quinta-feira, fevereiro 02, 2006

O Presidente Bill Gates

... da Microsoft, pois claro...

É bem verdade, Bill Gates tem sido a figura presidencial que tem enchido os nossos jornais, televisões e páginas da internet.

Mas o que significa concretamente a visita de tão ilustre visitante a Portugal???

Resolvamos de uma vez por todas o complexo de inferioridade que nos move sempre que alguém importante nos visita. Bill Gates apenas está em Portugal porque pretende dinamizar a "Agenda de Lisboa", já que a Comissão Europeia não consegue fazê-lo e desmistifiquemos que o Bill não vem salvar 1 milhão de portugueses de uma lenta agonia de infoexclusão...

Bill Gates serve-se da sua posição dominante no mercado para ter a suprema arrogância de convocar uma conferência de Líderes de Governo para lhes dar formação de como podem e devem desenvolvar as suas sociedades de informação para consumirem mais e mais produtos da Microsoft...

Ou seja o homem veio tratar de negócios o que é perfeitamente legitimo para ele ou para qualquer outro investidor em Portugal ou na Europa, sem que seja necessário este nivel de subserviência dos governos, e da comunicação social.
Não ficaremos reféns da sua tecnologia nem estaremos condenados ao fracasso se porventura não aproveitarmos esta oportunidade... (neste país é tudo tão dramático quanto fadista)

Nada me move contra Bill Gates, antes pelo contrário. O homem é um visionário e provavelmente por causa disso será também um louco com quem as pessoas que lhe são mais próximas terão dificuldade em lidar (existe sempre um reverso da medalha em todos nós).

Este não produz, nem nunca produziu os melhores produtos, apenas produz os mais fáceis e que tornaram possível o conceito de "aldeia global".

O mundo como o conhecemos e muito provavelmente o pior que a globalização tem para nos dar, foi-nos oferecido directamente por Bill Gates. Mas a electricidade não é má por ser utilizada na cadeira electrica... a possibilidade de acesso à informação e conhecimento que temos hoje deve-se em parte a este homem.

No entanto, não devemos nunca esquecer que por mais filantropo que possa ser, continua a ser um homem de negócios.

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