Na eventualidade de a Sonae conseguir mesmo concretizar a OPA sobre a PT (não, não vou falar sobre a OPA) e se vierem a verificar vários anos de prejuizo do grupo Sonae-PT em virtude dos valores envolvidos, é possível que este novo grupo não venha a ter obrigações durante muito tempo.
Sobre este assunto, Teixeira dos Santos (o sorridente ministro aqui do lado) disse que não seria por causa da receita fiscal que o Governo se oporia a esta operação.
Ora, apesar de eu por definição acreditar que o papel do estado na economia é excessivo e considerar que o Estado sendo interveniente não está livre para ser um tão bom regulador como se desejaria, esta observação deixa-me algumas questões...
Então se continuarmos no caminho, que aparentemente todos os governos seguem, de privatizar e liberalizar o mercado e a economia desenvolvendo cada vez menos ligações com as empresas, então se não for a receita fiscal, qual será o negócio do estado?
11 comentários:
Roulottes de coiratos e mines à porta do Estádio da Luz?
Isso dá um dinheirão, Guronsan...
Completamente em desacordo...
A liberalização é, obviamente, o caminho correcto. A confiança no mercado e no seu funcionamento é a via correcta para o crescimento e para enfrentar os desafios da globalização!
O Estado tem de proceder (e isso tem vindo a ser feito desde 1992) à correcta REFORMA DA REGULAMENTAÇÃO. Não se pode demitir do seu papel regulador e deve reforçá-lo. Mas reforçá-lo como? Eliminando controlos macro, alocativos e estruturais (que são todos aqueles onde Estado impõe a sua presença como "actor" no mercado) e substituindo-os por controlos: organizacionais, protectivos e prudenciais, isto é, controlos que garantem uma correcta e estruturada organização dos mercados, que permitem a eliminação da assimetria de informação entre investidores e instituições financeiras, que permitem a protecção do consumidor, do pequeno investidor, etc.
Este é o papel do Estado na Economia. O papel fundamental, claro, porque pode e deve perfeitamente ser detentor de alguns sectores fundamentais...mas esses não são as telecomunicações ou a distribuição de energia, por exemplo!
Mas estás em desacordo com o quê?
Estranhamente lês coisas que eu não escrevo, tal como no post do nuclear em que supostamente eu digo que o ambiente é exclusivo da esquerda.
Eu estou aqui a dizer alguma coisa contra a liberalização???
O que eu pergunto é se o caminho é a liberalização qual é o negocio do estado??
O estado alimentasse como?? sem receita fiscal??? não me parece...
E os sectores fundamentais são quais? a pecuária e a lavoura?
Uhhh... discussão económica pura e dura! Suponho que um pouco ideológica também, mas é só uma suposição... "a confiança no mercado e no seu funcionamento é a via correcta para o crescimento e para enfrentar os desafios da globalização!" A acrescentar algo, só talvez um "Amen", e o gesto de benção, feito com a famosa "mão invisível". Gosto da pergunta final do Raposo, que me parece manifestar uma mais prudente "confiança no mercado".
Estou em completo desacordo com o último parágrafo do teu post...se o releres verás a contradição com este teu comentário algo "agrssivo"...pensava que lidavas melhor com as diferenças de opinião...mas, pronto, já percebi que o facto de pôres um "?" no final muda tudo...mas indicia a tua opinião...
Respondendo:o Estado não deve ter efectivamente um "negócio" mas sim um "papel"...e um dos papeis económicos fundamentais do Estado é a sua função reguladora. Esta função sendo correctamente exercida GARANTE o aumento das receitas fiscais que é efectivamente a principal receita do Estado...logo, o seu oprincipal "negócio"! (não sei se fui claro!...o Estado não é bom na sua função de "empresário"....eu pensava que até os moderados de esquerda como tu já tinham percebido isto..mas afinal parece que não!
os sectores fundamentais onde o Estado é actor são: Educação, Saúde, Habitação, Defesa, Segurança Social. Vais-me dizer : "mas isso são funções sociais do Estado e não negócios" , mas é esse o papel principal do Estado...e até nestas funções o caminho é a liberalização, pelo menos parcial!...mas aqui terá de ser uma liberalização cuidadosa, sustentada e que garanta a protecção aos que menos têm!
Há no entanto sectores (não são a pecuária e a lavoura..esses são os "primários"..é diferente de "fundamentais"...só para picar;), que o Estado não deve alienar, na minha modesta opinião: transportes, correios, produção de energia, extracção de minérios.
Bem, para quem acompanhou o Eleito o Paulo Damásio é o meu Biranta... começo a perceber que todos os blogues têm um... ou o mesmo.
Para não entrar em conflito até porque já acabámos de escrever mais umas 15 páginas A4 por MSN... prefiro esclarecer o sentido do que eu escrevi para que não restem duvidas.
Eu acredito nas privatizações e no papel do mercado como criador de riqueza. O que eu pretendo é que o estado se livre das golden shares inuteis para se poder concentrar no papel de forte regulador do mercado.
A minha questão, (que era de facto uma questão) é se o caminho continuar a ser o das privatizações como se prevê, isso vai condicionar ou não a receita fiscal que basicamente se torna o "negocio" do estado.
Ora se deixar o mercado funcionar permitindo uma excessiva concentração que diminua a receita fiscal, eu pretendo saber o que o estado pretende fazer...
Parece-me que é legitimo e em nada justifica as acusações que o Paulo Damásio me faz.
The end
Quando é que se pode riscar a palavra liberalização do dicionário? Começo a achar que tem significados a mais...
The End 2
totalmente em acordo com os escritos do Paula damásio. jf
A sério? Mas que grande surpresa Ferraz...
Caro Zé,
Fizeste um exclente "The End".
O meu objectivo não é "acusar-te" de nada...obviamente!...e ficou clara a salutar diferença de opiniões.
Gosto de boas discussões...mas sem exagero nos juízos de valor como eu fiz!!!...estou arrependido...
Espero que não me bloqueies ;)
PS: ...não tenho nada a ver com o Biranta!
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