quinta-feira, março 30, 2006

A foice...

Não fazia ideia que o titular de um cargo público podia continuar a fazer análise das medidas do governo sobre a Judiciária no papel de criminalista... Se calhar o Moita Flores até pode, mas será que o Presidente da Câmara municipal de Santarém, deve fazê-lo?

6 comentários:

Pedro Santos Cardoso disse...

E sabias que os deputados podem ser advogados?

José Raposo disse...

Sim, é mais uma falha das incompatibilidades. Mas o que me preocupa mais é a questão de principio e não a questão legal.

Anónimo disse...

Francamente, não me faz grande confusão que "o titular de um cargo público" comente publicamente assuntos de que é conhecedor. Não conheço as declarações, mas que "princípio" silencia o seu direito cívico de participação? Não vejo qualquer incompatibilidade aí. Seja qual for o sentido das suas declarações, decerto não as faz no exercício da função política que desempenha, mas como cidadão, que nunca deixa de ser. É favorável? É crítico? Se no governo não gostarem vão prejudicar a CM Santarém (já a prejudicaram suficientemente enquanto lá estiveram...)? Incompatível parece-me realmente o desempenho de funções cuja natureza seja claramente inconciliável, em termos legais, deontológicos, etc., como pode ser o caso dos deputados/advogados aqui referido.

Já agora, alguém tem aí tinteiros HP 45 que possa dispensar (é que isto não é mesmo "bazófia"...)

José Raposo disse...

Meu caro anónimo, estás a extrapolar o que eu disse.

Eu não quero que as pessoas apesar de terem cargos publicos não possam falar. Nem tão pouco espero que a Câmara de Santarém seja prejudicada pelo facto do seu presidente comentar ou falar sobre outros assuntos que não dizem respeito à Câmara.

A minha questão tem a ver com o facto de Moita Flores não fazer parte da Judiciária (não sei muito bem se não pertence aos quadros da instituição embora momentaneamente emprestado) mas tem acesso a informações previligiadas por já lá ter estado e daí resolver comentá-las.

Mas é só uma opinião (a minha) ele fará o que entender.

Anónimo disse...

Caro anónimo,

sou capaz de arranjar os HP45 (a falar a sério)...penso que sobrou de um stock antigo..e as impressoras daqui já não os utilizam...

Em relação ao seu comentário também concordo!

Pela ordem de ideias do Zé, qualquer "ex" qualquer coisa não podia comentar nada...nomeadamente ex-PM's ou ex-Ministros...esses então têm acesso a informação privilegiada de quase tudo...

chamo a isto a "nova censura"...bem mais refinada que a do "lápis azul"!!!

É por estas e por outras que o jornalismo em Portugal, cada vez mais, é de banalidades e lugares-comuns..sempre com os mesmos...e com ausência total de INVESTIGAÇÃO que se veja ou que interesse!!!

José Raposo disse...

Caro Damásio, ´
Mais do que uma vez tive oportunidade de o esclarecer sobre a minha condição, mas volto a esclarecer.

-Não sou jornalista;

-Não possuo uma linha editorial à qual me sinta particularmente vinculado, nem à qual se possam vincular os que aqui me visitam;

- Não pertenço a nenhum partido politico e logo não tenho ambições nesta nossa partidocracia nacional;

- O que escrevo é sobre o que geralmente me agrada ou não e não tenho o que os americanos costumam chamar "hidden agenda", por trás do que escrevo.