Desde que passou um ano sobre a tragédia do sudoeste asiático que estou para fazer este post. Na altura ouvi relatos de uns povos tribais nalgumas ilhas perto do epicentro que contra qualquer expectativa sobreviveram sem qualquer morte, quando os antropólogos que os acompanhavam receavam a extinção deste tipo de sociedades.
Só agora tive oportunidade de ver um documentário sobre o tsunami e acabei por investigar um pouco mais pela internet.
Os Onges são um povo que até há muito pouco tempo mantinham uma relativa distância da sociedade como a conhecemos apesar de não se revelarem hostis, ao contrário de outros grupos na zona.
Os Onges vivem na ilha da Pequena Andaman no arquipélago indiano das Andaman e Nicobar composto por cerca de 500 ilhas.
Este povo de caçadores, pescadores e recolectores, que se calcula possam ter viajado da África Negra há milhares de anos (alguns especialistas falam em 60.000) conservaram, em especial devido ao isolamento destas ilhas, as suas características essenciais de contacto com a natureza e os elementos.
Este povo, dias antes do Tsunami de 26 de Dezembro de 2004, fugiu junto com a maioria dos animais da ilha para paragens mais altas escapando assim à destruição que causou a morte a uma grande parte dos colonos da ilha.
Quando receberam a primeira visita duas semanas após o Tsunami do antropólogo que passou os últimos 20 anos a estudá-los e com quem declara ter criado amizade, a vida decorria normalmente e os Onges já estavam a recuperar o seu estilo de vida normal e a tentar recuperar o possível de um mar revolto.
Os Onges explicaram na altura que escutam a natureza nos ramos de uma árvore e que o mar e a terra estão sempre a disputar as mesmas fronteiras pelo que já sabiam que na altura em que a terra ganhou ao mar, este iria voltar enraivecido para recuperar as suas fronteiras e que por isso fugiram.
Para os Onges os homens, os animais e os elementos fazem todos parte dos ramos de uma árvore e são os maus espíritos que agitam os ramos para prejudicar os homens.
São formas diferentes de ver a vida, mas de qualquer forma foram ensinamentos que lhes salvaram a vida durante a tragédia. Ensinamentos que as nossas sociedades perderam ao longo da "evolução".
Só agora tive oportunidade de ver um documentário sobre o tsunami e acabei por investigar um pouco mais pela internet.
Os Onges são um povo que até há muito pouco tempo mantinham uma relativa distância da sociedade como a conhecemos apesar de não se revelarem hostis, ao contrário de outros grupos na zona.
Os Onges vivem na ilha da Pequena Andaman no arquipélago indiano das Andaman e Nicobar composto por cerca de 500 ilhas.
Este povo de caçadores, pescadores e recolectores, que se calcula possam ter viajado da África Negra há milhares de anos (alguns especialistas falam em 60.000) conservaram, em especial devido ao isolamento destas ilhas, as suas características essenciais de contacto com a natureza e os elementos.
Este povo, dias antes do Tsunami de 26 de Dezembro de 2004, fugiu junto com a maioria dos animais da ilha para paragens mais altas escapando assim à destruição que causou a morte a uma grande parte dos colonos da ilha.
Quando receberam a primeira visita duas semanas após o Tsunami do antropólogo que passou os últimos 20 anos a estudá-los e com quem declara ter criado amizade, a vida decorria normalmente e os Onges já estavam a recuperar o seu estilo de vida normal e a tentar recuperar o possível de um mar revolto.
Os Onges explicaram na altura que escutam a natureza nos ramos de uma árvore e que o mar e a terra estão sempre a disputar as mesmas fronteiras pelo que já sabiam que na altura em que a terra ganhou ao mar, este iria voltar enraivecido para recuperar as suas fronteiras e que por isso fugiram.
Para os Onges os homens, os animais e os elementos fazem todos parte dos ramos de uma árvore e são os maus espíritos que agitam os ramos para prejudicar os homens.
São formas diferentes de ver a vida, mas de qualquer forma foram ensinamentos que lhes salvaram a vida durante a tragédia. Ensinamentos que as nossas sociedades perderam ao longo da "evolução".
2 comentários:
Estou encantado. O meu amigo veio dar às lides da antropologia! Do título (com aspas)a cada uma das palavras, e à última em particular (que aspas tão significativas!), tanto que me parece haver aqui da disciplina e da sua história. Deste texto viaja-se do etnógrafo embrenhado, como um clássico ("The Andaman Islanders", de Radcliffe-Brown, já é de 1922), até ao pós-modernismo, esse capricho do pensamento que virá dizer que é de nós, afinal é sempre de nós mesmos que estamos a falar. Ou não é de nós mesmos que falas, quando (aparentemente) fascinado decreves a ideia da pertença desses outros distantes aos ramos de uma árvore e terminas com a (aparentemente) desiludida referência à nossa "evolução"? Obrigado por mais um texto de antologia, amigo, seja qual for a dimensão em que se o possa perspectivar (e à antropologia não resisto, como sabes...)
Meu amigo, isto sou eu a meter a foice em seara alheia... mas sem grandes pretensões.
Apenas achei interesse a experiência dos Onges com o mundo que os rodeia perante uma tragédia desta dimensâo.
A interpretação dos dados fica para vocês que são os especialistas :))
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