segunda-feira, setembro 12, 2005

Amen

Ao longo dos últimos 4 anos, Luís Delgado impôs-se como uma espécie de Diácono Remédios das virtudes que a direita e o PSD podem dar a Portugal. A Direita e o PSD souberam compensar o seguidismo acrítico de Delgado com a gestão de uma empresa pública de comunicação social, o que aparentemente não o impede de criticar as opções dos socialistas para as empresas públicas.

Delgado vê a direita como uma espécie de dogma católico e é quase tão certo que a direita é que está correcta (independentemente de quem a encabeça), como é certo que Maria era virgem...

Agora no DN, Delgado parece querer recuperar o papel de porta-voz oficial dos sociais-democratas e uma espécie de arauto dos novos tempos que aí vêm...

“ (...) Na semana passada, várias sondagens sobre as presidenciais revelaram três coisas 1. Que tudo se pode, e vai, decidir à primeira volta; 2. Que Cavaco emana uma força imbatível, invulgar e indestrutível, mesmo sem anunciar que é candidato; 3. Que Soares cometeu o maior erro de avaliação política da sua vida, ao avançar para um combate que não existe: Cavaco, em qualquer circunstância, deverá mesmo fazer um passeio pela Avenida da Liberdade. E porquê tudo isto? As razões são inúmeras, mas uma sobrepõe-se: os portugueses não querem mais do passado, mas antes um futuro rigoroso e alguém em quem se possa confiar como PR. Sem nenhum menosprezo, Cavaco versus Soares é a repetição do passeio Clinton versus Bob Dole"

Até agora continuo sem conseguir perceber como é possível que este homem coloque isto que está aqui acima num artigo em que fala do 11 de Setembro (Bush é outra das suas paixões acríticas).

Considerará que o Cavaco vai ser o 11 de Setembro da política portuguesa??? Sim os portugueses não querem mais passado, querem um futuro rigoroso e alguém em que se possa confiar como PR... Por isso mesmo é que os portugueses não perderam a oportunidade de eleger Cavaco nas presidenciais de 1996, logo à primeira volta.

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