam mas que sabiam fazia sentido enquanto isso apenas os envolve-se aos dois, num segredo impossível de manter mas de uma simplicidade quase infantil.
Seguiram caminhos diferentes, os anos passaram e como quase sempre ficou a mágoa do que o passado poderia ter sido se tivessem escolhido outros caminhos para seguir. Caminhos diferentes, casamentos diferentes, futuros diferentes que um simples postal volta a juntar num reencontro que marcará definitivamente o rumo de cada um, assim como um simples postal traçará o fim deste amor.
Dois homens que tiveram a coragem de assumir responsabilidades diferentes nesta espécie de amizade colorida que durou mais de vinte anos sem que nenhum tenha dados os passos necessários à construção da cabana. Um que não resistiu a acabar o casamento com que sempre sonhou mas não teve a coragem de assumir um relacionamento com um homem, e outro que não resistiu a uma vida aqui e ali pontuada de promiscuidade mas que nunca teve a coragem de destruir o seu casamento de fachada.
Estes homens que faziam da montanha Brokeback a sua cabana não queriam nada mais que ter tido a coragem de ficarem juntos e isolados de um mundo que nunca os iria compreender. Tendo em conta a lógica irrefutável do amor que nos diz que duas pessoas que se amam devem ficar juntas, é triste perceber que mesmo que a descriminação não lhes tivesse matado o amor estes dois homens muito provavelmente nunca iriam ficar juntos.
Figo Maduro parte II
O conjunto não ficaria completo sem umas rapariguinhas pirosas com a maquilhagem borrada de saudades do homem que foi para a guerra e de mães histéricas que soluçam pelos filhos como se eles ainda fossem o sustento da casa.
Num espaço exíguo acumulam-se as ditas senhoras com militares que cantam alarvemente hinos e cânticos dos tempos em que lhes ensinaram a não pensar por si, mas que são imperceptíveis ao comum dos mortais menos alcoolizado. Os restantes homens correm em direcção ao bar para se agrafarem a uma Sagres, que bebem pelo gargalo não vá alguém lembrar-se de lhes colocar a virilidade em causa e olham os militares com um misto de respeito que se tem pelas gajas que eles conseguem facturar com as fardas, e a profunda admiração que se tem pelo Rambo.
No meio de tudo isto chegam os verdadeiros heróis, de cabelos e barbas feitas, com aquele ar de quem foi ali ao cinema ver o Chuck Norris e que com ele aprendeu uma lição tipo "Kick Drugs Out of America ", mas aqui é uma lição de democracia e liberdade que ajudaram a difundir ao povo mártir do Afeganistão.
Isto é completamente surreal e até seria divertido se não fosse o meu país a brincar aos soldadinhos... Eu, esta gente, os americanos, os afegãos, os iraquianos, os israelitas ou os palestinianos somos apenas peças nesta máquina onde se movem interesses que não conseguimos alcançar. O negócio dos exércitos é um negócio de morte, mas paradoxalmente exorcizam a morte ignorando-a caso contrário a ideia de morte não lhes permitiria continuar e muito menos às suas famílias.
Hipocrisias matinais
A ideia que da precaridade das nossas actuais condições só nos conseguimos desenvolver com mais precaridade é um absurdo. Apenas revela a falta de seriedade dos responsáveis empresariais que estão agarrados ao consumo privado dos portugueses e que insistem em não aceitar que a previsibilidade a longo prazo permite as decisões de consumo adiadas. Aliás, o que serve aos empresários no que toca ao investimento, julgam já não se poder aplicar no caso dos trabalhadores.
segunda-feira, fevereiro 20, 2006
50000
Raro caso de longevidade na comunicação social que apesar da conturbada agitação política desde país, conseguiu manter-se como um exemplo.
Umas vezes melhor, outras pior, o DN lá foi conseguindo ultrapassar as crises e a vontade mais ou menos expressa de intromissão do poder político e atinge hoje as 50000 edições.
Parabéns
sexta-feira, fevereiro 17, 2006
Guerra de Civilizações
Ricardo, eu acho que a resposta às tuas inquietações está mais ou menos na questão da falta de tolerância que temos e que têm em relação a nós outros povos. Eu tb não me sinto em guerra, mas sinto-me fortemente motivado a defender aquilo que me parece ser uma ameaça instrumentalizada pelos governos dos países muçulmanos, mas tb pelos nossos governos que ao se calarem vão alimentando um medo que lhes serve para melhor nos controlarem sob uma capa de protecção militar.
É realmente estranha a sucessão de acontecimentos que falas, e como subitamente um acontecimento retardado quatro meses se torna numa espécie de guerra de civilizações. Mas tb não será totalmente inocente o aparecimento de cada vez mais apologistas das limitações da liberdade de expressão ou imprensa baseados em conceitos mais ou menos obscuros de bom gosto ou de boa ou má imprensa.
Preocupa-me que o conceito de liberdade de imprensa não esteja consolidado ao ponto de acharmos detestável ou idiota o que os jornais escrevem sem lhes queremos limitar a possibilidade de escreverem disparates.
Tal como tu não partilho os mesmos valores com os muçulmanos e em muitos aspectos revejo muito poucos dos meus valores noutros ocidentais que tal como eu partilham a mesma herança cultural.
Pacheco Pereira é apenas mais um num universo da "comentarite" (a que nós tb pertencemos) e o impacto das suas palavras vale pela credibilidade que lhe quisermos dar.
Eu tb acho que existe um choque de civilizações evidente e que mais tarde ou mais cedo vai acabar por ter de se resolver, mas não alinho no grupo daqueles que defende a guerra ou a violência como forma de resolver o problema e que insistem em querer arrastar novamente a Europa para a difícil situação de ter de decidir de que lado está da barricada.
A Europa tem um papel neste choque de civilizações e tem de ser a sua própria visão do problema e não a visão maniqueísta dos americanos.
No entanto as posições Europeias dos últimos tempos levam-me a crer que nos estamos a demitir da responsabilidade de ter uma posição firme.
quinta-feira, fevereiro 16, 2006
Operação Rancho Folclórico
É grande a tentação dos jornalistas serem os sujeitos da notícia e o 24 Horas não resistiu ao fenómeno da vitimização tão frequente em Portugal. Nada melhor que uma primeira página em formato rancho folclórico das mãos limpas até porque a credibilidade do 24 Horas está acima de qualquer suspeita...
Faz-me lembrar as sábias palavras de Vitalino Canas na assembleia sobre a conveniente proporcionalidade dos cartonistas aos seus fundamentalistas perseguidores. Esta comunicação Social também está igualmente bem para este sistema de justiça.
Não, este post não invalida o que escrevi anteriormente sobre este assunto, apenas se refere à questão de estilo que uns e outros insistem a adoptar. A questão de fundo sobre a violação do segredo de justiça continua a manter-se.
quarta-feira, fevereiro 15, 2006
(actualização do post anterior)
Cada vez mais informação e cada vez mais más notícias...
É sem duvida uma boa questão juridica esta da investigação do "Envelope 9"...
A violação do segredo de justiça está na publicação de informação que nem sequer faz objectivamente parte de nenhum processo em particular ou a violação do segredo de justiça está na fuga de informação que partindo do principio que nenhum jornalista entrou no tribunal e roubou o processo, teve de vir de um agente do sistema de justiça?
I Believe
Manias
"Cada bloguista participante tem de enumerar cinco manias suas, hábitos muito pessoais que os diferenciem do comum dos mortais. E além de dar ao público conhecimento dessas particularidades, tem de escolher cinco outros bloguistas para entrarem, igualmente, no jogo, não se esquecendo de deixar nos respectivos blogues aviso do "recrutamento". Além disso, cada participante deve reproduzir este "regulamento" no seu blogue."
1- A fixação de organizar os objectos a minha volta de forma geométrica;
2 - Tenho a mania de fazer as mais variadas colecções que depois nunca completo nem alimento;
3 - A mania de não me conseguir livrar das coisas mesmo quando já não me fazem falta, o que quase sempre resulta numa acumulação de "lixo" desnecessária;
4 - A mania de não conseguir deitar-me às horas das pessoas normais;
5 - A mania consumista de ir a um supermercado e acabar sempre por comprar o que não quero e sempre aos mais altos preços.
Claro que 5 manias é capaz de ser redutor... mas as outras é melhor não se divulgarem :).
Mas para não quebrar a corrente é necessário passar a palavra a outros colegas Bloggers. Assim, fica aqui o desafio para os blogs que se seguem(caso pretenda participar).
Estamos do lado certo...
Pelo menos os europeus sempre criam menos problemas...
Estamos do lado certo...
terça-feira, fevereiro 14, 2006
segunda-feira, fevereiro 13, 2006
Pescadores de Memórias
Arrependo-me até hoje de não ter dado seguimento a um projecto juvenil, idealista como todos, de recolher uma série provérbios populares e canções de trabalho das ceifeiras do Alentejo, através da minha Avó.
A pequena e incipiente recolha que ainda hoje guardo em parte incerta, não chegaria a passar por outros olhos além dos meus e com a morte da minha Avó perdeu-se o meu único acesso a um passado que desconheço.
E esse é um dos problemas dos nossos dias, muitas vezes fazemos uma avaliação incorrecta do nosso passado porque enviesamos a análise ao dar-lhe um determinado valor positivo ou negativo, um determinado juízo de valor sobre a forma como vemos o nosso passado colectivo o que por vezes nos faz optar por o esquecer.
No entanto, chegamos a um momento das nossas vidas em que tb já temos passado e começamos a pensar que é provável que o que andamos para aqui a dizer e escrever não faça qualquer sentido para as próximas gerações.
Mas todas estas considerações sobre passado e projectos juvenis e saudades, servem apenas para convidar os meus amigos a ouvir uma reportagem da TSF sobre gente do tal passado sofrido e difícil que em tempos foi tratado num tom ora fatalista, ora épico pelo Estado Novo.
Falo da faina do Bacalhau nos bancos da Terra Nova e do testemunho dos últimos pescadores que embarcaram nos "dories" e das suas memórias que o Museu Marítimo de Ílhavo se apressa a recolher antes que esse testemunho desapareça.
"Pescadores de Memórias" que pode ser ouvido no site da TSF clicando sobre a rubrica Reportagem TSF.
Dúvidas?
Se dúvidas houvesse sobre a "Pax Americana" preconizada pela administração Bush, esta é a melhor resposta.
Numa altura em parecia que os Americanos tentavam envolver a União Europeia no assunto das pretensões nucleares iranianas devido ao cada vez mais profundo buraco iraquiano, devido a um défice orçamental bastante extenso e a uma crescente oposição da opinião publica, Rumsfeld começa já a preparar aquilo que no pior dos cenários nos pode arrastar a todos para uma guerra sem sentido.
No entanto importa perceber que do ponto de vista americano (geo-estratégicamente, o centro do mundo) todos os países não cooperantes com a ideia americana de democracia e paz, são potenciais inimigos, o que quer dizer que em algum momento quase todos os países do mundo tiveram delineados numa qualquer secretária do pentágono planos da sua própria invasão.
Resta saber até que ponto as Nações Unidas e mais concretamente o Conselho de Segurança conseguem segurar as pontas deste grande problema, sem que ele passe por uma intervenção militar.
quinta-feira, fevereiro 09, 2006
Acto de Contrição
Peço desculpa por alguma vez ter tido a leviana ideia que a liberdade desempenhava um papel fundamental na civilização ocidental assim como nas diversas formas de arte da sua cultura.
Peço desculpa por alguma vez ter acreditado que Portugal poderia ser um país livre depois da conquista do ímpio Afonso Henriques.
Peço desculpa à União Europeia e ao governo de Portugal, por ter tido a ideia peregrina de considerar a liberdade como um valor absoluto e não como uma mercadoria que se possa utilizar ao sabor do momento político.
Peço desculpa a todos os Islâmicos descendentes do único profeta que alguma vez existiu, e aproveito para também pedir desculpa às próximas 450 gerações de Islâmicos*
Peço desculpa por não ter compreendido as verdadeiras palavras e a mensagem de paz, respeito mútuo, e concórdia entre os povos que os irmãos Islâmicos gritam no Médio Oriente (já agora peço desculpa por já termos vandalizado o Médio Oriente).
Não contente, vou organizar algumas actividades que visam repor a verdade histórica do país, são elas:
- Jantar-convivio para oração e incêndio da Torre do Tombo onde abundam documentos blasfemos e falsos;
- Uma sessão de apedrejamento público dos autores portugueses contemporâneos e a profanação das campas dos autores portugueses mortos que alguma vez utilizaram a palavra sarracenos ou mouros nos seus livros;
- Aulas práticas na faculdade de medicina sobre a excisão feminina perante a recusa da utilização da Burka;
- Uma palestra sobre a utilização precoce da Kalashnikov por crianças com o objectivo final da morte de todos os infiéis;
- Uma caçada seguida de empalamento a Homossexuais.
* Peço tb desculpa se Islâmicos não for a expressão mais adequada.
Já chega de palhaçada, comportem-se à altura do que se espera de um governante, na defesa daquilo que estando ou não em crise é a essência das nossas sociedades.
Não admitiremos que ao abrigo da nossa suposta protecção nos incutam um clima de medo, que mais tarde justifique a necessidade de nos vigiar ou controlar, ou a redução dos nossos direitos como cidadãos.
Esta Europa não tem futuro se continuar de joelhos, e não conseguir manter-se firme e unida perante aqueles que não conhecem, não respeitam e abominam os nossos valores.
O regime democrático anda distraído
Antes mesmo de me insultarem com os actuais brindes do esquerdismo cego, eu acho mesmo que as armas se podem e devem utilizar e já tive oportunidade de falar neste blog da morte totalmente injustificada de polícias. No entanto, insistimos em manter um problema absurdo na administração interna deste país.
A suposta segurança do ordenado ao fim do mês continua a sobrepor-se à vocação de serviço público e a servir de tapa-buracos do falhanço da educação e civismo que tanto nos falta.
Desta vez um jovem de 19 anos, é baleado pelas costas depois de ter sido devidamente disciplinado por um agente com uma bofetada, apenas por este não ter recebido a resposta que considerava adequada a um perigoso jovem meliante que ainda não sabe que o "respeitinho é muito bonito".
Vontade de impor o "respeitinho" que aparentemente não se reconhece perante outros mais ou menos jovens meliantes, mais ou menos organizados que todos os dias cometem crimes mais ou menos a sério, contra pessoas mais ou menos reais.
Neste país e nesta matéria é tudo a meias tintas, desde que seja possível aplicar os exemplos do dia à dia à necessidade de não fazer coisa nenhuma.
Se a policia abusa é porque o criminoso merece, até porque neste país não faltam juízes em causa própria. Se é criticada está a perturbar-se a autoridade do estado (da qual não são os exclusivos defensores) e entregam as armas. Se lhes pretendem mudar as condições de trabalho, mudar o regime de segurança social ou a saúde ou simplesmente tirá-los da secretária para o sítio a que se candidataram que é a rua... então é porque estão a ser perseguidos e é causa directa da morte de polícias.
Muito útil à prossecução do objectivo do estado de direito.
Independentemente do que os agentes de autoridade possam pensar a sua função não é ralhar ou disciplinar ninguém, para isso temos todos os nossos pais (o meu por sinal, é militar). A função dos Srs. agentes é cumprir e fazer cumprir as leis deste país o melhor possível sem que nisso esteja implícito a arrogância e o abuso que muitas vezes os caracteriza.
Não está em causa a necessidade (ainda não comprovada) de deter o jovem devido a um nível de perigosidade (tb ainda não comprovado), o que está em causa é a desproporcionalidade dos meios utilizados.
Por favor, limitem-se a fazer o trabalho que vos compete.
É a globalização, Senhor... é a globalização...
Via Random Precision
«Caros Clientes: Expressamos a nossa solidariedade com a comunidade egípcia e islâmica. O Carrefour não vende produtos dinamarqueses».quarta-feira, fevereiro 08, 2006
Pré-Oscares
Bons filmes
Mais um esforço...
Esta permanente perseguição que os "nuestros hermanos" insistem em fazer às nossas grandes apostas civilizacionais tem de terminar.
Se todos nos esforçarmos vamos conseguir ter ainda mais droga no país, depois é só telefonar para a PJ e esperar que eles sejam eficazes na apreensão.
Todos juntos não seremos demais para ultrapassar a Espanha
Opinião
Amanhã no Diário Económico a reacção da Vodafone a OPA da Sonae à PT confirma a opinião que aqui tinha manifestado anteriormente. A concentração ao contrário do que se possa pensar poderá não abrir o mercado o que para a Vodafone é a questão essencial...
terça-feira, fevereiro 07, 2006
Como o diabo gosta...
O universo PT abrange todos os mercados nacionais de telecomunicações ou fornecimento de dados onde em vários casos continua a manter o monopólio, e continua a ser o "incumbente" sem o qual todos os outros operadores não poderiam existir e trabalhar normalmente.
Mas além disso desenvolve uma operação internacional muito substancial, em muitos casos em cooperação com a Telefónica espanhola na América Latina, mas também em África, na Europa de Leste, em Timor e na China.
Belmiro tem mais olhos que barriga, e quer desta vez à força do dinheiro que tem e que o Santander aparentemente lhe quer disponibilizar, fazer vingar a ideia da Sonae enquanto empresa de telecomunicações, o que não conseguiu em pleno através da Optimus que continua no mercado de forma esforçada mas não particularmente rentável. O empresário pretende controlar o mercado, passando de concorrente a principal accionista da empresa que com ou sem Anacom acaba por regular o mercado.
Mas para esta OPA seguir para a frente colocam-se várias questões.
Os restantes operadores do mercado não vão ver com bons olhos a aquisição pela Sonae da PT, porque preferem um incumbente com as responsabilidades actuais, mas com a certeza que é possível pressionar o estado a liberalizar mais o sector permitindo vantagens para estes à custa do espaço ocupado pela PT. O capital destes operadores, entre os quais se destaca a Vodafone, estarão certamente representados no capital da PT e ainda mais do que capital terão influência nas decisões tomadas.
Segundo problema desta oferta de aquisição situa-se na dispersão bolsista do capital da empresa, resultado das diversas fases de privatização a que a empresa pública foi sujeita ao longo do tempo e onde os portugueses investiram fortemente na altura em que parecia que a bolsa era um bom investimento.
Para termo de comparação basta referir que a Telefónica apenas tem aproximadamente 10% do capital e é o maior accionista, seguida do BES com um pouco menos. Ora a questão é saber até que ponto esta OPA interessa à Telefónica e acaba por vender ou antes pelo contrário também quer comprar e se torna concorrente da Sonae nesta corrida.
Outra condicionante é o factor "BES". A Sonae pretende entrar no capital da PT com a ajuda do Santander, e apesar de o BES não querer ter a audácia de se comparar ao gigante ibérico BSCH, pode não estar interessado em perder o seu peso neste sector preferencial para outra entidade bancária. Fica a dúvida se vende ou se finca-pé bloqueando o negócio.
O problema mais complexo. O estado apenas detêm na PT cerca de 500 acções, que são a chamada "Golden Share" mas que permitem ao estado presença nas decisões ou vetar qualquer tipo de decisão tal como este negócio.
E é aqui que a coisa se complica e para a qual não temos ainda resposta. Belmiro condiciona o negócio à extinção da “Golden Share” e pretende afrontar directamente a vontade do Governo que recentemente provocou alterações na PT ou este negócio foi antes aprovado pelo Governo em segredo e por isso Belmiro avançou? A verificar-se a primeira hipótese então dificilmente Sócrates deixará passar este negócio, ainda que Belmiro tenha já afirmado na comunicação social a intenção de não hostilizar a vontade do governo.
Paralelamente a este negócio os olhos dos economistas já brilham com a possibilidade de grandes movimentos de fusão e consolidação de outros sectores nacionais além do fenómeno que temos assistido na banca e já começou a especulação sobre o que acontecerá a algumas participadas da PT e da Sonae.com no sector das telecomunicações que podem ir parar às mãos de outros operadores.
segunda-feira, fevereiro 06, 2006
Politicamente correcto
Estamos a falar de uma sociedade que deliberamente se estrutura numa subalternidade da liberdade em relação à religião. Da ditadura em relação à democracia e que tantas e tantas vezes alimenta uma total falta de respeito pelas minorias, sejam elas as mulheres, as crianças ou os homossexuais. Que pratica os mais impensáveis actos contra os seus próprios povos apenas para perpetuar tradições idiotas. Mas seja de que forma for, nós no ocidente nada temos a ver com isso porque não ignoramos a violência presente no nosso passado e nas nossas sociedades actuais. Mas a diferença está em que apesar de podermos querer influenciar outras sociedades, a generalidade do Ocidente não pretende a morte de qualquer outra civilização.
O que não podemos deixar passar em claro, porque tb escolhemos a forma como vivemos nas nossas próprias sociedades, é a recorrente e constante agressividade do mundo árabe em relação a todos os povos com quem têm tido de conviver ao longo do tempo, como aconteceu no passado e ainda hoje entre a Índia e o Paquistão, ou nas ilhas do sul das Filipinas ou nas ilhas que acolhem comunidades cristãs mais numerosas na Indónésia.
Independentemente da opinião que possamos ter sobre a exploração que os paises ocidentais (curiosamente a Dinamarca não é um deles) do médio oriente e das populações é tb possivel fazer um interessante exercicio sobre a forma como o ocidente depende destes paises para a sua própria sobrevivência. Tudo é possivel dizer nestas alturas sobre a forma como os governos americanos e alguns europeus têm permitido a existência de ditaduras mais ou menos sangrentas e têm alimentado regimes que fundamentam a sua legitimidade na ponta de uma espingarda. Mas o povo árabe tem e sempre teve como todos os outros povos do mundo a possibilidade de se revoltar contra aqueles que os governam, e sempre que o fez nunca daí resultou melhorias da qualidade de vida da generalidade dos povos, ou maior número de liberdades individuais, basta ver o caso do Irão...
Assim sendo, como é possivel que sobre as vitimas da intimidação e das ameaças permanentes, e (não pode haver receio de o dizer) do terrorismo, pode recair a responsabilidade de fazer a destrinça entre os que são fundamentalistas e os que são moderados?? O mundo árabe distingue claramente os autores dos cartoons, que até poderão não ser os melhores ou mais correctos, dos restantes cidadãos Dinamarqueses ou Europeus?? O mundo árabe vai colocar o jornal em tribunal porque se sente ofendido ou irá preferir vandalizar e incendiar o edificio do jornal e apedrejar até à morte os seus funcionários???
E como seria se no ocidente a população comum falasse a mesma linguagem que no mundo árabe??
Simplista
E não consta que o simbolo da companhia tivesse algum cartoon com o profeta....
Este é um post deliberadamente simplista para tentar explicar que não existem razões simples para a violência no mundo àrabe e que a questão dos cartoons não é necessáriamente religiosa, até porque nenhuma religião monoteísta do planeta preconiza a violência como forma de vida.
domingo, fevereiro 05, 2006
Cada vez mais entretenimento
Isto vai em crescendo... Hoje um programa inteiro sobre Marco Paulo... Sim, acabou a chorar... Cada vez melhor. Amanhã, os felizes viajantes do Pendular devem ser presenteados com uma reportagem sobre Laura Alves e o último concerto da Amália.
sábado, fevereiro 04, 2006
Entretenimento
Como é que alguém na televisão pública e na administração da CP pode continuar a achar que o Eládio Climaco continua a ser a programação capaz de ocupar as pessoas durante uma viagem? Esse grande arauto da voz popular de Carrazeda de Anciães, Rabo de Peixe ou Freixo de Espada à Cinta, continua a mostrar-nos como o país pode continuar a ser retratado como um postal ilustrado, mesmo que isso possa não corresponder à verdade...
sexta-feira, fevereiro 03, 2006
Os efeitos negativos do clima tropical
Intolerável
É essa correlação de valores não necessariamente cristã (até porque durante grande parte da história a Igreja Católica se esforçou por não nos permitir a liberdade de expressão) que utilizamos ou deveríamos utilizar cada vez mais na Europa.
No entanto, aprendemos à muito que o respeito que devemos aos outros não se pode confundir com a capacidade de nos rirmos uns dos outros e de aceitarmos com desportivismo as criticas que nos fazem pois por vezes exploram as nossas próprias incoerências.
O que é intolerável é não se vislumbrar qualquer correlação de valores morais para se criticar a existência de caricaturas sobre o profeta Maomé, quando ao mesmo tempo se preconiza a morte da civilização ocidental.
Intolerável é assistir ao pedido de desculpas de um director de jornal por pressão de uma comunidade intolerante, que deliberadamente não pretende adoptar nenhum dos valores dos países que os acolhem.
Intolerável seria calar-nos perante o medo de possíveis represálias ao nosso estilo de vida e às nossas democracias, com todos os defeitos que elas tenham.
Este blog e o seu proprietário, está, sempre esteve e estará do lado da democracia e da liberdade de expressão e neste momento apoia incondicionalmente a Democracia Dinamarquesa das ameaças e intimidação que tem vindo a sofrer.
quinta-feira, fevereiro 02, 2006
Espera lá...
Afinal se o JPP pode eu também posso.
O Presidente Sampaio
Tem vindo a dar ao desbarato condecorações das mais altas ordens honorificas Portuguesas.
Augustus, Tenente, Mourinho, empresários mais ou menos altruistas e o Presidente do post abaixo, são alguns dos exemplos.
Será possivel que o Presidente que tornou Comendadores os Xutos, não tenha tido tempo em 10 dias de Portugal, Camões e das comunidades portuguesas para distribuir todas as comendas?
Parece que não... até porque Mourinho (vá lá alguém perceber) teve de ser condecorado à pressa na embaixada de Londres antes de começarem a chegar as fotos oficiais do professor.
Será que a fábrica que faz as insígnias tem medo que a contenção e a austeridade de Cavaco venha a prejudicar o negócio e por isso fez um desconto de final de mandato a Sampaio?
O Presidente Bill Gates
É bem verdade, Bill Gates tem sido a figura presidencial que tem enchido os nossos jornais, televisões e páginas da internet.
Mas o que significa concretamente a visita de tão ilustre visitante a Portugal???
Resolvamos de uma vez por todas o complexo de inferioridade que nos move sempre que alguém importante nos visita. Bill Gates apenas está em Portugal porque pretende dinamizar a "Agenda de Lisboa", já que a Comissão Europeia não consegue fazê-lo e desmistifiquemos que o Bill não vem salvar 1 milhão de portugueses de uma lenta agonia de infoexclusão...
Bill Gates serve-se da sua posição dominante no mercado para ter a suprema arrogância de convocar uma conferência de Líderes de Governo para lhes dar formação de como podem e devem desenvolvar as suas sociedades de informação para consumirem mais e mais produtos da Microsoft...
Ou seja o homem veio tratar de negócios o que é perfeitamente legitimo para ele ou para qualquer outro investidor em Portugal ou na Europa, sem que seja necessário este nivel de subserviência dos governos, e da comunicação social.
Nada me move contra Bill Gates, antes pelo contrário. O homem é um visionário e provavelmente por causa disso será também um louco com quem as pessoas que lhe são mais próximas terão dificuldade em lidar (existe sempre um reverso da medalha em todos nós).
Este não produz, nem nunca produziu os melhores produtos, apenas produz os mais fáceis e que tornaram possível o conceito de "aldeia global".
O mundo como o conhecemos e muito provavelmente o pior que a globalização tem para nos dar, foi-nos oferecido directamente por Bill Gates. Mas a electricidade não é má por ser utilizada na cadeira electrica... a possibilidade de acesso à informação e conhecimento que temos hoje deve-se em parte a este homem.
No entanto, não devemos nunca esquecer que por mais filantropo que possa ser, continua a ser um homem de negócios.
Recta final
E fizemos bem, neste momento nada se disputa. Existem momentos para discutir e para apresentar argumentos, mas também existem momentos em que os eleitos devem mostrar (ou não) as razões pelas quais os portugueses lhes confiaram os cargos. E para isso é importante haver menos ruído (confesso ter-me apaixonado por esta expressão nos ultimos actos eleitorais).
O projecto blogger colectivo O Eleito não foi fácil. Afinal eu estou no campeonato distrital dos blogs e alguns dos meus distintos colegas partilham com os grandes nomes da blogoesfera milhares e milhares de visitas.
Precisamente por isso foi importante para mim reconhecer que o que aqui escrevo tem algum valor, independentemente de se gostar ou não. E para alguém que perde algum tempo a escrever nesta treta não há melhor reconhecimento do que ser lido e ser levado a sério.
Por lá, nem sempre estivemos de acordo e muitas vezes acabámos por "gritar" uns com os outros. Mas talvez mesmo por isso a revista Visão teve a gentileza de nos condecorar com o galardão do blog mais isento sobre as presidenciais.
Fechadas as portas e porque estas coisas tb têm piada ao vivo, estou quase de partida para Aveiro para o Festim d'O Eleito que se reliza a 4/2.
Espero que seja um bom momento de confraternização, porque ficaram penduradas algumas ideias de projectos para o futuro :)