quinta-feira, setembro 07, 2006

Questões pendentes

Como toda a gente (que muito ocasionalmente aqui passa) já percebeu, tornou-se impossível viver no Cacém, a não ser que haja um interesse directo nas obras do Polis, o que acontece comigo.
O meu interesse é mais estético do que financeiro, mas não é de desprezar as maravilhas que podem fazer por uma casa um jardim a 20m, um centro cívico e cultural a 150m e um interface rodo-ferroviário a 400m.
Mas neste tipo de projectos são frequentes as dúvidas e as questões das populações locais que muitas vezes derivam de um desejo deliberado de não se informarem, porque isso anularia a parte mais interessante das obras que é controlá-las e criticá-las até à exaustão.
Não alinho pela bítola que há pouco tempo vinha presente no DN, até porque não ouço barulho durante a noite, além dos carros que passam com música africana ou o Nel Monteiro, os bêbados que como toda a gente sabe têm graves problemas auditivos que os obrigam a falar muito alto, e as acelerações e “ratters” das motas que se comprou mesmo que não haja dinheiro para comer.
Além disso estou genuinamente convencido que só se pode apanhar a quantidade de pó referida pelo DN se porventura se ficar um dia inteiro junto a um qualquer tapume a olhar para um buraco que entretanto se esteja a escavar.
Mas mesmo assim, e apesar de me considerar minimamente informado sobre o projecto Polis, há algo que me começa a intrigar, não tanto pela continua permanência no mesmo local de sempre do edíficio em causa, mas mais pela longa demora na resposta da Polis às perguntas que lhes enviei por mail.


Ora vamos lá por partes. Esta é a minha zona. Aquela parte arborizada à direita foi em tempos o JIP e neste momento está já completamente arrasada. É (se olharem com atenção) atravessada por um ribeiro cujo leito as obras se propõem regularizar. Esta zona vai ser parte substancial do tal jardim que fica a 20m da minha porta.
Do bloco de edifícios de diferentes volumetrias (algo muito habitual no Cacém), assinalados a vermelho, todos já foram demolidos à excepção do que marquei a verde.
Ora aí está o problema. Não querendo ceder à tentação da coscuvilhice que rodeia sempre estas obras, pareceu-me estranho que à volta deste se tivessem demolido todos os edifícios e este se mantenha de pé.
Além de ser um edifício dos antigos TLP que mais parece um bunker, tal é a semelhança das janelas com as do CCB, fica no campo visual da minha janela e a sua manutenção não consta do plano original do POLIS.
Não quero ser alarmista, mas a ausência de resposta da sociedade CacémPOLIS sobre esta matéria começa a preocupar-me.
A continuação deste edifício no actual local prejudica grandemente a prossecução do projecto tal como previsto, porque não permite a regularização do leito de cheias do ribeiro (ribeira das Jardas) e não permite que a rua adjacente venha a ficar ligada ao túnel que vai nascer a norte do ribeiro por baixo da linha do comboio, que se pretende seja um acesso ao novo eixo viário central e daí ao novo viaduto do IC19. Para além de ser profundamente inestético.
Vou continuar a aguardar por respostas a esta matéria

6 comentários:

Anónimo disse...

Entendamo-nos: o teu problema é que o edifício "fica no campo visual da minha janela", não é?! Estes suburbanos... não têm grandes horizontes das suas janelas, depois só olham para o umbigo. O que querias? Uma casa no campo com vista para a lezíria? Por acaso sei de uma para venda... ;-D
(mas a sério, julgo já te ter dito que há tempos a minha mãe viu o edifício ser esvaziado, ao longo de vários dias. Que seja um sinal de esperança...)

José Raposo disse...

Não, o meu problema não é estar no campo visual da minha janela. O meu problema é aquele mamarracho implicar com um monte de coisas no projecto, que se lá se mantiver não serão feitas ou serão feitas de outra forma...
Eu tb já lá vi movimentações, mas nada de significativo...

Nuno Guronsan disse...

Li por aqui a palavra mamarracho??

Anónimo disse...

Cada um tem o mamarracho que merece... e eu cheio de vontade de voltar para o meio deles!

José Raposo disse...

Um mamarracho é algo que tem a sua beleza, apesar de não ser facilmente apreciado pelo comum dos mortais... Por exemplo: A Àgata é de certa forma um mamarracho mas nem todos os portugueses estão dispostos a apreciá-la devidamente...

Anónimo disse...

Com essa da Ágata também revelas "laivos" de inspiração, hoje. É a sexta-feira (e eu, então, estou com uns níveis de produtividade...). Mas "de certa forma"?...