quinta-feira, novembro 03, 2005

Saí um bife mal passado

Fui descobrir este post perdido nos drafts deste blog desde 21-Out. Por alguma razão que agora não me recordo nunca chegou a ser publicado. Mas como apenas ouvimos o Sr. Professor mais uma vez além do discurso no dia da apresentação da candidatura, o post é capaz de manter actualidade... Não é propriamente um post mas mais uma espécie de notas soltas que fui escrevendo sobre o assunto e provavelmente nunca lhe encontrei uma estrutura e daí a não publicação. Mas aqui fica...


O discurso de Cavaco não traz nada de inovador em relação à sua candidatura anterior e nada o diferencia objectivamente de Soares. Não é um homem político e apenas se candidata como imperativo de consciência, mas fica por esclarecer se esse imperativo é o mesmo de à 10 anos... e se durante as duas maiorias tb não se considerava um homem politico.

Já sabíamos que o professor não era propriamente um brilhante orador, o que não será alheio a existência de um discurso de apenas 8m.

Estranhamente o país está a precisar de auto-estima, confiança e esperança no futuro como de pão para a boca e talvez por isso estas expressões um bocado fora de moda andem de boca em boca, de candidato em candidato. Para cavaco o passado já lá foi e a era cavaquista, os pastéis de bacalhau e o Bolo-rei não são para aqui chamados a não ser que daí se possam tirar bons exemplos que sirvam ao candidato para reivindicar experiência económica e presença na cena internacional.

Ontem à noite Nuno Rogeiro dizia que o Cavaco de hoje pretendia fugir da imagem de "Caudillo, algo entre Sidónio Pais e De Gaulle", mas será que consegue?

Se porventura algum candidato da esquerda se lembrar que se batia em estudantes, agricultores e operários no final da segunda maioria absoluta, Cavaco lembrará que isso não interessa para nada em 2006... até porque nos governos de Soares e Guterres isso tb aconteceu e acabará a falar do perigo dos comunistas e será pragmático ao ponto de rebater a lógica de todos os ovos no mesmo saco...

Faltam respostas no discurso de Cavaco sobre a forma como nos pretende ajudar a ter esperança.

Como dizia Louça o candidato apenas respondeu à questão sobre o que não pretendia em oposição ao que pretendiam os seus colaboradores.

No final toda esta campanha será uma campanha de passado, com candidatos (mal) passados e tudo se decidirá com a opinião que os portugueses tiverem do papel dos principais candidatos no passado... é inevitável.

Para os candidatos o passado já lá vai e o futuro é que interessa, mas os seus discursos são quase sempre passadistas e desajustados da realidade e necessidades do país.

Infelizmente este é um país com memória bastante curta...

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