terça-feira, setembro 12, 2006

Ficheiros Secretos

As obras em Lisboa estão a atingir um estatuto de x-file. Não daqueles ficheiros secretos à moda da Scully e do Mulder mas secretos porque ninguém sabe onde são, quando começam, e se começam quando é que acabam.
Cada vez que Carmona tenta refazer, mexer ou alterar uma obra, é sinal que ela na realidade está parada, embargada, não licenciada ou adiada sine die.
Afinal o Parque Mayer e o projecto Frank O. Gehry ainda mexe, não se sabe é para onde.


O projecto vai sofrer mais uma alteração quando todos pensávamos que já estava morto. Agora para passar a incluir o teatro Capitólio classificado recentemente por uma organização internacional como património arquitectónico em risco.
A alteração do projecto vai custar 120.000 euros mas de acordo com o autarca não se vai gastar um tostão com a construção... estes 120.000 mais os anteriores são do bolso de Carmona...
É o estado da capital e nem sequer ainda começou a polémica que promete arrasar o projecto de Norman Foster para Santos.

2 comentários:

Anónimo disse...

Amigo, tu que és viajado por esses lados da Europa Central, consulta o link que deixo abaixo e teme pelo futuro de Budapeste, se vai mesmo seguir as "pegadas" de Lisboa...

http://www.cm-lisboa.pt/index.php?id_item=12497&id_categoria=11

Enfim, como declaração de princípios até parece coisa bonita, mas a própria notícia começa logo por falar em "declaração de intenções", das quais, como sabemos, "está o Inferno..." ;-D

José Raposo disse...

Bem, há algumas importantes considerações a ter em conta.

1) O metro de Budapeste é muito fraco. Facto que não será alheio à sua construção há cerca de 100 anos. Não foi devidamente planeado e agora tem limitações graves para uma cidade como Budapeste.

1) Há diferenças muitíssimo importantes entre Lisboa e Budapeste. Lisboa nunca foi bombardeada do ar e há cerca de 250 anos que mantem o mesmo centro. Budapeste foi fortemente castigada na Segunda Guerra e a maioria das construções terá no máximo 60 anos. Os monumentos serão mais antigos mas sofreram fortes intervenções depois da guerra. O que foi substituído pelos comunistas foi numa onda muito estalinista de linhas direitas e sóbrias e tb é recente.

1) Budapeste tem um centro histórico claramente definido. Onde não há espaço à construção desenfreada devido à idade dos edifícios que indiquei em dois.

4) A cidade é em muitos aspectos mais funcional do que Lisboa (falamos do centro), e Lisboa pode aprender algumas coisas com o centro de Budapeste sempre que se lembrarem de construir coisas sem sentido e com volumetrias que impedem as pessoas de andar no passeio.

5) Fora da zona do parque da cidade falamos de uma realidade totalmente diferente onde esta declaração de intenções pode ter algum efeito. Aliás acho mesmo que a pimenta rendeiro e a Teixeira Duarte adorariam pôr lá as mãos e diga-se que fazem mesmo lá falta. Este protocolo tb pode ajudar um pouco no caso dos transportes públicos que em Budapeste são geralmente muito maus. Pode parecer estranho mas tb podemos exportar algumas soluções de trânsito, pois não existem cruzamentos desnivelados e os semáforos parecem não funcionar em Budapeste.

Acho que podemos ajudar os moços mas podemos tirar tb algumas lições