Temos ouvido com alguma frequência que existem em determinadas classes profissionais pessoas pobrezinhas que não podem pagar aquilo que o estado se propõe a cobrar-lhes. São futebolistas, advogados, médicos, jornalistas, guardas-republicanos, policias, militares etc.
Este argumento tem sido invocado frequentes vezes como fundamento para a manutenção de milhentos subsistemas de saúde que na realidade não são mais do que formas de beneficiar certas classes em detrimento de outras.
Naturalmente as diferentes classes profissionais têm gente rica e gente pobre. Têm gente com sucesso profissional assim como gente mais azarada na vida. Têm gente competente e gente incompetente como em qualquer outro lugar.
Não podemos pensar que apesar da projecção mediática que algumas profissões têm, como por exemplo os jornalistas, é suficiente para aferir que todos os jornalistas nadam em dinheiro. Não é possível pensar que por os médicos geralmente auferirem altos rendimentos e ainda por cima beneficiarem de acumulação com rendimentos do sector privado, que todos sem excepção o conseguirão fazer e que não existem médicos em dificuldades. Claro que existem.
No entanto, o corporativismo de classe que protesta contra o fim dos subsistemas de saúde visa proteger aqueles que menos têm dentro dessas classes, ou visa continuar a alimentar aqueles que não precisam do subsistema?
Este argumento é tão válido para a manutenção de subsistemas de saúde que protegem e garante o acesso dos mais fracos, como para a sua extinção.
O Estado deve concentrar-se em ajudar quem realmente precisa de um sistema de saúde a funcionar, com qualidade e rapidez, e não pode, ou não deve, permitir a estratificação entre portugueses com acesso a saúde de qualidade e os outros que têm de ir para as filas da caixa. A existência de subsistemas mais vantajosos para determinadas classes profissionais favorece a descapitalização do serviço nacional de saúde, que lida desde sempre com problemas de orçamentação e não permite justiça no acesso à saúde.É fundamental que salvaguardando as especificidades de algumas profissões de desgaste rápido, que incluem necessidade de exames frequentes e de assistência específica, os subsistemas de saúde terminem e se possa ter um acesso à saúde democrático e de qualidade para todos e não apenas para alguns.
Este argumento tem sido invocado frequentes vezes como fundamento para a manutenção de milhentos subsistemas de saúde que na realidade não são mais do que formas de beneficiar certas classes em detrimento de outras.
Naturalmente as diferentes classes profissionais têm gente rica e gente pobre. Têm gente com sucesso profissional assim como gente mais azarada na vida. Têm gente competente e gente incompetente como em qualquer outro lugar.
Não podemos pensar que apesar da projecção mediática que algumas profissões têm, como por exemplo os jornalistas, é suficiente para aferir que todos os jornalistas nadam em dinheiro. Não é possível pensar que por os médicos geralmente auferirem altos rendimentos e ainda por cima beneficiarem de acumulação com rendimentos do sector privado, que todos sem excepção o conseguirão fazer e que não existem médicos em dificuldades. Claro que existem.
No entanto, o corporativismo de classe que protesta contra o fim dos subsistemas de saúde visa proteger aqueles que menos têm dentro dessas classes, ou visa continuar a alimentar aqueles que não precisam do subsistema?
Este argumento é tão válido para a manutenção de subsistemas de saúde que protegem e garante o acesso dos mais fracos, como para a sua extinção.
O Estado deve concentrar-se em ajudar quem realmente precisa de um sistema de saúde a funcionar, com qualidade e rapidez, e não pode, ou não deve, permitir a estratificação entre portugueses com acesso a saúde de qualidade e os outros que têm de ir para as filas da caixa. A existência de subsistemas mais vantajosos para determinadas classes profissionais favorece a descapitalização do serviço nacional de saúde, que lida desde sempre com problemas de orçamentação e não permite justiça no acesso à saúde.É fundamental que salvaguardando as especificidades de algumas profissões de desgaste rápido, que incluem necessidade de exames frequentes e de assistência específica, os subsistemas de saúde terminem e se possa ter um acesso à saúde democrático e de qualidade para todos e não apenas para alguns.
2 comentários:
Tudo é discutível...e tu "abres" a discussão com a frase "profissões de desgaste rápido. Penso que tens alguém na família que é militar ou militarizado não?..estarás a pensar nesses?..eu, por exemplo, tenho professores na famíliae que se queixam de a sua profissão ser claramentre de desgaste rápido..em que é que ficamos???...onde está a barreira?..e será possível definir essa barreira de forma justa?
Não é assim tão fácil. e " a fila da caixa" é inevitável sendo o acesso quase gratuito.
(não estou a defender que não o seja)
Claro que tudo é discutível. Não interessa se tenho ou não militares na familia até porque não estava a pensar nesses quando falei das profissões de desgaste rápido como se percebe ao longo do texto. Cada um considerará a sua profissão como a mais desgastante do universo. Por isso é que se tem de definir claramente o que é ou não e corrigir os erros que ao contrário do que tem acontecido têm alimentado sub-sistemas sem sentido. O problema da fila da caixa é que são sempre os mesmos que lá estão. Os outros têm os seus sistemas de saúde cujo capital não entra para o SNS e não vão para a fila. No entanto o objectivo do post era esclarecer que o mesmo argumento que defende a manutenção dos sub-sistemas pode perfeitamente servir para justificar a sua extinção.
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