"É difícil estabelecer o momento em que se começa a pensar pela cabeça própria, tão lenta e árdua é a aprendizagem da independência mental e tão decisivas são as influências que pesam, se entrechocam e condicionam as nossas tomadas de posição, mesmo as aparentemente mais pessoais"
Portugal Amordaçado, Mário Soares
Poderia aqui discorrer pelas inúmeras razões que me levam a não votar Cavaco nestas eleições, até porque parece ao ler-se as colunas de opinião, que esse é um crime capital como se porventura não houvesse nos portugueses qualquer razão para ousarem não votar na figura tutelar do professor.
Poderia aqui passar a tarde a discutir como o melhor marketing político criou a sensação que o verdadeiro candidato era o professor e todos os outros existem na sua sombra apenas para contribuírem com o banal folclore da democracia na entronização sebastianica de um mito.
Mas não o vou fazer. O meu candidato é, como já sabem há bastante tempo, Mário Soares.
É Mário Soares porque tenho em relação a ele uma imensa divida de gratidão em relação ao homem que sou hoje em dia. Mário Soares esteve sempre presente em todos os momentos da minha juventude e devo-lhe em parte a consciência cívica e politica que tenho hoje.
Mário Soares é o meu candidato independentemente de nem sempre concordar com ele e se calhar precisamente por isso, só pelo prazer da discussão politica.
Mário Soares aos 81 anos é o orgulho de uma esquerda perdida entre uma orfandade da militância no passado contra a ditadura e a circunstância de ter de ser poder num mundo virado ao contrário.
Como poucos neste país, tantas e tantas vezes limitado no espaço e nas cabeças dos seus cidadãos, Mário Soares conseguiu sempre ver para além do presente e muitas vezes com prejuízo da sua vida pessoal lutou por aquilo em que acreditava.
Talvez vote Soares por a sua postura aos 81 anos não ser precisamente a de um grande estadista que do alto do seu pedestal nos contempla e por ter aceitado este derradeiro combate. Mas voto nele convicto que voto numa interpretação clara (pelo menos para mim) da constituição, uma determinada ideia humanista da sociedade, um determinada ideia quanto ao caminho da Europa a 25, uma ideia quanto ao progresso do Mundo numa lógica de direito internacional, uma ideia sobre Portugal a sua língua, a sua cultura e a Lusofonia.
São exemplos de abnegação e de democracia, como o de Soares, os únicos que alguma vez nos poderão retirar da crise em que nos encontramos.
Faço minhas as palavras que têm vindo a fazer eco pela internet.
Voto Soares porque tenho memória.
Poderia aqui discorrer pelas inúmeras razões que me levam a não votar Cavaco nestas eleições, até porque parece ao ler-se as colunas de opinião, que esse é um crime capital como se porventura não houvesse nos portugueses qualquer razão para ousarem não votar na figura tutelar do professor.
Poderia aqui passar a tarde a discutir como o melhor marketing político criou a sensação que o verdadeiro candidato era o professor e todos os outros existem na sua sombra apenas para contribuírem com o banal folclore da democracia na entronização sebastianica de um mito.
Mas não o vou fazer. O meu candidato é, como já sabem há bastante tempo, Mário Soares.
É Mário Soares porque tenho em relação a ele uma imensa divida de gratidão em relação ao homem que sou hoje em dia. Mário Soares esteve sempre presente em todos os momentos da minha juventude e devo-lhe em parte a consciência cívica e politica que tenho hoje.
Mário Soares é o meu candidato independentemente de nem sempre concordar com ele e se calhar precisamente por isso, só pelo prazer da discussão politica.
Mário Soares aos 81 anos é o orgulho de uma esquerda perdida entre uma orfandade da militância no passado contra a ditadura e a circunstância de ter de ser poder num mundo virado ao contrário.
Como poucos neste país, tantas e tantas vezes limitado no espaço e nas cabeças dos seus cidadãos, Mário Soares conseguiu sempre ver para além do presente e muitas vezes com prejuízo da sua vida pessoal lutou por aquilo em que acreditava.
Talvez vote Soares por a sua postura aos 81 anos não ser precisamente a de um grande estadista que do alto do seu pedestal nos contempla e por ter aceitado este derradeiro combate. Mas voto nele convicto que voto numa interpretação clara (pelo menos para mim) da constituição, uma determinada ideia humanista da sociedade, um determinada ideia quanto ao caminho da Europa a 25, uma ideia quanto ao progresso do Mundo numa lógica de direito internacional, uma ideia sobre Portugal a sua língua, a sua cultura e a Lusofonia.
São exemplos de abnegação e de democracia, como o de Soares, os únicos que alguma vez nos poderão retirar da crise em que nos encontramos.
Faço minhas as palavras que têm vindo a fazer eco pela internet.
Voto Soares porque tenho memória.
1 comentário:
A tua última frase parece-me ser uma excelente razão para votar Soares e não votar em Cavaco, mas mais do que isso parece-me ser uma excelente regra de vida que os portugueses deveriam adoptar mais vezes.
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