O nacional – parolismo agita-se perante a mais que certa possibilidade de os militares portugueses na FINUL ficarem sob comando Espanhol.
Se fosse comando Qatariano, Burkina Fasense, Somali ou nepalês, tudo bem, agora Espanhol é que NUNCA.
É como dar o ouro ao bandido, é como se de repente todas as nossas virgens fossem desfloradas por esses malfeitores que quase se babam ao falar, tamanha é a volúpia dessa gente.
Já fomos grandes e psicologicamente continuamos ligados à realidade do Império. Muito embora muitos de nós não conheçamos mais de Espanha, ou até do resto do mundo, além dos caramelos em Badajoz ou dos casacos de pele em Ceuta (que tb já foi nossa) continuamos a imaginar-nos de um tamanho que na realidade nunca tivemos, fazendo eco do “Minho a Timor” mesmo que isso nunca tenha trazido nada de particularmente útil aos portugueses.
Vivemos colectivamente a "Dor do Membro Fantasma", e isso obriga-nos a tomar posições idiotas sempre que julgamos estar em causa algum aspecto da nossa soberania.
Instigamos políticos à porta de ministérios a responder à questão de quem nos comandará no terreno, e acusamo-los de nos negarem o óbvio quando afirmam ainda não estar nada decidido.
Preocupamo-nos com quem nos comanda no estrangeiro, mas não percebemos quem nos comanda em casa.
O Império finou-se e é bom que nos convençamos disso. O Império Espanhol também se finou e há bem mais tempo que o nosso e talvez por isso mesmo a Espanha é neste momento um país moderno e desenvolvido e a sua ameaça é tudo menos militar.
Se fosse comando Qatariano, Burkina Fasense, Somali ou nepalês, tudo bem, agora Espanhol é que NUNCA.
É como dar o ouro ao bandido, é como se de repente todas as nossas virgens fossem desfloradas por esses malfeitores que quase se babam ao falar, tamanha é a volúpia dessa gente.
Já fomos grandes e psicologicamente continuamos ligados à realidade do Império. Muito embora muitos de nós não conheçamos mais de Espanha, ou até do resto do mundo, além dos caramelos em Badajoz ou dos casacos de pele em Ceuta (que tb já foi nossa) continuamos a imaginar-nos de um tamanho que na realidade nunca tivemos, fazendo eco do “Minho a Timor” mesmo que isso nunca tenha trazido nada de particularmente útil aos portugueses.
Vivemos colectivamente a "Dor do Membro Fantasma", e isso obriga-nos a tomar posições idiotas sempre que julgamos estar em causa algum aspecto da nossa soberania.
Instigamos políticos à porta de ministérios a responder à questão de quem nos comandará no terreno, e acusamo-los de nos negarem o óbvio quando afirmam ainda não estar nada decidido.
Preocupamo-nos com quem nos comanda no estrangeiro, mas não percebemos quem nos comanda em casa.
O Império finou-se e é bom que nos convençamos disso. O Império Espanhol também se finou e há bem mais tempo que o nosso e talvez por isso mesmo a Espanha é neste momento um país moderno e desenvolvido e a sua ameaça é tudo menos militar.
7 comentários:
Na "mouche"...
..."fazendo eco do “Minho a Timor” mesmo que isso nunca tenha trazido nada de particularmente útil aos portugueses."
Amigo não estou de acordo contigo, talvez para a nossa geração seja perfeitamente indiferente se Portugal alguma vez teve ou não um império, no entanto será impossível quantificar as influencias desse império naquilo que Portugal é hoje como pais e consequentemente naquilo que hoje somos como portugueses, pois seria igualmente impossível imaginar a nossa historia sem os descobrimentos que edificaram esse mesmo império e todo o que de mau e bom veio para este pais a para as suas gentes ao longo dos séculos
Também não podemos esquecer (mais contemporaneamente) a qualidade de vida que muitos portugueses usufruiriam nos territórios ultramarinos e ate mesmo as fortunas que alguns fizeram nesses territórios enquanto Portugal foi "do Minho ate Timor", muito embora isso fosse a custa da exploração da mão de obra barata das populações indígenas, mas isso já será outra historia.
Miguel, de repente não estou a ver muitas gerações do último século que tenham beneficiado com o eixo Minho a Timor, no entanto (como dizes) vejo muita gente que se aproveitou bem, o que não faz disso um fenómeno geracional.
Se formos quantificar ou imaginar a influência do império naquilo que somos hoje, então se calhar acabaríamos por ter preferido não o ter, mas imagino que essa é uma opinião discutível.
Claro que é possível imaginar a nossa história sem descobrimentos, tal como a da maior parte dos países não colonizados do mundo, que por uma razão ou outra acabaram por se safar sem descobrimentos e sem império.
A questão é que neste momento ele não existe. Somos minúsculos e temos de aceitar isso de uma vez por todas. Só quando percebermos a nossa real dimensão é que podemos com segurança saber qual o nosso papel no mundo.
Não me entendas mal, a maior parte da lógica império-saudosista que aqui critico é apenas reflexo de um "fado" que transportamos connosco e que contribui para o habitual clima de depressão colectiva.
Agrada-me que sejamos um país relativamente pacato que não tem intenção de bombardear ninguém, nem de ser particularmente arrogante com ninguém, mas às vezes somos, e se o Império se mantivesse seríamos ainda mais.
Mas enquanto tivermos este tipo de atitude parola em relação a um país que nos invadiu quase tantas vezes quantas as que nós os invadimos a eles, não vamos conseguir ter qualquer tipo de papel na cena internacional digno desse nome.
É no mínimo triste que questionemos o comando de uma força internacional num cenário supostamente humanitário, quando enviamos 140 caramelos que podem ser comandados pelo país que expulsámos daqui há 360 anos.
Quanto mais tempo vai ter de esperar para passarmos ao lado deste disparate?
Raposo de forma alguma fiz o meu comentário em desacordo com aquilo que defendes neste post, quanto a isso estou completamente de acordo contigo, é sem divida uma atitude completamente parola ficas-se "patrioticamente" melindrado por 140 militares portugueses estarem a ser comandados por militares espanhóis, ainda por cima numa missão humanitária.
A única parte do teu texto em que descordei foi aquela a que fiz referencia, pelas razões que apresentei, de resto estamos em sintonia.
Sim eu percebi isso tá :) Mas resolvi esticar mais o meu texto :)
Apaguei o teu último comentário que estava duplicado
Quando Portugal ia do Minho a Timor, não passava pelo Líbano. Aliás nunca passou, nem mesmo antes da fundação da Nacionalidade.
O Nacional Parolismo vê-se no querer enviar a todo o custo a tropa para um sitio que para um Português fica mais longe que o Planeta Júpiter
Luís o problema está em tentar perceber neste país quais são as prioridades. São as prioridades relativas à lusofonia e ao eixo do Minho a Timor ou são outros palcos na cena internacional onde Portugal quer ou devia querer afirmar-se.
E parece-me que provavelmente todos aqui concordamos que nem uma coisa nem outra. Queremos estar em todo o lado e não conseguimos ter papel relevante em lado nenhum.
Mas ainda assim estamos sempre a por-nos em bicos de pés sobre as nossas participações no estrangeiro.
Eu acho que devemos participar e que estas participações são úteis a um exercito tendencialmente profissional, e como o Tiago afirma fazem parte de um esforço na defesa daquilo que acreditamos. Mas para fazer figuras tristes não vale a pena.
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