Já se defendeu aqui (lá mais para baixo) a necessidade de um exército que se quer profissional, participar em missões de carácter humanitário/manutenção de paz em tempos de paz no seu território de origem. Apesar disso também já se fizeram juízos de valor sobre a oportunidade/legitimidade de intervenções militares em países estrangeiros por razões nem sempre totalmente claras, que depois, através de processos inexplicáveis passam a ser responsabilidade da comunidade internacional ou associações de defesa comum.
Acho que Portugal pode, e se calhar até deve, estar presente no Afeganistão porque apesar da estupidez que tudo isto me possa parecer, o povo do Afeganistão não pediu nada disto e pode querer aproveitar a oportunidade para mudar um país destruído por décadas de conflitos.
O que não me parece razoável é deixar-se passar a ideia de que a mudança do contingente português de Kabul para Kandahar é algo da mais completa normalidade militar e que nada mudou na intervenção da Nato neste país.
Kandahar não é Kabul. No Afeganistão, ao contrário do Iraque, a capital é a zona mais segura do país e Kandahar fica na zona sul, mais próximo da fronteira com o Paquistão, perto das montanhas onde se disputa ferozmente com os talibãs.
Não é razoável que a maioria dos meios de comunicação social portugueses tenham passado ao lado da alteração substancial do papel da Nato no Afeganistão, que os mais atentos já repararam entrou numa fase de reforço e confrontação directa com os militantes talibã nas montanhas.
Não é razoável que não nos seja esclarecido pelo governo que esta transferência de militares portugueses faz parte de um aumento do número de militares da Nato envolvidos em operações no sul do país, e não é aceitável que nos queriam fazer crer que tudo isto é muito natural.
A meu ver existem motivos de preocupação acrescidos e convêm que o país esteja preparado para eles. E isso só se consegue com transparência na informação veiculada.
Acho que Portugal pode, e se calhar até deve, estar presente no Afeganistão porque apesar da estupidez que tudo isto me possa parecer, o povo do Afeganistão não pediu nada disto e pode querer aproveitar a oportunidade para mudar um país destruído por décadas de conflitos.
O que não me parece razoável é deixar-se passar a ideia de que a mudança do contingente português de Kabul para Kandahar é algo da mais completa normalidade militar e que nada mudou na intervenção da Nato neste país.
Kandahar não é Kabul. No Afeganistão, ao contrário do Iraque, a capital é a zona mais segura do país e Kandahar fica na zona sul, mais próximo da fronteira com o Paquistão, perto das montanhas onde se disputa ferozmente com os talibãs.
Não é razoável que a maioria dos meios de comunicação social portugueses tenham passado ao lado da alteração substancial do papel da Nato no Afeganistão, que os mais atentos já repararam entrou numa fase de reforço e confrontação directa com os militantes talibã nas montanhas.
Não é razoável que não nos seja esclarecido pelo governo que esta transferência de militares portugueses faz parte de um aumento do número de militares da Nato envolvidos em operações no sul do país, e não é aceitável que nos queriam fazer crer que tudo isto é muito natural.
A meu ver existem motivos de preocupação acrescidos e convêm que o país esteja preparado para eles. E isso só se consegue com transparência na informação veiculada.
1 comentário:
Concordo que a comunicação social tivesse feito mais alarido se tivessem ido mais militares para Kabul ("rende" mais, dá para entrevistar familiares chorosos no aeroporto, acrescido de criancinhas ao colo e mais as "pérolas" do costume...), apesar se ser muito menos perigoso que a referida deslocação das tropas portuguesas. No entanto, queria só chamar à atenção que a função dos militares (que são pessoas que escolheram essa profissão) não é ficar nos quatéis a beber "minis" e a jogar às cartas - é arriscar a vida em missões que lhes estão destinadas. Assim, não me repugna a ideia de terem de ir para um local mais arriscado - o perigo é, de facto, a sua profissão.
PS - Era só uma chamada de atenção; não estou, evidentemente, com isto a dizer que o "Suburbano" alinha na "coitadinhice" com esta transferência dos militares portugueses.
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