segunda-feira, setembro 26, 2005

Assim fica tudo mais claro (continuação)

O meu segundo comentador do costume, o meu vizinho do Bodegas coloca aqui uma questão interessante sobre a necessidade do afastamento dos candidatos presidenciais dos partidos que julgo ser importante abordar.

"Acima de tudo, se romperem com os aparelhos partidários. Se existe um cargo cujo afastamento dos partidos é vital, esse cargo é de PR."

Caro BG, houve uma altura na minha vida em que abordei o carácter supra-partidário do primeiro magistrado da nação e rapidamente conclui a necessidade de voltarmos a ter uma monarquia para termos um efectivo distanciamento dos partidos.

Se por acaso defendemos a representatividade democrática e republicana, vamos ter sempre de aceitar que quem é eleito para PR será sempre em oposição a outro(s) candidato(s) e que é natural que haja quem não se reveja nessa candidatura.

O caso do Manuel Alegre não comprova qualquer tipo de afastamento dos partidos. Não podemos esquecer que esta situação só existe porque o PS não apoiou Alegre senão ele sentir-se-ia muito tranquilo com esse apoio, mas também não podemos esquecer que Alegre aproveita um comício eleitoral do PS para a apresentação da sua candidatura, o que para mim compromete qualquer intervenção supra-partidária.

7 comentários:

Bruno Gouveia Gonçalves disse...

O cargo de PR, tal como eu e tu concordamos, deve ser feito com a maior isenção política. Peguei no exemplo Manuel Alegre, não porque ache que este seja um exemplo perfeito de afastamento político, mas por ser actualmente aquele a que mais se assemelha. Como bem dizes, a candidatura apartidária de Alegre não é fruto da sua vontade, mas fruto das circunstâncias...

A candidatura de Manuel Alegre foi o pretexto para afirmar a minha opinião, de que para o cargo de PR os apoios partidários deveriam ser evitados, de modo a que pessoas da sociedade civil pudessem assumir esse cargo, sem qualquer conflito de interesses. E existem tantas figuras competentes na nossa sociedade...

É interessante que a questão monárquica, parece dar resposta a todos estes problemas de isenção...

Abraço

José Raposo disse...

Sim, mas desta vez só podemos contar com a Manuela Magno...

Bruno Gouveia Gonçalves disse...

Parece que sim...

Anónimo disse...

Ah, pronto, o Alegre a levar "forte e feio". Epá, ok, está certo, como queiram, mas tudo menos essa conversa da monarquia, certo?

José Raposo disse...

Acho que até o próprio Alegre concordará´que só existe enquanto saco de porrada... Mas meu amigo a monarquia constitucional moderna que tem feito tanto sucesso por essa Europa fora é só mais um sistema politico... (é só farpas)

Anónimo disse...

... no qual a escolha do chefe de estado não recai sobre o povo soberano (?!). E refiro-me aqui ao sufrágio universal directo,nem com essas formas estranhas de eleições indirectas vou "muito à bola", quanto mais com monarquias, sucessões, etc....

José Raposo disse...

Não estou a dar valor nenhum à coisa... estou só a dizer que é um sistema como os outros... mas descansa que numa altura em que a epressão "ética republica" entrou na moda, ninguém se vai lembrar de questionar a forma republicana do estado apesar dos candidatos presidenciais que nos arranjaram...