É sempre bom perceber após tantos anos, que enquanto eu me esforçava por viver e por me safar nesta selva, havia alguém que controlava os meus movimentos de forma a poder passados 15 anos, juntar tudo num estudo que servirá de indicação para o futuro.
Não sabia que este estudo sobre os jovens era afinal sobre mim, e sobre a minha geração, sobre as dificuldades e incertezas que sempre tivemos e sobre a forma como sobrevivemos a um sistema de educação perdido entre reformas. Como conseguimos sobreviver à droga, aos subúrbios descaracterizados, à violência que os mais velhos que iam ficando para trás nos anos que reprovavam nos iam infligindo e sobre a qual os nossos pais nos avisavam com frequência. Sobrevivemos aos micróbios e à chuva copiosa sempre que insistíamos em não usar chapéu-de-chuva. Iludimo-nos e encantámo-nos com as coisas mais simples. E como acabámos por dar a volta por cima, acabando tudo por correr mais ou menos. Sim, mais ou menos.
Ninguém, com ou sem estudo, nos pode negar a evidência que ninguém fez nada de especial para nos ajudar e tivemos de ser nós a lidar com a frustração de sermos filhos de uma geração que não queria menos para os seus filhos do que serem todos doutores, e nem todos lá conseguimos chegar. Os que chegaram continuam a bater-se pela sua oportunidade.
Não casámos, não vamos casar, juntámos os trapinhos, vivemos em casa dos pais ou acabámos por estar cheios de dívidas porque decidimos não o fazer. Mas o importante é perceber que embora este estudo venha a servir para fazer politicas de juventude para o futuro, a juventude actual não tem necessariamente os mesmos dramas que nós tivemos e talvez fosse uma boa ideia fazer politicas de juventude adequadas às suas dificuldades e não apenas publicarem um estudo quando eles já tiverem trinta.
Não sabia que este estudo sobre os jovens era afinal sobre mim, e sobre a minha geração, sobre as dificuldades e incertezas que sempre tivemos e sobre a forma como sobrevivemos a um sistema de educação perdido entre reformas. Como conseguimos sobreviver à droga, aos subúrbios descaracterizados, à violência que os mais velhos que iam ficando para trás nos anos que reprovavam nos iam infligindo e sobre a qual os nossos pais nos avisavam com frequência. Sobrevivemos aos micróbios e à chuva copiosa sempre que insistíamos em não usar chapéu-de-chuva. Iludimo-nos e encantámo-nos com as coisas mais simples. E como acabámos por dar a volta por cima, acabando tudo por correr mais ou menos. Sim, mais ou menos.
Ninguém, com ou sem estudo, nos pode negar a evidência que ninguém fez nada de especial para nos ajudar e tivemos de ser nós a lidar com a frustração de sermos filhos de uma geração que não queria menos para os seus filhos do que serem todos doutores, e nem todos lá conseguimos chegar. Os que chegaram continuam a bater-se pela sua oportunidade.
Não casámos, não vamos casar, juntámos os trapinhos, vivemos em casa dos pais ou acabámos por estar cheios de dívidas porque decidimos não o fazer. Mas o importante é perceber que embora este estudo venha a servir para fazer politicas de juventude para o futuro, a juventude actual não tem necessariamente os mesmos dramas que nós tivemos e talvez fosse uma boa ideia fazer politicas de juventude adequadas às suas dificuldades e não apenas publicarem um estudo quando eles já tiverem trinta.
Mas enfim, isso já não me interessa muito, importa-me mais a louça que tenho ali para lavar. Afinal foi a opção que resolvi seguir sem ajuda das políticas de juventude que vão chegar agora.
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