Belmiro de Azevedo volta a surpreender os mercados com as OPA's que a Sonae e a Sonae.com lançam respectivamente sobre a Portugal Telecom e a PT Multimédia.
O universo PT abrange todos os mercados nacionais de telecomunicações ou fornecimento de dados onde em vários casos continua a manter o monopólio, e continua a ser o "incumbente" sem o qual todos os outros operadores não poderiam existir e trabalhar normalmente.
Mas além disso desenvolve uma operação internacional muito substancial, em muitos casos em cooperação com a Telefónica espanhola na América Latina, mas também em África, na Europa de Leste, em Timor e na China.
Belmiro tem mais olhos que barriga, e quer desta vez à força do dinheiro que tem e que o Santander aparentemente lhe quer disponibilizar, fazer vingar a ideia da Sonae enquanto empresa de telecomunicações, o que não conseguiu em pleno através da Optimus que continua no mercado de forma esforçada mas não particularmente rentável. O empresário pretende controlar o mercado, passando de concorrente a principal accionista da empresa que com ou sem Anacom acaba por regular o mercado.
Mas para esta OPA seguir para a frente colocam-se várias questões.
Os restantes operadores do mercado não vão ver com bons olhos a aquisição pela Sonae da PT, porque preferem um incumbente com as responsabilidades actuais, mas com a certeza que é possível pressionar o estado a liberalizar mais o sector permitindo vantagens para estes à custa do espaço ocupado pela PT. O capital destes operadores, entre os quais se destaca a Vodafone, estarão certamente representados no capital da PT e ainda mais do que capital terão influência nas decisões tomadas.
Segundo problema desta oferta de aquisição situa-se na dispersão bolsista do capital da empresa, resultado das diversas fases de privatização a que a empresa pública foi sujeita ao longo do tempo e onde os portugueses investiram fortemente na altura em que parecia que a bolsa era um bom investimento.
O universo PT abrange todos os mercados nacionais de telecomunicações ou fornecimento de dados onde em vários casos continua a manter o monopólio, e continua a ser o "incumbente" sem o qual todos os outros operadores não poderiam existir e trabalhar normalmente.
Mas além disso desenvolve uma operação internacional muito substancial, em muitos casos em cooperação com a Telefónica espanhola na América Latina, mas também em África, na Europa de Leste, em Timor e na China.
Belmiro tem mais olhos que barriga, e quer desta vez à força do dinheiro que tem e que o Santander aparentemente lhe quer disponibilizar, fazer vingar a ideia da Sonae enquanto empresa de telecomunicações, o que não conseguiu em pleno através da Optimus que continua no mercado de forma esforçada mas não particularmente rentável. O empresário pretende controlar o mercado, passando de concorrente a principal accionista da empresa que com ou sem Anacom acaba por regular o mercado.
Mas para esta OPA seguir para a frente colocam-se várias questões.
Os restantes operadores do mercado não vão ver com bons olhos a aquisição pela Sonae da PT, porque preferem um incumbente com as responsabilidades actuais, mas com a certeza que é possível pressionar o estado a liberalizar mais o sector permitindo vantagens para estes à custa do espaço ocupado pela PT. O capital destes operadores, entre os quais se destaca a Vodafone, estarão certamente representados no capital da PT e ainda mais do que capital terão influência nas decisões tomadas.
Segundo problema desta oferta de aquisição situa-se na dispersão bolsista do capital da empresa, resultado das diversas fases de privatização a que a empresa pública foi sujeita ao longo do tempo e onde os portugueses investiram fortemente na altura em que parecia que a bolsa era um bom investimento.
Para termo de comparação basta referir que a Telefónica apenas tem aproximadamente 10% do capital e é o maior accionista, seguida do BES com um pouco menos. Ora a questão é saber até que ponto esta OPA interessa à Telefónica e acaba por vender ou antes pelo contrário também quer comprar e se torna concorrente da Sonae nesta corrida.
Outra condicionante é o factor "BES". A Sonae pretende entrar no capital da PT com a ajuda do Santander, e apesar de o BES não querer ter a audácia de se comparar ao gigante ibérico BSCH, pode não estar interessado em perder o seu peso neste sector preferencial para outra entidade bancária. Fica a dúvida se vende ou se finca-pé bloqueando o negócio.
O problema mais complexo. O estado apenas detêm na PT cerca de 500 acções, que são a chamada "Golden Share" mas que permitem ao estado presença nas decisões ou vetar qualquer tipo de decisão tal como este negócio.
E é aqui que a coisa se complica e para a qual não temos ainda resposta. Belmiro condiciona o negócio à extinção da “Golden Share” e pretende afrontar directamente a vontade do Governo que recentemente provocou alterações na PT ou este negócio foi antes aprovado pelo Governo em segredo e por isso Belmiro avançou? A verificar-se a primeira hipótese então dificilmente Sócrates deixará passar este negócio, ainda que Belmiro tenha já afirmado na comunicação social a intenção de não hostilizar a vontade do governo.
Paralelamente a este negócio os olhos dos economistas já brilham com a possibilidade de grandes movimentos de fusão e consolidação de outros sectores nacionais além do fenómeno que temos assistido na banca e já começou a especulação sobre o que acontecerá a algumas participadas da PT e da Sonae.com no sector das telecomunicações que podem ir parar às mãos de outros operadores.
8 comentários:
Quanto do "insucesso" da Sonaecom não será culpa do "incumbente" e das suas "responsabilidades"?
Fique sabendo que a PT, abusivamente recolhe 700milhoes de euros por ano em assinaturas para pagar uma rede que "comprou" ao estado por 235milhoes de euros.
Ou seja, a PT (privada e lucrativa) é o que é porque nós lhe oferecemos uma renda de 700milhoes de euros/ano.
Obviamente que a OPA vai ter incucesso. Não por culpa de uma Telefonica que neste momento está descapitalizada por aquisição recente de um operador, ou de um BES infinitamente pequeno. Mas alguem acredita que quem tem uma Golden Share vai prescindir de uma coutada de Jobs for the Boys. Mas sem duvida com o camarada Belmiro não tenho duvidas que a PT funcionaria melhor.
Anónimo, eu não entrei pelas regras da concorrência que a mim tb me parecem aberrantes. Estava apenas a falar do negócio. Mas tem razão, existem situações relacionadas com o papel central da PT neste sector que não são claras e prejudicam deliberadamente os restantes operadores... especialmente se falarmos de taxas de interligação, circuitos alugados e outros problemas como aquele que refere.
Ferraz, não sei se será mesmo assim... não terá já havido conversas sobre esse assunto?
Isto não tem nada a ver com hipermercados,certo? Posso estar descansado na minha inocência economista, certo?
Mais ou menos amigo... segundo parece o Belmiro só se lançou neste negócio depois de deixar as operações de distribuição no brasil...
Portanto, o Ferraz simpatiza com o Belmiro e maldiz os "boys" (memória curta, amigo, o homem já quis "eliminar" um dos teus líderes e metade dos "boys" deste país são dos teus - é no que melhor funciona o famoso "bloco central"!). Um tal de "anónimo" surge furioso (será o próprio Belmiro, ou o seu rapaz, ressentido, tipo "Big Brother is watching you"?!). O Guronsan preocupa-se que no meio do negócio os hipers se transformem em mercearias. O Suburbano insinua conversas do homem de quem se fala com o governo ("diz-me com quem andas"...). Enfim, eu que não percebo (nem queria perceber...) nada disto até compreendo a agitação de toda a gente. É que, Ó PÁ, "isto anda tudo ligado"...
Uma nota:
Esta operação só não interessa à Telefonica porque esta deve ter feito um acordo com a Sonae. É simples! Simplesmente passa a dominar todo o mercado sul americano de telecomunicações móveis a troco de financiamento indirecto da operação.
Vende-se a Vivo Brasil em troca de nada, ou melhor, de uma operação que tem vantagens e desvantagens com saldo incerto para o país!
Abraço,
Deixem funcionar o mercado e todos ganharemos. Para os menos atentos e/ou os mais anonimos "jb for the boys" quer dizer "eles não têm cor". Ficamos esclarecidos? jf
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