domingo, janeiro 29, 2006
Caí neve...
O pesadelo
sexta-feira, janeiro 27, 2006
quinta-feira, janeiro 26, 2006
Fazer um favor à especulação
Os especuladores dos mercados vão adorar...
quarta-feira, janeiro 25, 2006
Terminal do Suburbano
O objectivo é eu conseguir encontrar as coisas que escrevo... :) com maior facilidade, mas também ajudar os meus amigos a encontrarem o que quiserem dividindo os posts por categorias.
O meu agradecimento ao Ricardo do Filho do 25 de Abril a quem roubei a ideia das suas memórias, pois já algum tempo que procurava um sistema de arquivo aceitável.
O Novo Panorama
Apesar desse momento de alguma dúvida sobre a existência ou não de uma 2ª volta, Cavaco acaba por conseguir a vitória com o voto urbano de centro esquerda que nas últimas legislativas votou em Sócrates e que acabou por segurar a votação do Professor acima da linha de água.
Ou seja, todos os que genuinamente de direita afirmavam não haver candidatos de direita acabaram por confirmar as suas piores expectativas com estes votos decisivos que Cavaco recebeu. Agora a grande questão é saber até que ponto Cavaco reconhece a responsabilidade na sua vitória destes votos e lhes será, ou não, fiel.
Dependendo da evolução da pseudo-crise no PS com Manuel Alegre, que aparentemente vai resultar (e bem) na criação de um movimento cívico que terá como próximo desafio a despenalização do aborto, Cavaco terá uma vida fácil em Belém se porventura o Governo mantiver a orientação que tem tido até aqui.
É já tradicional a existência de primeiros mandatos pacíficos por oposição às confusões que os governos insistem em gerar nos segundos mandatos presidenciais, e neste caso não será certamente diferentes até porque haverá sintonia entre Sócrates e Cavaco quanto à presidência da União no segundo semestre de 2007 e por isso não é de prever qualquer tipo de instabilidade politica até lá.
O problema desta nova realidade é o governo ter uma maioria absoluta no parlamento o que provoca uma deslocação do eixo da política nacional do parlamento para a relação entre Presidente e Governo.
Sócrates governará para agrado do Presidente e este retribuirá não hostilizando o Governo e quase apagando a oposição.
Resta saber o que acontecerá depois de 2007 em que o Governo começa a terminar o mandato e a nova liderança do PSD já estará mais consolidada…
A única questão de fundo dos próximos meses na relação entre o Governo e o Presidente é a questão da OTA e do TGV. Estes dois projectos ainda estão em fases embrionárias e vai ser interessante ver se Cavaco vai ou não tomar posição sobre este assunto.
Gadgets
Carne para Canhão...
Concluído que está o congresso do PSD, não posso deixar de me lembrar desse grande líder do PSD no passado.... Sim, o Fernando Nogueira.
O agora "exilado" em Paris chegou-se à frente no momento difícil em que o Professor já não estava interessado em continuar no governo e em que o desgaste das duas maiorias absolutas já se fazia sentir.
Nessa altura, Fernando Nogueira revelou coragem politica de se sacrificar pelo partido e talvez na sua opinião pessoal pelo país.
Marques Mendes tem agora a mesma coragem para pegar num partido desfeito que não conseguiu durante três anos estruturar e pôr em prática qualquer tipo de medida coerente. Fosse ela popular ou impopular.
No entanto o PSD parece estar a preparar-se para a travessia do deserto que o PS fez nos anos das maiorias do Cavaco e que o Guterres não permitiu ao PSD por nunca ter conseguido a maioria absoluta que pediu.
Tendo em conta que essa travessia do deserto irá durar uns previsíveis 4 anos, a atitude de Marques Mendes é de louvar mas pode torná-lo em mais um líder transitório do que alguém que o país possa confiar.
terça-feira, janeiro 24, 2006
O Eleito
Após a eleição do novo inquilino de Belém espero que o fervor ideológico por aquelas bandas aclame e se acabe por conseguir abordar outras questões mais interessantes à República.
A lavagem dos cestos
Vão todos tornar-se blogs/movimentos de cidadania ou é mesmo mau perder?
Por aqui é necessário uma adaptação aos novos tempos e depois do meu divórcio do Blogrolling surge uma lista actualizada de blogs. Alguns mais directamente relacionados com as presidenciais desapareceram e surgem outros novos que espero que gostem.
Também vai à vida o Bloglet por insistir em não funcionar com o mínimo de qualidade e aparece uma nova sugestão de cinema - Match Point de Woody Allen.
Mais cinema em Hollywood.
Chato
A frase feita inventada por Soares em que o presidente passa ou pretende passar a partir do momento da sua eleição o "presidente de todos os portugueses" faz sentido numa lógica de supra partidarismo do cargo mas já não faz sentido 30 anos depois do 25 de Abril porque tenho a expectativa que apesar de os portugueses não se reverem em algum dos seus eleitos, isso não coloca em causa a democracia.
Assim, Cavaco Silva não é o meu presidente. Antes é mais o sujeito que ocupa Belém e que eu tenho de aturar por uns previsíveis 10 anos, mas a quem não reconheço particular brilhantismo para ocupar um cargo em que essencialmente é necessário um profundo conhecimento das instituições e do seu funcionamento, assim como respeito por estas.
Não consigo ver em Cavaco nada de empolgante ou motivador e cada vez que o ouço falar não consigo desligar a imagem de professor primário com vocação de seminarista.
Vão ser provavelmente os mais enfadonhos e chatos 10 anos de Belém.
A sério???
Olha que grande novidade que a SIC acaba de nos revelar numa reportagem.
Afinal e apesar de tudo o que se disse nos últimos meses sobre o louco despesismo das viagens de Soares, o Professor terá feito centenas de viagens (palavras do jornalista) e mostram imagens de pelo menos umas 8.
E eu que estive quase a votar no professor por causa do rigor quanto à política espectáculo, a retórica e a demagogia...
O (não) assunto
É legítimo que Manuel Alegre faça render o seu peixe ou que ponha a Helena Roseta a fazê-lo. No entanto a ideia que existe dentro do PS um capital próprio de Manuel Alegre por causa da sua votação nas presidenciais, tem perna curta...
Manuel Alegre tem de facto um espaço dentro do PS que lhe foi dado pelos próprios militantes na luta que travou com Sócrates pela direcção do partido, mas como Manuel Alegre sabe bem esse espaço dissipou-se com a chegada ao poder e neste momento não corresponde directamente aos socialistas que o apoiaram mas presidenciais.
Não há grande espaço de manobra para Alegre dentro de um PS legitimado com uma maioria absoluta sem que se aproxime qualquer ciclo eleitoral em que os seus votos e a sua ideia de esquerda pudesse influenciar a direcção do partido. Ou seja, tal como a maioria de Cavaco se extingue no momento da eleição também os votos de Alegre não representam mais que o interesse do seu eleitorado em vê-lo em Belém, o que não se verificou.
Tivesse a candidatura de Alegre partido efectivamente de um movimento de cidadãos e não de uma rejeição partidária que originou um movimento de cidadãos e aí Alegre teria um espaço de manobra muito maior. Aliás, se Alegre tivesse forçado Cavaco a uma segunda volta, Sócrates não teria outro remédio senão emendar a mão e por-lhe a máquina do partido à disposição, mas isso não aconteceu e por isso todas as consequências políticas que se esperam dos 20% Alegre acabarão por não se verificar.
Alegre nunca arriscaria criar um fenómeno de instabilidade dentro do PS, que colocasse Cavaco demasiado à vontade num início de mandato ou pelo contrário criar instabilidade no PS por oposição a uma defesa da estabilidade política por Cavaco.
No entanto nada disto invalida que Sócrates perceba o recado e passe a dar ouvidos à ala mais à esquerda do partido.
segunda-feira, janeiro 23, 2006
As coisas simples
"De repente a Europa está cheia de árabes... Qual é o espanto? Se nós não tivéssemos o que comer íamos para onde? Íamos para onde houvesse... Não é?" Aldina Duarte - Fadista (TSF)
O Sistema
2004 Europeias - Vitória à Esquerda
Assim tudo divido é que é bonito.... agora só daqui a 3 anos...
domingo, janeiro 22, 2006
Presidencias 2006 - Hora de me deitar
Presidenciais 2006 - "Habemus Praesidente"
Ele é o melhor que há, esse malandro do Sócrates está a fazer muito mal, especialmente aos funcionários públicos" povo simples frente ao CCB
Presidenciais 2006 - Cavaco Silva
Ainda assim, foi claro nos principios genéricos que enunciou para a sua magistratura independentemente do que eles possam querer dizer.
A pose de estado já lá está e Cavaco vai acabar por ficar bem na fotografia sempre que houver necessidade de se deslocar ao estrangeiro (sim ele tb vai viajar).
Mais tarde veremos qual o caminho interno (se houver) do novo Presidente...
Presidenciais 2006 - Resultados Globais
CAVACO SILVA - 50,59%
MANUEL ALEGRE - 20,72%
MÁRIO SOARES - 14,34%
JERÓNIMO SOUSA - 8,60%
FRANCISCO LOUÇÃ - 5,31%
GARCIA PEREIRA - 0,44%
Presidenciais 2006 - Sócrates e Alegre
Presidenciais 2006 - Marques Mendes
Presidenciais 2006 - Louçã
Presidenciais 2006 - Soares
Presidenciais 2006 - O Fantasma
O que nos espera nos próximos dez anos?? uma espécie de Familia Addams em Belém??
Presidenciais 2006 - Nota Positiva
Presidenciais 2006 - Fractura
Prevê-se para breve o discurso "presidente de todos os portugueses", mas a intervenção mais aguardada da noite será a de Sócrates.
Presidenciais 2006
Ficará na Travessa do Poçoulo ou irá para Belém?
Presidenciais 2006
Presidenciais 2006
Presidenciais 2006
Presidenciais 2006
Ironias do destino... Garcia Pereira fez manifestações em frente de estúdios de televisão pela participação em debates e agora tem mais jornalistas que apoiantes na sua sede de campanha...
Afluência Até Às 17h
A única verdadeira surpresa desta noite poderia ser a existência de uma segunda volta, que assim pode estar comprometida. No entanto, o raciocínio inverso também é possivel, tendo alguns votantes de Cavaco Silva desmotivado devido às sondagens que lhe davam a vitória à primera.
De qualquer forma perdem todos e especialmente os portugueses que continuam a afastar-se da politica.
Presidenciais 2006
Más notícias... A CNE garante terem votado apenas 20% dos eleitores... Eu contínuo no meu momento de recolhimento familiar... Só falta uma missa para ser um candidato em pleno...
Sempre a comer
Presidenciais 2006
Hoje é o dia em que podemos ajudar Portugal a combater a arrogância de quem se acha dono da verdade. É hoje que podemos lembrar os portugueses que o futuro está nas nossas mãos e que não precisamos de um pai, um tutor, ou um messias.
sexta-feira, janeiro 20, 2006
E a orla branca foi de ilha em continente,
Quem te sagrou criou-te português.
Fernando Pessoa, in Mensagem
O meu voto
Poderia aqui discorrer pelas inúmeras razões que me levam a não votar Cavaco nestas eleições, até porque parece ao ler-se as colunas de opinião, que esse é um crime capital como se porventura não houvesse nos portugueses qualquer razão para ousarem não votar na figura tutelar do professor.
Poderia aqui passar a tarde a discutir como o melhor marketing político criou a sensação que o verdadeiro candidato era o professor e todos os outros existem na sua sombra apenas para contribuírem com o banal folclore da democracia na entronização sebastianica de um mito.
Mas não o vou fazer. O meu candidato é, como já sabem há bastante tempo, Mário Soares.
É Mário Soares porque tenho em relação a ele uma imensa divida de gratidão em relação ao homem que sou hoje em dia. Mário Soares esteve sempre presente em todos os momentos da minha juventude e devo-lhe em parte a consciência cívica e politica que tenho hoje.
Mário Soares é o meu candidato independentemente de nem sempre concordar com ele e se calhar precisamente por isso, só pelo prazer da discussão politica.
Mário Soares aos 81 anos é o orgulho de uma esquerda perdida entre uma orfandade da militância no passado contra a ditadura e a circunstância de ter de ser poder num mundo virado ao contrário.
Como poucos neste país, tantas e tantas vezes limitado no espaço e nas cabeças dos seus cidadãos, Mário Soares conseguiu sempre ver para além do presente e muitas vezes com prejuízo da sua vida pessoal lutou por aquilo em que acreditava.
Talvez vote Soares por a sua postura aos 81 anos não ser precisamente a de um grande estadista que do alto do seu pedestal nos contempla e por ter aceitado este derradeiro combate. Mas voto nele convicto que voto numa interpretação clara (pelo menos para mim) da constituição, uma determinada ideia humanista da sociedade, um determinada ideia quanto ao caminho da Europa a 25, uma ideia quanto ao progresso do Mundo numa lógica de direito internacional, uma ideia sobre Portugal a sua língua, a sua cultura e a Lusofonia.
São exemplos de abnegação e de democracia, como o de Soares, os únicos que alguma vez nos poderão retirar da crise em que nos encontramos.
Faço minhas as palavras que têm vindo a fazer eco pela internet.
Voto Soares porque tenho memória.
Fim De Festa
Chega hoje ao fim a campanha eleitoral e por isso importa fazer um balanço do que nos últimos meses e mais concretamente nas últimas duas semanas aconteceu neste país.
Houve arruadas, debates, dramatização, comícios, jantares, sondagens, insultos mais ou menos velados, silêncios (muitos silêncios) e polémicas quanto baste, mas escassearam as ideias fundamentais para o país e para os portugueses ganharem a confiança perdida.
Aliás a maior parte dos discursos manteve-se na confortável zona da discussão do estilo de intervenção presidencial e do papel na crise que todos pretendem ajudar a resolver, de forma não claramente especificada.
Desenganem-se os portugueses sobre o papel do presidente na recuperação da confiança nacional, pois nenhum aceitará ser uma espécie de embaixador itinerante à procura de investimento estrangeiro por esse mundo fora, ainda que possam viajar com empresários e ministros.
Desenganem-se sobre a intervenção do presidente no papel do governo, seria o pior serviço a Portugal e aos portugueses um Presidente que bloqueasse o trabalho do governo. Os portugueses não iriam entender as razões objectivas de um confronto aberto entre Belém e São Bento e isso apenas iria consubstanciar a nossa depressão actual.
A campanha esgotou-se perante o pensamento exclusivamente económico do professor e a discussão sobre a impossibilidade de o colocar em prática a partir de Belém.
Ficaram para trás inúmeras questões sobre o exemplo que o Presidente deve ser para todos os portugueses e sobre todas as matérias que interessam à manutenção do estado de direito democrático, ao papel de Portugal no mundo, à defesa do património e cultura portuguesa. No fundo todas as questões ligadas à manutenção da identidade nacional que se encontra pelas ruas da amargura.
Independentemente do resultado do próximo domingo, posso garantir que continuarei a dormir descansado. A única coisa que pode manter-me angustiado é pensar por quanto mais tempo vamos permitir que estes políticos durmam descansados….
quinta-feira, janeiro 19, 2006
MIT
Confesso que não me recordava objectivamente do MIT (Massachusetts Institute of Technology) desde o Samuelson e por isso tive alguns pesadelos durante a noite...
Parece que Sócrates não gostou de ser colocado entre a espada e a parede pelo antigo coordenador do plano tecnológico. E é normal... O homem é uma lavadeira...
Em lado nenhum um coordenador de iniciativa alguma tem o direito de se colocar em bicos dos pés e vir lavar roupa suja, especialmente quando o projecto que parece tão interessado em proteger ainda está em curso. Não pretendo que o homem fique calado perante aquilo que considera estar errado, pois isso já tinha ficado claro com a sua demissão. Agora vir totalmente fora de contexto explorar fraquezas do projecto que o podem pôr em causa, parece-me um absurdo.
Sócrates, visivelmente incomodado deu-lhe uma curta e lacónica resposta e deixando claro que será ele, quando assim entender e se o entender que dará seguimento a este assunto.
Ora polémicas à parte, esta situação revela dois problemas muito comuns entre nós.
Primeiro - a falta de qualidade do pessoal político é cada vez mais gritante, e o problema existe ao mais alto nível. Cada um puxa para o seu lado, o coordenador sai porque não é como ele quer e o ministro insiste que não pode ser como o coordenador pretendia mas sim como o Sr. ministro decidir. Se porventura o primeiro-ministro decidir da importância da ligação do MIT ao plano tecnológico e ainda assim o ministro se opor, então o coordenador já foi e o ministro deve seguir-lhe o caminho.
Segundo - a política avulso para preencher telejornais e ocupar comentadores. Nunca mais conseguimos que a acção governativa seja um trabalho silencioso e não especulativo. Não... Tem sempre de se reunir uma comissão que estude o problema, que depois apresente um relatório, para depois se convidar os elementos executivos, para depois se convocar a comunicação social e lhes apresentar um logotipo que definirá daqui para a frente o trabalho da comissão executiva, logo após ter sido concluído o trabalho da comissão instaladora...
Não conseguimos fazer melhor...
quarta-feira, janeiro 18, 2006
O Mundo ao Contrário
Digam lá que nunca tiveram dias em que pensavam que o mundo estava ao contrário?
O Incómodo
«Vai-se embora e não fala com a gente? Fale lá», pediam, sem sucesso, alguns." in DD
O incómodo começa a apertar com os valores das sondagens e o candidato começa a acusar algum cansaço de uma pré-campanha e campanha longa e começa a perceber-se que o povo português não se rege bem pelos mesmos tempos que o marketing politico e quando um candidato quer ser popular não pode decidir quando fala ou não... tem de falar sempre, mesmo que não diga nada...
Já ontem Cavaco foi abordado, numa localidade onde esteve um palco montado, depois desmontado antes da chegada do candidato, para falar ao que respondeu ter uma agenda carregada.
terça-feira, janeiro 17, 2006
A tartaruga na comunicação
Claro que não há razões de queixa e Soares fala dos jornalistas porque é estúpido...
Agora mesmo na RTP numa reportagem sobre o papel do presidente na representação de Portugal no estrangeiro e aparecem imagens de Eanes e Sampaio de fato a receberem primeiros-ministros e dignatários estrangeiros e o Soares em cima de uma tartaruga no exercício da sua função de chefe de estado...
Soares é estúpido... Se tivessem mostrado Soares em cima de uma tartaruga, com o dedo no nariz e a coçar o rabo com a outra mão é que já se podia dizer que ele estava a ser perseguido...
Com uma simples tartaruga não dá...
Sugestões de leitura
Por isso fica aqui uma colectânea de outros blogs bem mais temáticos que este meu singelo espaço e muito mais interessantes sobre a temática que a "todos" interessa de ver Cavaco longe de Belém.
Aqui estão alguns bons exemplos:
Nota da redacção: Sim, eu sei que há mais milhentos blogs a dizer que o Soares e a família são os responsáveis da nossa desgraça colectiva... mas para isso existem os vossos blogs.
A minha interpretação
Para cada um de nós, o festival das campanhas pode ou não fazer sentido, podemos ou não rever-nos nos temas que se desfiam nos jantares comício ou nas arruadas, podemos ter ou não expectativas fundadas sobre os silêncios ou o ruído que se produz, mas não podemos em consciência votar em fulano ou sicrano sem que isso represente uma adesão subjectiva a uma cartilha de princípios que defendemos e que de alguma forma conseguimos identificar nos candidatos.
O que eu procuro num Presidente da República é acima de tudo alguém cuja experiência política relevante me deixe tranquilo quanto à interpretação dos poderes presidenciais que eu tenho.
Não embarco em "golpes constitucionais" ou na ideia destas serem "as mais importantes eleições desde o 25 de Abril" e só posso imaginar que estas opostas e extremadas ideias representam um total divórcio do sentir dos portugueses em relação à política e concretamente em relação à presidência.
O que pretendo ver reflectido num Presidente é a garantia de que a democracia e as suas instituições estão salvaguardadas para lá da simples luta partidária e a sua intervenção sempre que necessária para repor o quadro constitucional normal e o princípio da legalidade da administração.
Pretendo um Presidente que conheça, defenda e alerte o Governo, os tribunais e a sociedade em geral para os Direitos, Liberdades e Garantias constitucionais dos cidadãos portugueses mas também daqueles que ao abrigo da lei escolheram o nosso país para viver.
Pretendo um Presidente que defenda e garanta os Direitos Sociais e Económicos do povo português numa estrita subordinação do poder económico ao poder politico, não para o limitar, mas para fazer com que este faça cumprir o projecto de uma sociedade livre, socialmente justa e solidária onde a discriminação não tenha lugar.
Um presidente que defenda uma visão do mundo assente numa cultura de paz e de respeito pelo direito internacional, e que possa representar Portugal e a língua portuguesa de forma convicta não cedendo a qualquer subalternidade geo-política, junto dos povos que falam a mesma língua mas também junto das Nações Unidas.
Não pretendo, nem me iria rever num Presidente em oposição permanente às instituições que deve salvaguardar e garantir, por simples razões de estilo ou questões politicas avulsas.
Muito embora estes meus princípios possam ser vistos como demasiado pretensiosos… são estes os princípios pelos quais avalio a prestação dos actuais candidatos e é por esta bitola que lhes irei dar o meu voto, ou não.
Quando a politica só confunde
E eu, ingénuo, a pensar que não ia voltar a falar da OTA e do TGV...
Mas apareceu por aí um distinto grupo de cidadãos a lançar a ideia de um referendo aos projectos da OTA e do TGV, numa tentativa de arrastar a questão para além das eleições presidenciais (como se estivesse relacionado) na esperança que o Professor confirme as sondagens e acabe por dizer alguma coisa sobre o assunto depois de investido da legitimidade dos votos. Aliás Cavaco é a pessoa ideal para o fazer pois no seu currículo não há sinal nem rasto do elefante branco, não é?
Para mim este tipo de iniciativa criaria um precedente que paralisaria o país e gostaria de ver (mas não vou ver) a mesma coerência destes ilustres cidadãos quando as populações locais quiserem passar a referendar aterros, urbanizações, incineradoras, centros de saúde, escolas ou qualquer outra obra pública.
O problema desta discussão é que apenas a decisão é politica e os demais argumentos devem ser técnico-financeiros. Agora já ninguém se lembra que alguns defendia com unhas e dentes 5 linhas de TGV e a OTA e nessa altura não havia propostas de referendos porque a direita tem sempre visão estratégica, e a esquerda quer sempre arrastar o país para uma utopia de redistribuição que não leva a lado nenhum, empenhando o nosso futuro...
Mas porque aqui a discussão politica só confunde, gostaria de deixar aqui algumas questões para a minha melhor compreensão do tema. Pode ser que algum iluminado destas matérias acabe por passar pelo Suburbano.
OTA:
- Os técnicos consideram a Portela esgotada a curto prazo, tendo em conta que o processo de construção de um novo aeroporto pode levar até 10 anos?
- Existem alternativas ao encerramento da Portela a curto prazo? Quais são?
- Quais são as razões objectivas em que os técnicos ou outros se baseiam para rejeitar a OTA?
- Essas razões objectivas/científicas estão nos estudos publicados em www.naer.pt que abrangem um período de 1969 a 2005?
- Devem fazer-se mais estudos? Quais e porquê?
- A localização OTA é mais cara do que a localização em qualquer outro local?
- A localização deve ou não ter possibilidade de expansão no futuro?
- A existência de um novo aeroporto na periferia de Lisboa ameaça objectivamente o desenvolvimento da região e o tráfego dos restantes aeroportos nacionais?
TGV:
- O País considera essencial ter ligações viárias, aéreas e ferroviárias com o resto do mundo ou deve apenas optar estrategicamente por umas em detrimento de outras?
- O actual projecto de duas linhas é viável em relação ao anterior de cinco linhas?
- O desenvolvimento da actual ligação por Alfa pendular Lisboa – Porto é mais barato que uma nova ligação por TGV?
- A construção de uma linha nova de TGV para a ligação Lisboa – OTA – Porto é financeiramente compatível com o tráfego previsto nesta ligação?
- A actual ligação diária Lisboa – Madrid (10h de viagem) é economicamente viável?
- A construção de uma nova linha de TGV a ligar Lisboa e Madrid é financeiramente compatível com o tráfego previsto?
- As actuais ligações Lisboa – Porto e Lisboa – Madrid pagam-se a si próprias sem necessidade de subsidiação do estado?
- Existem alternativas válidas de transporte ferroviário internacional?
Tão longe...
Tão longe que estamos das palavras do vencido nestas eleições chilenas "Quero felicitá-la, e através dela felicitar os milhões de mulheres chilenas que desta forma ocupam o lugar no Chile, que lhes pertence por direito".
segunda-feira, janeiro 16, 2006
Da alma colectiva
Uma pessoa vê este programa dos Prós e Contras e fica rapidamente com a sensação que não somos mais que uma sucessão mais ou menos feliz de acontecimentos casuais... Não temos nada de exclusivamente nosso além de pouco que mais que a "saudade"...
Estranhamente vendemos sempre o ouro ao bandido e agora olhamos para aqueles que não por serem portugueses, mas por de alguma forma serem especiais, triunfam lá fora, como a verdadeira essência do "Ser" português...
Não conseguimos compreender e aceitar a nossa verdadeira dimensão física e cultural... Não conseguimos esquecer a arrogância que em tempos tivemos e que se manifesta quase sempre em soberba ignorante quando nos sentimos encurralados...
Não deu... Tentámos... mas não deu para fazer um país a sério e por isso mais vale fechar as portas... Vou fazer a minha parte e desligar a televisão porque este programa não faz bem a minha actual condição de povo deprimido...
Projecto de Execução
(dias 4, 5, 6, 7; 11, 12, 13, 14; 18, 19, 20 e 21 de Janeiro às 21:30)
Este projecto desenvolve-se em torno de três amigas-actrizes que se encontram com vista à preparação e à realização conjunta de um jantar. É a partir desse encontro – que se cumpre três vezes, respectivamente em casa de cada uma das três amigas-actrizes – que o espectáculo será concebido. Para além das acções levadas a cabo para, objectivamente, se "fazer o jantar" e se “jantar”, serão tomadas como matéria para o desenvolvimento do trabalho as conversas tidas entre as três mulheres, conversas ainda relacionadas com a culinária e a refeição, ou já do âmbito social/íntimo próprio da relação de amizade que as une. A concepção do espectáculo incidirá assim sobre matéria de dois tipos: por um lado, a tarefa a cumprir (as acções levadas a cabo pelas mulheres, os objectos a que recorrem, a funcionalidade dos espaços domésticos que ocupam); por outro, os afectos (o território de cumplicidade em que se movem, e que sustenta a partilha das narrativas mais ou menos paralelas à circunstância presente). A concretização deste projecto obedecerá a uma sequência de procedimentos precisa e pré-definida.
Projecto de execução
entrada 6 euros
sexta-feira, janeiro 13, 2006
Inquérito Cívico
Aqui fica a resposta de Francisco Louçã:
caro bloguista~
a resposta a toda as suas questões está no manifesto da minha candidatura,à sua disposição
cumprimentos de
Francisco Louçã
(In)justiça
A cada dia que passa temos de assistir a este triste espectáculo em que se tornou a nossa justiça.
Cada vez mais me parece que o "24 Horas" e o "Crime" são extensões do Ministério Publico e instrumentos de uma politica de investigação suja que não tem como objectivo a aplicação de uma justiça séria e justa.
Congressos, consensos, mais ou menos férias, mais ou menos funcionários, melhores ou piores instalações, declarações de intenções de presidentes, ministros e procuradores e nada parece resolver o problema.
Talvez os candidatos presidenciais se devessem preocupar seriamente com este assunto em vez de andarem a visitar empresas e a jantar com jovens de sucesso.
Não há sucesso algum que perdure com este estado de coisas na justiça.
quinta-feira, janeiro 12, 2006
Choque Civilizacional
Só agora tive oportunidade de ver um documentário sobre o tsunami e acabei por investigar um pouco mais pela internet.
Os Onges são um povo que até há muito pouco tempo mantinham uma relativa distância da sociedade como a conhecemos apesar de não se revelarem hostis, ao contrário de outros grupos na zona.
Os Onges vivem na ilha da Pequena Andaman no arquipélago indiano das Andaman e Nicobar composto por cerca de 500 ilhas.
Este povo de caçadores, pescadores e recolectores, que se calcula possam ter viajado da África Negra há milhares de anos (alguns especialistas falam em 60.000) conservaram, em especial devido ao isolamento destas ilhas, as suas características essenciais de contacto com a natureza e os elementos.
Este povo, dias antes do Tsunami de 26 de Dezembro de 2004, fugiu junto com a maioria dos animais da ilha para paragens mais altas escapando assim à destruição que causou a morte a uma grande parte dos colonos da ilha.
Quando receberam a primeira visita duas semanas após o Tsunami do antropólogo que passou os últimos 20 anos a estudá-los e com quem declara ter criado amizade, a vida decorria normalmente e os Onges já estavam a recuperar o seu estilo de vida normal e a tentar recuperar o possível de um mar revolto.
Os Onges explicaram na altura que escutam a natureza nos ramos de uma árvore e que o mar e a terra estão sempre a disputar as mesmas fronteiras pelo que já sabiam que na altura em que a terra ganhou ao mar, este iria voltar enraivecido para recuperar as suas fronteiras e que por isso fugiram.
Para os Onges os homens, os animais e os elementos fazem todos parte dos ramos de uma árvore e são os maus espíritos que agitam os ramos para prejudicar os homens.
São formas diferentes de ver a vida, mas de qualquer forma foram ensinamentos que lhes salvaram a vida durante a tragédia. Ensinamentos que as nossas sociedades perderam ao longo da "evolução".
Blackout
Neste momento são 21:37 e estão a aproximar-se as 24h sem energia eléctrica que partes substanciais de Massamá, Queluz e do Cacém estão a sofrer enquanto escrevo.
Neste momento há dezenas de milhar de pessoas enfiadas em prédios com 7 ou mais andares, centenas de estabelecimentos comerciais fechados, estações de comboio sem luz, em que a única coisa que realmente funciona são os comboios e uma noite pela frente com uma temperatura mínima previsível de 7 graus, senão menos.
Pensarão os que por aqui passam que estou novamente a abusar do dramatismo, mas a situação da bandalheira total a que estamos votados neste pais não me permite ver este assunto com grande objectividade... pelo menos para já.
Não é dramatismo quando esta situação se arrasta à cerca de 24h sem que se tenha criado soluções alternativas que permitam resolver o problema de uma subestação que avariou. Eu não percebo nada disto mas e se fosse uma estação inteira? Era como da última vez que uma cegonha resolveu voar contra uns cabos de alta tensão e metade do país ficou às escuras?
Enfim, acabo de dar uma volta pelas zonas sem luz e mais valia que estivesse quieto. O posto da PSP está praticamente fechado e os policias estão à porta... talvez ninguem se tenha lembrado que até faz sentido um posto de policia ter um gerador para situações excepcionais... a bem dizer metade do Cacém está às escuras e não há um unico policia na rua a não ser na estação ou à porta do posto...
A prolongar-se este blackout é previsivel que a noite se torne agitada...
A Coerência do Costume
É sempre importante deixar claro as ideias dos candidatos sobre os diversos assuntos independentemente de estas serem polémicas e por alguma razão passarem um pouco ao lado dos noticiários principais.
Aconteceu isso com Soares quando ele revelou a sua nova ordem mundial em que Ribeiro e Castro é um grande Socialista oriundo do CDS porque o PP nem existe... e acontece agora com a sugestão de relançar a discussão sobre a energia nuclear de Cavaco.
Quase não apareceu nos restantes jornais e televisões mas ontem no Diário Económico, o candidato fez a apologia da energia nuclear como tábua de salvação para a independência energética.
Não vou discutir aqui as vantagens e desvantagens da energia nuclear, mas parece-me interessante que a sugestão de Cavaco após as palavras de Sampaio (09/01) sobre a energia e os desafios que ela representará no futuro tenham tido reflexo no discurso do candidato que esforça por não se comprometer.
Mas se a sugestão em si mesmo até pode ser considerada válida e até é razoável que o país discuta esta questão devido à proximidade de centrais nucleares espanholas, o que já não é normal é que perante a expectável contestação das populações a noticia acabe por passar como nota de rodapé.
Para uma grande maioria dos portugueses a histeria colectiva, o corte de estradas e as visitas a Belém e são bento com sacas de material supostamente radioactivo e a condenação a uma morte atroz das criancinhas, começa mesmo antes de se conseguir terminar as palavras ATERRO ou CO-INCINERAÇÃO... como seria se esses portugueses tivessem visto na TVI que o professor quer uma central nuclear*????
*Provável expressão a utilizar exclusivamente no jornal da TVI
Sol e Sombra
O mais isento
Em boa hora comecei a colaborar com este blog após ter sido gentilmente convidado pelos moderadores e apesar de por vezes não concordarmos e muitas vezes gritarmos bastante, isso apenas quer dizer que somos plurais.
Parabéns a todos os que têm participado n'O Eleito.
Isto é uma branca de escritor...
E então eu vou falar sobre o quê? Quem é que eu vou criticar? Onde é que se vai fazer a luta de classes? Onde é que o poder económico vai lutar com o poder político? Onde é que a esquerda vai combater a direita? Quem vai estar no centro?
Imaginem por um momento que o governo deixa de fazer porcaria e que o futuro presidente passa os dias a distribuir comendas... se assim for este blog está condenado ao fracasso.
quarta-feira, janeiro 11, 2006
Bom Senso (ou a falta dele)
Com estas linhas sobre o pendor fortemente popular da eleição presidencial em Portugal e sobre a necessidade de o candidato eleito o ter de ser com pelo menos 50% dos votos é deitado por terra qualquer tipo de possiblidade do próximo Presidente da República vir a exercer o seu cargo de forma inteligente respeitando o principio da separação de poderes do qual é a principal garantia.
A forma de eleição do Presidente não é a forma obscura que os eleitores têm de dizer ao candidato que ele é quem manda... e que por isso deve fazer valer os seus pontos de vista sobre os dos outros. Antes é a forma dos eleitores dizerem que confiam nele para manter o normal funcionamento da República e da Democracia perante as eventuais ameaças, mas no respeito da separação de poderes, porque por mais estranho que possa parecer o poder executivo e legislativo também foram eleitos...
Fosse um candidato de esquerda a estar na frente das sondagens e houvesse um governo PSD e este texto começaria por dizer que os Presidentes não se podem envolver em loucuras intervencionistas porque quem manda é o primeiro-ministro.
Inquérito Cívico (cont)
Esta raríssima oportunidade de se colocar algumas questões aos candidatos e alguns deles acabarem por responder já justifica o esforço que muitos portugueses fazem para desenvolver esta espécie de foruns de discussão na internet.
Devido à dimensão das respostas inaugura-se o Terminal do Suburbano, onde poderão ver a totalidade das respostas (assim como n'O Eleito) que doravante servirá de back-up ao Suburbano.
Perguntas:
1. Quais são as expectativas para a evolução da democracia portuguesa nas próximas duas décadas?
Respostas:
2 - Entre os factores de degradação da democracia a que vimos assistindo com preocupação no nosso país, está o crescente alheamento dos cidadãos da vida cívica e política.
3 - No contexto da globalização, a defesa dos povos e dos Estados nacionais, a defesa dos trabalhadores e da generalidade das camadas sociais de menores recursos económicos, passa inevitavelmente pelo reforço do papel do Estado. É por outro lado claro, que os interesses do capital transnacional, dos fundos financeiros e do grande capital nacional (aliás sempre intimamente articulados) se defendem com «menos Estado», segundo as boas receitas neoliberais. Eles hoje dispõem de um conjunto de organismos e organizações supranacionais (BM/FMI, OMC, OCDE, UE, BCE, etc.) que substituem, fazem melhor, no espaço económico planetário e/ou grandes espaços regionais, algumas das funções de defesa dos seus interesses, cometidas anteriormente aos Estados nacionais.
4 - A língua portuguesa é um valioso instrumento de comunicação e relacionamento. Pode por isso, no que a Portugal e ao povo português concretamente respeita, contribuir para facilitar a aproximação e o intercâmbio cultural e também económico e político-diplomático com Estados e povos que utilizem o português como língua oficial, respondendo ao imperativo estratégico de diversificação das relações externas do nosso país. O combate ao afunilamento das relações de Portugal para os EUA e União Européia é condição necessária ao desenvolvimento soberano e independente de Portugal.
5 - Esta U.E., que caracterizamos como um instrumento do grande capital e das grandes potências, só pode esperar a subserviência daqueles que querem levar até ao fim a destruição das realizações de Abril, e o combate daqueles que lutam por um Portugal independente e soberano e a realização da plataforma de progresso social e paz que a Constituição da República consagra. É esta a posição da minha candidatura que, se bate por uma outra Europa de progresso, paz e cooperação.
6 - O financiamento da nossa actividade partidária sempre foi transparente. No essencial o nosso Partido vive de receitas provenientes das quotas e contribuições dos seus militantes e do produto resultante de diferentes iniciativas.
7 - Há quatro aspectos essenciais de que o País beneficiará com a implementação do processo de regionalização.
E vão dois...
A sustentabilidade
- Cavaco promete ficar atento mas tem esperança que a situação se resolva;
- Mário soares elogia trabalho do governo que está a fazer tudo o que é possível;
- Alegre não acredita na falência da segurança social porque ninguém tem certezas sobre isso;
- Jerónimo de Sousa considera as declarações do ministro derrotistas porque quer dar cobertura a privatização da segurança social;
- Louçã acusa governo de não fazer ideia como resolver o problema da segurança social mas não ficou surpreendido com as declarações;
- Garcia Pereira acha que se devia falar mais desse assunto.
Mais um imenso oceano de banalidades.... Obrigado por existirem.
Abanão
Tenho a comunicar que começo a ficar preocupado e vou pedir ajuda ao Anthimio de Azevedo, porque não senti nenhum dos sismos...
Ou ando a dormir de mais (mesmo durante o dia) ou estou com problemas.
Hoje às 01:48 a "Josephine" voltou a perturbar o sono de alguns portugueses.
A constatação do óbvio
Santana Lopes em entrevista à SIC, destila puro veneno sobre Cavaco como se isso nos surpreendesse a todos.
Nesta altura já é óbvio para a maioria dos portugueses e suponho que também para a direita, que se Cavaco chegar à presidência o CDS-PP vai voltar a caber todo dentro de um táxi nas próximas legislativas e o PSD será apenas uma caixa de ressonância das ideias do Professor.
Já toda a gente sabe que ele irá criar "sarilhos institucionais", que o diga Santana que sentiu isso na pele e Cavaco nem candidato era...
Lindo seria um governo PSD com Cavaco presidente, logo as reuniões de quinta feira passariam rapidamente a aulas de doutrinação politica do governo, muito embora reconheça que isso é um termo um pouco rebuscado para um candidato tão pouco versado nestas coisas da política.
O melhor da entrevista é Santana Lopes admitir a possibilidade de voltar a candidatar-se a presidente do PSD... :)
À escuta
Ainda assim, os nossos deputados ficaram descansados porque em média "apenas" são feitas 8000 escutas?
Bem façamos algumas contas... Partindo do princípio que estas pessoas tenham uma família normal e um grupo de amigos normal e um grupo de colegas de trabalho/crime normal... Então deverá falar no mínimo com umas 30 pessoas diferentes todos os meses...
Conclusão: 240000 portugueses são escutados todos os anos... Quem não deve não teme... Mas será mesmo essencial ouvir tanta gente???
terça-feira, janeiro 10, 2006
Inquérito Cívico
Recebemos agora algumas respostas, entre as quais a de um dos candidatos independentes que foram afastados por não conseguirem reunir as certidões de eleitor necessárias.
Ficam as questões e as respostas de Botelho Ribeiro do Partido Humanista. Parece que amanhã o Sr. que se segue é Jerónimo de Sousa.
Perguntas:
Respostas:
2. Pode candidatar-se ou apoiar activamente candidaturas de cidadãos efectivamente independentes. Pode, é claro, escrever e participar civicamente de outras maneiras, como eu ando a fazer há 15 anos. Mas se não for "ao terreno deles" diputar-lhes a antena, o bastão do poder, pouco irá mudar efectivamente, se não mudar-mos de pessoas e de atitudes "lá em cima".
3. O papel do Estado, julgo eu, é dar segurança e contribuir para a qualidade de vida aos seus cidadãos. A globalização põe os Estados em competição. A fuga de cérebros é uma das provas de que o Estado Português está a ser muito perdedor nesta competição, apesar de ter grandes condições para estar no número dos vencedores. Há que mudar as pessoas e as ideias, há que abrir o regime em Portugal. "Perestroika" já! :-)
4. A lusofonia é um dos nossos "activos intangíveis" mais importantes e... mais desperdiçados nos ultimos anos por muitas razões, dentre as quais a falta de visãio estratégica da nossa liderança. Por isto acho tão importante uma política com componente cultural, atenta a este património emocional imenso que a lingua portuguesa ainda conserva.
5. Para já, uma mão estendida é o que temos tido para lhe oferecer. Basta ver a forma como sempre saudamos as vitórias negociais traduzidas em milhões para financiar... a nossa "incompetência governativa". No futuro, Portugal pode oferecer algo parecido com o que a Califórnia oferece aos E.U.A. - é esta a minha visão. Um pouco na linha do Pedro Bidarra "Europe's west coast", acho que teremos que oferecer turismo de qualidade, turismo seguro, boas ideias traduzidas em boas tecnologias, mercados mas também oportunidades de cooperação internacional com o mundo da lusofonia e (por que não?) também para a Hispanidad...
6. Concordo cmo esses muitos. Devo ser um deles. É também por isso que me candidato. Por isso corro por fora do sistema partidário. Por isso apostei numa campanha de ideias e sem preocupações de megalomania propagandística de onde, quanto a mim, decorre parte da dependência financeira dos partidos portugueses. Se eu provar com um bom resultado que é possível obter resultados em Portugal com campanhas baratas, talvez os partidos comecem a mudar de atitude. Todos quererm ganhar e, com certeza, nenhum partido deseja ficar eternamente na dependência de interesses económicos. Todos precisam de evidências de que não tem necessariamente que ser assim. Jorge Sampaio já deu um lamiré quando na sua reeleição apostou por uma campanha muito mais sóbria do que aquilo a que estávamos habituados. Mas a verdadeira demonstração viria com a eleição de um "desconhecido", de alguém, passe a vaidade, como eu, quase só com as suas ideias.
7. Considero necessária a descentralização de alguma administração central, da Presidência da República para Guimarães por exemplo, para se poder chegar a um país com verdadeira igualdade de oportunidades, em que os cidadãos não tenham as suas perspectivas tão limitadas pela... geografia do local onde nasceram ou onde decidam viver. Se as regiões pudessem ajudar a este desígnio, seria óptimo desde que não representassem um encargo intolerável para os contribuintes. A proposta que chumbámos, padecia claramente, a meu ver, daquele mal. Valia a pena pensar ponderadamente noutro modelo. Sim, como Presidente de bom grado promoveria essa e outras discussões na sociedade portuguesa.
Os anéis
O Presidente da República (espero que ainda se lembrem todos que há um em funções), depois dos pedidos de esclarecimento que pediu a Manuel Pinho, que fizeram os apoiantes de Cavaco terem sonhos húmidos com tamanha audácia intervencionista, classificou a energia como a grande questão sobre a qual Portugal se terá de debruçar no médio prazo.
É óbvio que Sampaio está preocupado com o assunto e não terão sido do seu agrado as explicações do ministro agora que estão concluídas (não se percebeu bem o que mudou) as negociações para a GALP e para a EDP.
Importante seria saber qual a opinião dos actuais candidatos presidenciais sobre este assunto estratégico para o país... Mas no entanto só assistimos às banalidades do costume... Até parece que os estou a ouvir em uníssono... O importante é manter os centros de decisão em Portugal... E de banalidade em banalidade vão-se indo os centros de decisão nos barcos à deriva da nossa falta de estratégia... Vão-se os anéis e até ver ficam os dedos...
Da Arruada
O que é lamentável é que a estratégia acaba por resultar porque uma larga parte do eleitorado não tem o discernimento de ver que os políticos são os primeiros a motivar este tipo de comportamento desequilibrado quando aprovam as arruadas histéricas pelas ruas e feiras aos gritos de “Viva fulano” ou “Viva sicrano” que por vezes os levam em braços numa espécie de triunfalismo patético.
Pena que os nossos políticos não compreendam a necessidade do debate de ideias e cedam com facilidade à demagogia e ao populismo.
segunda-feira, janeiro 09, 2006
A quem serve a dramatização??
Neste início de campanha (oficial) todos os candidatos sem excepção optaram pela dramatização do seu discurso de forma a vincar as diferenças em relação aos restantes, até porque parece não haver nada de importante a dizer sobre os poderes presidenciais ou sobre a intervenção do presidente na vida nacional.
Seja para ajustar contas com o 25 de Abril, seja para se responsabilizar filhos e netos, seja para repor a estabilidade politica, seja porque se caminha para o desastre, cada vez me parece que o discurso politico está mais afastado da realidade dos portugueses.
Houve no passado alguns momentos assim, em que o país parecia remar num sentido oposto ao do discurso politico, em que os portugueses não se revêem nem se interessam ou até não compreendem a necessidade das transmissões em directo dos comícios ou das sessões plenárias da assembleia.
Não obstante este rumo diverso do discurso político, a incompetência dos sucessivos governos e o papel preponderante do Estado na nossa vida, acabou por arrastar os portugueses para o rumo que o discurso político pretende.
A quem serve a dramatização da campanha presidencial?
Alguém pode mesmo achar que elegendo Soares ou Cavaco, ou até Alegre os nossos filhos e netos vão ter uma vida melhor? Que a estabilidade política será recuperada num país que até já é governado por um governo com uma sólida maioria absoluta? Que o desastre nacional será evitado? Que os centros de decisão vão permanecer em Portugal? Que Abril se vai cumprir?
É bem capaz de a dramatização servir ao discurso político, mas certamente não serve ao interesse dos portugueses.
As segundas são insuportáveis
sexta-feira, janeiro 06, 2006
A Arte da Comunicação
Esta coisa dos políticos se queixarem das campanhas obscuras de alguma comunicação social contra eles é sempre uma faca de dois gumes.
Mário Soares não teve o discernimento de perceber isso e voltou a falar numa espécie de conspiração (disfarçada de linha editorial) de alguma comunicação social contra a generalidade das candidaturas, beneficiando a de Cavaco Silva.
O que faltou a Mário Soares, foi perceber que ainda que possam existir exemplos nesta campanha, assim como noutras, da influência da comunicação social na intenção de voto do eleitorado, esta é uma afirmação que não pode ser ouvida da boca dos políticos devido ao seu efeito contraproducente.
O poder do jornalismo é cada vez mais importante na óptica em que cada vez existem menos notícias e mais opinião. Comentadores dos mais variados quadrantes e dos mais variados gostos enchem as páginas dos jornais e os ecrãs das televisões e é provável que nunca como hoje todos os movimentos dos políticos sejam tão escrutinados.
É para mim evidente que muitas vezes os jornalistas assumem, erradamente, o papel de comentadores e usam e abusam da ironia e do sarcasmo e que isso pode até ser mais visível para uns candidatos em relação a outros. Mas quando alguém diz que a comunicação social está de alguma forma a ser tendenciosa, tocam os sinos a rebate nas redacções e todos arregalam os olhos e mostram o dente e logo começam a saltar comunicados das direcções de imprensa a garantir a imparcialidade dos noticiários e artigos de cada um.
Logo depois os candidatos acabam por recuar de forma atabalhoada nas acusações feitas anteriormente, não vão os jornalistas atacar em grupo determinada candidatura, e uma semana depois está tudo esquecido e já todos voltaram à habitual linha editorial, seja ela qual for.
Este é infelizmente um problema não apenas de Mário Soares mas da generalidade dos nossos políticos. Nunca souberem lidar com a comunicação social quer no governo quer na oposição, e quando no poder sempre a tentaram instrumentalizar sem grande sucesso.
Conclusão de tudo isto é a comunicação social continuar a deturpar alegremente a mensagem dos políticos e estes continuarem desportivamente a tratar os jornalistas de forma displicente e arrogante.
Cada um no seu quintal, mas todos a contribuir para o descrédito quer da política e dos políticos, assim como da comunicação social e dos jornalistas.
Um mimo
A RTP Memória não pára de nos dar mimos destes... Um muro numa aldeia do interior no final da década de 70 com a seguinte inscrição: "Se Cristo cá viesse, votava CDS"
quinta-feira, janeiro 05, 2006
História
Depois da boa ideia de Sampaio em criar um Museu da Presidência da República é importante dar-lhe visibilidade e fazer com que as visitas possam ser mais frequentes e espontâneas do que as habituais visitas dos milhares de crianças das escolas.
Para isso e para desenjoar da campanha para as Presidencias, nada melhor do que ficar a conhecer melhor o Museu, a história da República e dos seus Presidentes, do que a iniciativa conjunta do MRP e da SIC Notícias que até às eleições nos pretendem levar numa viagem ao passado dos anteriores ocupantes de Belém.
Sharon
Será que para aqueles que acharam que a morte de Arafat era uma benção para o processo de paz, vão achar que um eventual desaparecimento de Sharon é igualmente benéfico ao processo de paz???
Fico na expectativa para ver qual a linha editorial da comunicação social.
Será Sharon um martir do processo de paz que já expiou todos os seus anteriores pecados com a saída de Gaza e o processo de paz está comprometido sem ele e sem o seu novo partido?
Será Sharon um obsctáculo ao processo de paz e o seu desaparecimento dará lugar a novos dirigentes ansiosos de paz?
Candidata a piada do ano
O jovem estava claramente a preparar-se para o Choque Tecnológico...
quarta-feira, janeiro 04, 2006
terça-feira, janeiro 03, 2006
O filme de terror
Para dar alguma substância à polémica da Internet e da propriedade dos sites resolvi fazer uma pesquisa em psd.pt para rapidamente compreender que a bem de uma boa campanha eleitoral, favorável ao Professor, o webmaster do PSD resolveu saneá-lo do site laranja.
É impressionante que um partido político com pretensões a liderar o futuro do País não tenha qualquer link directo para as eleições Presidenciais.
Mas o conluio para consubstanciar a independência da candidatura do professor vai mais longe.
De uma pesquisa no site do PSD pela palavra Presidenciais resultam apenas sete documentos.
Em quatro destes documentos é mencionada a palavra Presidenciais uma única vez.
Em três destes documentos é mencionada a palavra Presidenciais por duas vezes.
Nestes sete documentos existem apenas três referências à palavra Cavaco e todas num único documento, por sinal o discurso de Santana Lopes no Congresso em que declarou apoio ao Professor caso este avança-se.
Cavaco para o PSD nunca existiu enquanto candidato presidencial, ficamos mesmo na dúvida de quem o PSD apoia nestas eleições.
Cada um tirará as conclusões que quiser…