Esta citação de Kevin Costner no papel de Jim Garrison no "JFK" de Oliver Stone é o melhor exemplo de como estaremos sempre de costas voltadas para a justiça e como nunca compreenderemos a razão da justiça não dar resposta aquilo que para maioria das pessoas parece evidente.
Se a justiça agisse como tantas e tantas vezes esperamos quando algum crime nos revolta ou enoja, estaríamos rapidamente a justificar os linchamentos e os grupos de milícias populares e estaríamos a perder as rédeas do estado de direito.
O caso de Fátima Felgueiras é exemplar dessa situação. Ninguém neste país percebe a razão de a Sra. não ter ficado presa, como ditaria a mais elementar justiça e vontade popular, mas por oposição à vontade do país os Felgueirenses consideram-na uma espécie de reencarnação da virgem Maria em versão luso-brasileira.
Mas importa esclarecer porque razão os tempos e os métodos da justiça não são os mesmos que os da comunicação social e não são compatíveis com a estupefacção de lideres da oposição ou candidatos a candidatos presidenciais.
Eu assim como o comum dos mortais nada sei do processo concreto da Sô Dona Fátinha, mas só pode ter acontecido uma de duas coisas:
- Quando foi decretada a prisão preventiva e a Fátinha fugiu para o Brasil, estava a decorrer o inquérito que viria a resultar numa acusação, na altura a juíza invocou como fundamentos para a suspensão de mandato e para a prisão preventiva a possibilidade de perturbação do inquérito e destruição de provas.
Ora dois anos depois o inquérito está concluído, foi deduzida acusação e o julgamento está marcado. Ou seja, não me choca particularmente que se considere que ela agora não precisa de estar presa...
- Outra possibilidade é a Fátinha ter-se apresentado na Portela como candidata autárquica e ter de ser presente ao juiz que ao abrigo da lei lhe concedeu imunidade durante o período eleitoral.
Muito se tem falado sobre esta lei mas nós por enquanto somos um estado de direito com o principio da separação de poderes consagrado na constituição e esta lei da imunidade é uma boa lei porque é uma lei genérica (aliás como todas) que previne a influência dos tribunais no processo eleitoral.
Esta lei não foi criada para a Fátima Felgueiras e além disse não garante uma imunidade "ad eterno". A imunidade termina no dia 09 de Outubro.
Temos sempre de separar aquilo que para nós nos parece moralmente inaceitável daquilo que é a responsabilidade dos tribunais em aplicar leis gerais.
Esta lei não foi criada para a Fátima Felgueiras e além disse não garante uma imunidade "ad eterno". A imunidade termina no dia 09 de Outubro.
Temos sempre de separar aquilo que para nós nos parece moralmente inaceitável daquilo que é a responsabilidade dos tribunais em aplicar leis gerais.
2 comentários:
Deves ter andado a ver o filme segunda vez, que da primeira dormíamos que nem uns desalmados (que me desculpem os leitores este apontamento "private" e que me desculpe o autor este pecado da eterna tendência "Amigos de Alex"...)
Já vi várias vezes... mas o meu amigo está enganado, enquanto vocês dormiam eu estava atento na primeira fila do primeiro balcão... É natural que não te lembres... ESTAVAS A DORMIR...
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